sexta-feira, 3 de julho de 2009

Bolsa cede 0,18%, com segundo menor volume do ano

por Claudia Violante da Agência ESTADO
03 de Julho de 2009 17:34

São Paulo - O feriado norte-americano paralisou o mercado doméstico de ações. O índice Bovespa, principal referência da Bolsa de Valores de São Paulo, até teve alguma oscilação, mas muito próximo da estabilidade. Os investidores não tiveram muita motivação para ir às compras, o que resultou no segundo menor volume financeiro do ano.
O Ibovespa encerrou o pregão desta sexta-feira em baixa de 0,18%, aos 50.934,69 pontos. Na semana, perdeu 1,07% e, no mês acumula baixa de 1,03%. No ano, o Ibovespa exibe ganho de 35,64% até hoje. A variação durante a sessão de hoje foi pequena, já que, na mínima, o índice tocou os 50.915 pontos (-0,22%) e, na máxima, os 51.167 pontos (+0,28%).
Segundo dados preliminares, o giro financeiro totalizou R$ 1,674 bilhão, bem perto do registrado no dia 25 de maio passado, menor marca do ano até agora, de R$ 1,55 bilhão, também por causa de feriado (nos Estados Unidos e na Europa). Segundo um profissional do mercado de renda variável, o feriado de hoje zerou as operações de arbitragem com os ADRs (recibos de ações de empresas brasileiras negociados na Bolsa de Nova York), o que ajudou a minguar o volume financeiro.
A maior parte das ações do Ibovespa fechou no azul, mas as blue chips, os bancos e a maior parte das siderúrgicas terminaram em baixa, influenciando o resultado final do índice. No exterior, os preços de commodities metálicas fecharam sem rumo definido, enquanto o petróleo no mercado futuro recuava, mas em sessão de giro fraco. Petrobras ON cedeu 0,86%, Petrobrás PN recuou 0,74%, Vale ON caiu 0,49% e Vale PNA desvalorizou 0,43%.
Anteontem, o mercado refestelou-se nos bons indicadores divulgados ao redor do globo, mas todo o otimismo da quarta-feira se dissipou ontem, com o dado fraco sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos. Esse sobe-e-desce ainda não tem prazo para acabar, ainda mais que a próxima temporada de balanços financeiros trimestrais, importante construtores de tendências, não prometem notícias muito boas.
Pelo menos esta é a expectativa dos analistas, que esperam para essa temporada números fracos. Essa expectativa baixa, entretanto, pode acabar sendo benéfica às ações, se os números forem um pouco melhores do que as previsões. Oficialmente, a safra de resultados do segundo trimestre nos EUA começa na terça-feira que vem, com os números da gigante de alumínio Alcoa.
Na Europa, hoje, os indicadores mostraram um pouco dessa indefinição. O índice dos gerentes de compra do setor de serviços caiu no Reino Unido e as vendas do varejo na zona do euro voltaram ao negativo, com queda de 0,4% em maio, ante abril. Mas o índice de gerentes de compra (PMI) composto sobre a atividade na zona do euro subiu para a máxima em nove meses.
As bolsas europeias tiveram o mesmo comportamento contraditório. O índice FTSE-100 da Bolsa de Londres subiu 0,05%, para 4.236,28 pontos, acumulando queda de 0,11% na semana. Em Frankfurt, o índice Xetra-DAX caiu 0,22%, para 4.708,21 pontos, com queda de 1,43% na semana. Na Bolsa de Paris, o CAC-40 teve alta de 0,10%, para 3.119,51 pontos, acumulando perda de 0,33% na semana. Em Madri, o índice IBEX-35 ganhou 0,67%, para 9.707,80 pontos, registrando alta de 0,22% na semana.
Para a próxima semana, encurtada pelo feriado paulista da Revolução Constitucionalista de 1932, na quinta-feira (9 de julho), a agenda um pouco mais fraca pode ser benéfica à Bolsa brasileira. "Depois da queda dessa semana, há espaço para alguma recuperação, sem entusiasmo", comentou o profissional.