quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Bolsa de NY fecha em alta com ações financeiras e GM

por Renato Martins da Agência Estado
14.08.2008 18h07

O mercado norte-americano de ações fechou em alta, depois de dois dias consecutivos de quedas. A alta foi atribuída à influência da apreciação do dólar, à nova baixa dos preços do petróleo, à recuperação das ações financeiras e ao bom desempenho das ações da General Motors. Os investidores ignoraram os indicadores divulgados pela manhã nos EUA e em outros países, que sugeriram um cenário de estagflação. "Inevitavelmente, estamos vendo desaceleração em todos os lugares. Sem dúvida, não estamos mais ouvindo as teses de descolamento das economias asiáticas que ouvíamos há seis meses", comentou Jeffrey Pavlik, do fundo de hedge Pavlik Capital Management.
Entre as ações do setor financeiro, as das agências de crédito hipotecário Fannie Mae e Freddie Mac subiram 7,72% e 7,03%, respectivamente, depois de a Associação da Indústria de Ativos e Mercados Financeiros (Sifma, na sigla em inglês) anunciar que permitirá que empréstimos garantidos por essas entidades passem a ser negociados no mercado principal de títulos hipotecários. As do PMI Group (segunda maior seguradora de títulos hipotecários) subiram 49,46%, depois de a empresa anunciar que vai vender subsidiárias na Ásia e na Austrália para levantar capital. As ações do Morgan Stanley subiram 1,22% e as do JPMorgan Chase avançaram 2,44%; as duas instituições aceitaram pagar multas e concordaram em recomprar mais de US$ 7 bilhões em títulos de leilões de taxas (auction-rate securities), como forma de resolver fora dos tribunais um processo iniciado pelo procurador-geral do Estado de Nova York e por outros órgãos reguladores.
Das 30 componentes do índice Dow Jones, as ações da General Motors subiram 10,62%, depois de a empresa dizer que seu programa de corte de custos está adiantado em relação ao cronograma inicial e apresentar as linhas gerais do projeto de seu futuro carro elétrico, o "Chevrolet Volt". As ações do grupo de mídia Gannett subiram 10,64%, depois do anúncio de que seus jornais vão demitir mil jornalistas para reduzir custos.
O índice Dow Jones fechou em alta de 0,72%, em 11.615,93 pontos. O Nasdaq encerrou com ganho de 1,03%), em 2.453,67 pontos. O S&P-500 subiu 0,55%, para 1.292,93 pontos. O NYSE Composite avançou 0,13%, para 8.385,97 pontos. As informações são da Dow Jones.

Bovespa sobe 1,04%, apesar de queda de commodities

por Claudia Violante da Agência Estado
14.08.2008 17h27

Num pregão pouco volátil e de volume fraco, a Bovespa conseguiu engatar sua segunda alta seguida, apesar da queda das commodities (matérias-primas) metálicas e do petróleo no mercado externo. Vale, siderúrgicas e bancos guiaram os ganhos do índice, que ainda teve a contribuição das ações da Ultrapar, depois do anúncio da compra da Texaco no Brasil. Apesar dos indicadores sinalizando desaceleração econômica na Europa e Estados Unidos e também inflação em alta na maior economia do planeta, as bolsas em ambas as regiões subiram, ajudando a Bovespa.
O Ibovespa, principal índice, terminou o dia com variação positiva de 1,04%, aos 55.138,4 pontos. Oscilou entre a mínima de 54.573 pontos (estável) e a máxima de 55.725 pontos (+2,11%). No mês, acumula perdas de 7,34% e, no ano, de 13,69%. O volume totalizou R$ 4,116 bilhões.
Em Nova York, o índice Dow Jones terminou em alta de 0,72%, o S&P subiu 0,55% e o Nasdaq, 1,03%, abaixo das máximas do dia, com a interpretação dos investidores de que os dados divulgados hoje sinalizam estagflação. "Isto é reflexo de um mercado confuso. Em alguns dias, as pessoas querem celebrar o declínio nos preços do petróleo e, em outros dias, existe a preocupação de que o petróleo está caindo por causa da desaceleração do crescimento global", disse Peter Boockvar, estrategista de ações da Miller Tabak. "Mesmo se você tiver um alívio com os preços do petróleo, a economia pode permanecer deprimida", disse Doug Roberts, estrategista-chefe de investimentos da Channel Capital Research, à agência Dow Jones.
A inflação no varejo norte-americano medida pelo índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,8% (o dobro do previsto), enquanto os pedidos de auxílio-desemprego caíram 10 mil na última semana, ante previsão de queda de 8 mil. Na Europa, os principais PIBs trimestrais divulgados hoje mostraram retração (zona do euro, Alemanha e França).
A queda do petróleo (-0,85%, a US$ 115,01 por barril, em Nova York) e o suporte das ações de financeiras ajudaram a sustentar as bolsas nos Estados Unidos. Os papéis de bancos foram beneficiados no Brasil e subiram.
Vale e siderúrgicas também operaram em alta. A mineradora brasileira anunciou hoje investimentos de US$ 5 bilhões no Pará e voltou a ser alvo de rumores de que estaria de olho em outra companhia, desta vez, na mineradora de carvão australiana Felix Resources. Os preços baratos das ações também chamaram compras, apesar da queda dos metais. Vale ON subiu 1,08% e Vale PNA, 2,67%. As siderúrgicas, por sua vez, seguiram a trajetória dos papéis na Europa, com um empurrãozinho da alemã ThyssenKrupp, que elevou sua projeção para o ano fiscal 2008 e anunciou lucro no trimestre encerrado em 30 de junho de 573 milhões de euros (cerca de R$ 1,382 bilhão), ante expectativa de analistas de 571 milhões de euros. Gerdau PN avançou 2,28%, Metalúrgica Gerdau, 2,35%, CSN ON, 1,48%.
Usiminas PNA, no entanto, caiu 0,55%, depois de anunciar lucro abaixo das previsões, de R$ 860,775 milhões no segundo trimestre deste ano. Já Petrobras acabou virando para baixo com a queda do petróleo. As ações ON caíram 0,85% e as PN, 0,92%. Ultrapar, que comprou 100%, por R$ 1,161 bilhão, do negócio de distribuição de combustíveis Texaco no Brasil, liderou os ganhos do Ibovespa e subiu 7,15%.

IBOV...após 13/08..."oscilador de momentos" sugere a manutenção de alta...


O Ibovespa abriu nos 54.509 pontos veio buscar suporte em 54.035 pontos (mínima do dia) e daí esboçou forte reação positiva (por Vale, Petro e Siderúrgicas) até atingir a máxima em 55.491 pontos (+1,81%), ainda na primeira metade do pregão. A partir daí, aguardando pelo desfecho da recuperação de DJI(em queda) refluiu gradualmente até encontrar suporte em 54.500 pontos. Na última hora de pregão, reagiu até os 55 mil pontos, mas com a incapacidade de DJI reverter a queda, o Ibovespa refluiu nos minutos finais para finalizar em 54.573 pontos ( +0,13%).

Análise: O IBOVESPA reagiu à sequência de quedas, conforme previam seus principais osciladores gráficos. No início do pregão chegou a sinalizar a possibilidade de atingir os 56 mil pontos, mas foi desestimulado pelo "péssimo humor" de DJI. Fechou praticamente estável, formando um "doji" de indefinição. Apesar do estocástico e CCI/Ma cruzamento do gráfico diário sinalizarem tendência de queda, os osciladores de momento apontam ainda para a manutenção da alta. Os indicadores dos gráficos de "30 minutos" mantêm discrepância pela indefinição. Os índices futuros do Ibovespa e dos mercados futuros americanos, antes da abertura, deverão confirmar (ou não) essa tendência.

Abaixo de 54.500 suportes em: 53950, 53.500 e 53 mil pontos.
Acima de 55.000 pontos resistências em: 55.490, 56.100 e 56.500 pontos.

DJI...após 13/08..."divergência positiva" no oscilador de momentos sugere reversão no curto prazo..


DJI abriu em 11.633 pontos (máxima do dia) e "empurrado" pelos mercados futuros refluiu até buscar a mínima em 11.453 pontos (-1,62%). A partir daí, inicou recuperação, retomando o patamar dos 11.600 (por um breve período), até encontrar resistência em 11.605 (-0,32%). No final do pregão a pressão vendedora, trouxe DJI novamente à casa dos 11.500 pontos, mas nos minutos finais conseguiu finalizar em 11.533 pontos ( -0,94%).

Análise: DJI deu sequência à realização iniciada no pregão anterior, vindo buscar suporte nos 11.450 pontos. A reação até os 11.600 , com fechameno nos 11.530 pontos produziu um "candle" no gráfico diário, semelhante a um "martelo", indicando a possibilidade de reversão, no curto prazo. Apesar de manter ainda tendência de queda nos principais indicadores do gráfico diário, o oscilador de momentos aponta "divergência positiva" indicando possibilidade de abertura em alta. Resultados de Wall Mart, divulgação dos dados de novos empregos e do comportamento da inflação (antes da abertura dos mercados) poderão delinear a principal tendência.

Abaixo de 11.500 suportes em : 11.450, 11.390, 11.290 e 11.175 pontos.
Acima de 11.550 resistências em: 11.600, 11.650, 11.720 e 11.810 pontos.