terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Bolsa de NY fecha em queda com temor sobre economia

por Agência ESTADO
17 de Fevereiro de 2009 19:14

O mercado norte-americano de ações fechou em queda forte, em dia marcado por temores quanto às economias norte-americana e global e preocupação quanto à solvência dos bancos e da General Motors. O S&P-500 fechou abaixo de 800 pontos pela primeira vez desde novembro. O anúncio de que o PIB do Japão sofreu uma contração de 12,7% no quarto trimestre (em base anual) e a queda do índice de atividade industrial regional do Fed de Nova York (para o nível mais baixo desde que essa pesquisa começou a ser feita, em 2001) contribuíram para o pessimismo quanto à economia. A assinatura do pacote de estímulo de US$ 787 bilhões pelo presidente Barack Obama, à tarde, não aliviou os temores.
O índice Dow Jones fechou em queda de 297,81 pontos, ou 3,79%, em 7.552,60 pontos. A mínima foi em 7.551,01 pontos e a máxima em 7.845,63 pontos. O Nasdaq fechou em queda de 63,70 pontos, ou 4,15%, em 1.470,66 pontos. O S&P-500 caiu 27,67 pontos, ou 4,56%, para fechar em 789,17 pontos. O NYSE Composite caiu 267,65 pontos, ou 5,14%, para 4.939,11 pontos.
"Ninguém confia realmente que a implementação desses planos pelo governo vá estabilizar ou ajudar a economia. Você vê os bancos, o setor automotivo, e não sabe realmente o que o governo está fazendo. Os detalhes sobre o plano de socorro aos bancos não vão sair por mais uma ou duas semanas. Quanto teremos que esperar? Quão ruim a situação terá que ficar antes que eles realmente façam alguma coisa?", questionou William Lefkowitz, estrategista-chefe para derivativos da Finance Investments.
Das 30 componentes do índice Dow Jones, a única a fechar em alta foi Wal-Mart (+3,68%), depois de a empresa divulgar resultados. As ações da General Motors, que deveria apresentar um plano de reestruturação ao Congresso ainda hoje, caíram 12,80%; as da concorrente Ford recuaram 3,98%. No setor financeiro, os destaques negativos foram Bank of America (-12,03%), Citigroup (-12,32%), JPMorgan Chase (-12,31%) e American Express (-11,31%). A nova queda dos preços do petróleo fez caírem ações como ExxonMobil (-4,44%) e Chevron (-5,09%). O pessimismo quanto à economia fez caírem ações de diversos setores, como Alcoa (-9,76%), Caterpillar (-6,33%), Home Depot (-6,03%) e Microsoft (-5,24%). As da Trump Entertainment Resorts caíram 21,74%, depois de a empresa pedir concordata. As informações são da Dow Jones.

Bovespa segue mercado externo e recua 4,77%

por Agência ESTADO
17 de Fevereiro de 2009 19:05

Bovespa não se fez de rogada: acompanhou com o pé no acelerador as perdas fortes registradas pelas bolsas ao redor do mundo. Caiu mais de 4%, no pior desempenho porcentual desde 12 de janeiro (-5,24%). Depois do tombo do PIB japonês, hoje foi o alerta da Moody's sobre os bancos da Europa que estressou os investidores, que ainda repercutiram os temores com a saúde das montadoras norte-americanas.
O Ibovespa, principal índice, recuou 4,77%, para 39.846,97 pontos, abaixo dos 40 mil pontos pela primeira vez desde 3 de fevereiro e a menor pontuação também desde esta data (39.746,76 pontos). Durante a sessão, tocou a mínima de 39.817 pontos (-4,84%) e a máxima de 41.838 pontos (-0,01%). No mês, ainda acumula ganho, de 1,39% e, no ano, de 6,12%. O giro financeiro totalizou R$ 4,286 bilhões.
A agência de classificação de risco Moody's alertou que pode rebaixar as notas (ratings) dos bancos da Europa Ocidental mais expostos no centro e Leste Europeu porque estas regiões enfrentam uma desaceleração econômica ainda mais profunda. Segundo a Moody's, bancos na Áustria, Itália, França, Bélgica, Alemanha e Suécia representam 84% de todos os empréstimos bancários no centro e no Leste Europeu, sendo que o sistema financeiro austríaco tem quase a metade da exposição. Segundo a Dow Jones, os bancos da zona do euro têm US$ 1,3 trilhão em exposição de crédito na região, valor equivalente ao do mercado norte-americano de hipotecas subprime (de alto risco).
O alerta teve efeito bomba sobre as ações na Europa: a Bolsa de Londres caiu 2,43%; a de Paris recuou 2,94%; em Frankfurt, a perda foi de 3,44%.
Nos EUA, o índice Dow Jones fechou em queda de 3,79%; o S&P, de 4,56%; e o Nasdaq, de 4,15%. Além das notícias da Europa, que também pesaram sobre o sistema financeiro norte-americano, as montadoras estiveram na berlinda, já que hoje termina o prazo para que GM e Chrysler apresentem ao governo seu plano de reestruturação para terem acesso a recursos públicos.
Até o momento, a GM aceitou US$ 13,4 bilhões em empréstimos do governo e a Chrysler, US$ 4 bilhões. O caso mais grave é o da GM, que até teria recebido o conselho do governo de considerar a possibilidade de uma concordata. As ações da empresa estiveram entre as maiores quedas, com -12,80%.
Da safra de indicadores, o de atividade industrial Empire State, do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) de Nova York, divulgado hoje, foi mais um ponto de mau humor. O índice recuou para -34,65 em fevereiro, um nível recorde de baixa, ficando bem abaixo do patamar de -22,20 registrado em janeiro. O recorde anterior, de dezembro, foi de -27,88.
Também as siderúrgicas tiveram um pregão péssimo hoje, ao redor do globo, diante dos temores cada vez mais certos de encolhimento da demanda. A notícia de que a China não vai aceitar preços diferentes para o nosso minério de ferro e o da Austrália por causa das taxas de frete, como ocorreu no ano passado, ainda foi citado no Brasil para justificar as perdas fortes das ações da Vale.
A mineradora doméstica recuou 6,57% na ação ON - a segunda maior baixa do índice - e 6,02% na PNA. Estes papéis, ao lado de Petrobras, também concentraram as ordens de vendas de investidores estrangeiros, que deixaram o País em busca de ativos menos arriscados, como o ouro. Petrobras ON cedeu 5,66% e PN, 5,44%. Na Bolsa Mercantil de Nova York, o petróleo perdeu 6,88%, a US$ 34,93 o barril.