terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Confiante nas decisões do Fed, NY fecha em alta

por Agência ESTADO
16 de Dezembro de 2008 20:37

O mercado norte-americano de ações fechou em alta forte, liderada pelas ações das grandes empresas do setor financeiro. O índice S&P-500 fechou no nível mais alto desde 10 de novembro. As ações ligadas ao setor de consumo também subiram, refletindo a esperança de que as decisões anunciadas pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) sejam eficazes para que o país saia rapidamente da recessão.
O índice Dow Jones fechou em alta de 359,61 pontos (4,20%), em 8.924,14 pontos. O Nasdaq registrou alta de 81,55 pontos (5,41%), em 1.589,89 pontos. O S&P-500 subiu 44,61 pontos (5,14%), para fechar em 913,18 pontos. O NYSE Composite avançou 307,07 pontos (5,59%), para 5.804,97 pontos.
A taxa dos Fed Funds, que orienta o crédito interbancário no overnight, foi reduzida de 1% para uma faixa entre 0% e 0,25%, nível mais baixo desde que o Fed começou a publicar a meta dos Fed Funds, em 1990 (na verdade, levando em conta os instrumentos anteriores de política monetária do Fed, a taxa básica foi reduzida ao nível mais baixo desde pelo menos 1954).
O Fed também anunciou que manterá os juros baixos por algum tempo e abriu um novo leque de ferramentas de sua política, destacando que vai focalizar o estímulo à recuperação econômica "por meio de operações no mercado aberto e outras medidas que sustentem o tamanho do balanço patrimonial do Federal Reserve num nível alto".
Além das compras de títulos da dívida das agências de crédito hipotecário e de títulos lastreados em hipotecas, o Fed sinalizou que poderá passar a comprar títulos do Tesouro e, curiosamente, também aproveitou o comunicado para dizer que a Linha de Empréstimos de Títulos Lastreados em Ativos a Termo (Talf, na sigla em inglês), que havia sido anunciado em 25 de novembro, começará a operar no início de 2009.
As ações do Goldman Sachs subiram 14,35%, apesar de a instituição ter publicado seu primeiro prejuízo trimestral desde que abriu o capital, em 1999. Outras ações do setor financeiro também tiveram altas fortes (Citigroup subiu 11,22%, Bank of America avançou 7,02% e JPMorgan Chase teve alta de 12,99%). A expectativa de que as decisões do Fed conduzam a uma recuperação econômica beneficiou ações de vários setores, como Boeing (alta de 8,16%), Intel (alta de 7,20%) e General Electric (alta de 5,72%). As informações são da Dow Jones.

Fed faz Ibovespa fechar com elevação de 4,37%

por Agência ESTADO
16 de Dezembro de 2008 18:31


A inesperada decisão do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) ao cortar a taxa básica de juros acima do previsto nas apostas majoritárias do mercado e também mudar a política monetária americana acabou estimulando o mercado financeiro. Logo após o anúncio, os índices acionários aumentaram os ganhos e a Bovespa ultrapassou os 4% de alta, sem, entretanto, romper a barreira dos 40 mil pontos - embora tenha chegado bem perto.
O Ibovespa, principal índice, terminou o dia em elevação de 4,37%, 39.993,46 pontos, na máxima do pregão. Na mínima, atingiu 38.324 pontos (+0,01%). No mês, acumula ganhos de 9,29%, mas, no ano, tem perdas de 37,40%. O giro financeiro foi mais fraco hoje ao totalizar R$ 3,423 bilhões.
Com um ligeiro atraso, pouco habitual em seus anúncios, o Federal Reserve superou as estimativas de um corte de 0,50 ponto porcentual na taxa básica de juros. Surpreendeu ao anunciar que o afrouxamento quantitativo (emissão de moeda) substitui, a partir de agora, a taxa básica de juros como instrumento primordial da política monetária do banco central.
Em números, o Fed anunciou uma redução de até um ponto porcentual, o que significa que a taxa básica de juros pode ser zero. A taxa, que até hoje estava em 1% ao ano, foi reduzida para uma banda entre zero e 0,25%, a mais baixa desde que o Fed começou a publicar a meta em 1990. A taxa de redesconto, pela qual empresta diretamente aos bancos, foi cortada de 1,25% para 0,5%.
O BC norte-americano também sinalizou que vai manter as taxas "excepcionalmente baixas" por algum tempo em meio ao rápido desaparecimento das pressões inflacionárias. "O Federal Reserve vai empregar todas as ferramentas disponíveis para promover a retomada do crescimento econômico sustentável e para preservar a estabilidade dos preços", diz o comunicado divulgado nesta tarde.
Pouco antes, o texto ainda justificava que as "condições do mercado de mão-de-obra se deterioraram e os dados disponíveis indicam que os gastos do consumidor, os investimentos das empresas e a produção industrial declinaram. (...) De uma maneira geral, a perspectiva para a atividade econômica enfraqueceu ainda mais". Com as mudanças, as bolsas passaram a ampliar os ganhos. Em Nova York, às 18h19 (de Brasília), o índice Dow Jones subia 4,01%, o S&P, 4,60%, e o Nasdaq, 4,70%.
A expectativa com o Fed já guiou os negócios nas bolsas ao redor do mundo durante toda a sessão, sendo que, na Bovespa, o vencimento de índice futuro amanhã também esteve presente, principalmente no comportamento de Vale e Petrobras.
O petróleo em alta pela manhã também ajudou Petrobras, mas, à tarde, a cotação virou para baixo e fechou no vermelho, a US$ 43,60 por barril (queda de 2,04% na Bolsa Mercantil de Nova York). Amanhã, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) decide sobre um corte na produção. As ações da Petrobras resistiram ao petróleo e subiram 3,96% as ON e 3,93% as PN. Vale avançou mais: 5,32% a ON e 4,89% a PNA. Apenas cinco papéis da cesta do Ibovespa (composta por 66 diferentes ações) terminaram o pregão em baixa.
Em tempo: hoje a Bolsa divulgou a segunda prévia da carteira teórica do Ibovespa que vai vigorar no início de 2009. As ações da Petrobras aumentaram sua participação e, agora, a PN tem 16,710% e a ON, 3,055%. Vale PNA tem peso de 11,950% e a ON, de 3,245%.