quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Bovespa sobe 1,04%, apesar de queda de commodities

por Claudia Violante da Agência Estado
14.08.2008 17h27

Num pregão pouco volátil e de volume fraco, a Bovespa conseguiu engatar sua segunda alta seguida, apesar da queda das commodities (matérias-primas) metálicas e do petróleo no mercado externo. Vale, siderúrgicas e bancos guiaram os ganhos do índice, que ainda teve a contribuição das ações da Ultrapar, depois do anúncio da compra da Texaco no Brasil. Apesar dos indicadores sinalizando desaceleração econômica na Europa e Estados Unidos e também inflação em alta na maior economia do planeta, as bolsas em ambas as regiões subiram, ajudando a Bovespa.
O Ibovespa, principal índice, terminou o dia com variação positiva de 1,04%, aos 55.138,4 pontos. Oscilou entre a mínima de 54.573 pontos (estável) e a máxima de 55.725 pontos (+2,11%). No mês, acumula perdas de 7,34% e, no ano, de 13,69%. O volume totalizou R$ 4,116 bilhões.
Em Nova York, o índice Dow Jones terminou em alta de 0,72%, o S&P subiu 0,55% e o Nasdaq, 1,03%, abaixo das máximas do dia, com a interpretação dos investidores de que os dados divulgados hoje sinalizam estagflação. "Isto é reflexo de um mercado confuso. Em alguns dias, as pessoas querem celebrar o declínio nos preços do petróleo e, em outros dias, existe a preocupação de que o petróleo está caindo por causa da desaceleração do crescimento global", disse Peter Boockvar, estrategista de ações da Miller Tabak. "Mesmo se você tiver um alívio com os preços do petróleo, a economia pode permanecer deprimida", disse Doug Roberts, estrategista-chefe de investimentos da Channel Capital Research, à agência Dow Jones.
A inflação no varejo norte-americano medida pelo índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,8% (o dobro do previsto), enquanto os pedidos de auxílio-desemprego caíram 10 mil na última semana, ante previsão de queda de 8 mil. Na Europa, os principais PIBs trimestrais divulgados hoje mostraram retração (zona do euro, Alemanha e França).
A queda do petróleo (-0,85%, a US$ 115,01 por barril, em Nova York) e o suporte das ações de financeiras ajudaram a sustentar as bolsas nos Estados Unidos. Os papéis de bancos foram beneficiados no Brasil e subiram.
Vale e siderúrgicas também operaram em alta. A mineradora brasileira anunciou hoje investimentos de US$ 5 bilhões no Pará e voltou a ser alvo de rumores de que estaria de olho em outra companhia, desta vez, na mineradora de carvão australiana Felix Resources. Os preços baratos das ações também chamaram compras, apesar da queda dos metais. Vale ON subiu 1,08% e Vale PNA, 2,67%. As siderúrgicas, por sua vez, seguiram a trajetória dos papéis na Europa, com um empurrãozinho da alemã ThyssenKrupp, que elevou sua projeção para o ano fiscal 2008 e anunciou lucro no trimestre encerrado em 30 de junho de 573 milhões de euros (cerca de R$ 1,382 bilhão), ante expectativa de analistas de 571 milhões de euros. Gerdau PN avançou 2,28%, Metalúrgica Gerdau, 2,35%, CSN ON, 1,48%.
Usiminas PNA, no entanto, caiu 0,55%, depois de anunciar lucro abaixo das previsões, de R$ 860,775 milhões no segundo trimestre deste ano. Já Petrobras acabou virando para baixo com a queda do petróleo. As ações ON caíram 0,85% e as PN, 0,92%. Ultrapar, que comprou 100%, por R$ 1,161 bilhão, do negócio de distribuição de combustíveis Texaco no Brasil, liderou os ganhos do Ibovespa e subiu 7,15%.

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