quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Dow Jones tem maior queda em dois dias desde 1987

por Agência ESTADO
06 de Novembro de 2008 20:42

O mercado norte-americano de ações fechou em queda forte, com o índice Dow Jones acumulando baixa de 9,66% em dois dias - a maior em dois pregões desde a Segunda-Feira Negra de outubro de 1987 e o dia seguinte. O S&P-500, que havia subido 18% nos sete pregões até terça-feira, dia da eleição presidencial, perdeu 8% entre ontem e hoje.
O índice Dow Jones fechou em baixa de 443,48 pontos (4,85%), em 8.695,79 pontos. A mínima foi em 8.637,17 pontos e a máxima, 9.155,44 pontos. O Nasdaq fechou em queda de 72,94 pontos (4,34%), em 1.608,70 pontos, com mínima em 1.603,87 pontos e máxima em 1.676,92 pontos. O S&P-500 caiu 47,89 pontos (5,03%), para fechar em 904,88 pontos, com mínima em 899,73 pontos e máxima em 952,40 pontos. O NYSE Composite caiu 344,77 pontos (5,73%), para 5.667,40 pontos.
O mercado reagiu aos dados do auxílio-desemprego nos Estados Unidos na semana passada, que fizeram crescer o pessimismo em relação aos dados do nível de emprego em outubro, que serão divulgados amanhã, e quanto à perspectiva da economia. Os informes de vendas das grandes redes varejistas norte-americanas também alimentaram o sentimento negativo quanto à economia. "Infelizmente, os fundamentos da economia de uma forma geral estão trazendo um vento contrário que será difícil superar", disse Jeffrey Pavlik, da Pavlik Capital Management.
Todas as 30 componentes do Dow Jones fecharam em queda. Entre os destaques negativos estão ações de setores diferentes como Alcoa (baixa de 13,05%), American Express (queda de 10,46%) e Intel (baixa de 7,90%). As ações da General Motors caíram 13,67% e as da Ford recuaram 5,26% - ambas deverão divulgar resultados do terceiro trimestre amanhã. As ações do setor de comércio varejista também caíram, em reação aos fracos informes de vendas de outubro: Wal-Mart caiu 1,18%, GAP apresentou queda de 2,96%, Macy's teve baixa de 3,78% e Ann Taylor Store recuou 25,71%.
No setor financeiro, as ações do Wells Fargo caíram 9,19%, depois de o banco informar que terá de vender ações para financiar a aquisição do Wachovia. No setor de tecnologia, as ações da indústria de semicondutores AMD tiveram queda de 10,70%, depois de a empresa dizer que vai demitir 500 funcionários. As da Amazon.com recuaram 9,16%, após rebaixamento de recomendação pelos analistas do Citigroup. Entre as empresas que divulgaram resultados, os destaques foram Cisco Systems (recuo de 2,59%), News Corp. (baixa de 16,31%) e Blackstone Group (queda de 12,21%). As informações são da Dow Jones.

Bovespa fecha em baixa de 3,77% e zera ganhos do mês

por Agência ESTADO
06 de Novembro de 2008 18:33


O tombo de mais de 3% hoje apagou qualquer vestígio de ganhos na Bovespa, que agora acumula, em novembro, desempenho negativo. A queda de hoje teve inspiração no mercado externo, onde uma onda de vendas se alastrou da Ásia para a Europa, Estados Unidos e levou junto o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira. Os números fracos da economia real que pipocam pelo mundo e os indícios de que o pior ainda não apareceu justificaram o comportamento do mercado.
O Ibovespa terminou o pregão em baixa de 3,77%, aos 36.361,91 pontos, depois de oscilar entre a mínima de 35.387 pontos (-6,35%) e a máxima de 37.786 pontos (estabilidade). Com o resultado de hoje, o índice passou a acumular queda em novembro, de 2,4%. No ano, o desempenho está negativo em 43,08%. O giro financeiro totalizou R$ 3,97 bilhões.
Segundo um experiente profissional de renda fixa de um banco doméstico, os investidores reagiram hoje aos indicadores ruins da economia real que vêm sendo conhecidos em todo o mundo. "Os dados já divulgados são fracos e tudo indica que eles ainda devem piorar nos próximos meses", comentou ao lembrar de alguns que saíram hoje.
No Japão, por exemplo, a montadora Toyota, que durante muito tempo foi considerada imune à queda das vendas de automóveis nos EUA, disse que seu lucro despencou quase 70% no último trimestre, para o pior nível pelo menos desde abril de 2002. A produtora chinesa de alumina e alumínio Chalco e a siderúrgica alemã Salzgitter anunciaram cortes de produção superiores a 30%. No Brasil, o setor automotivo informou que as vendas em outubro foram 11% menores do que em setembro - embora o patamar seja bastante elevado e ainda não se configure uma crise.
Com a recessão na esquina, o Banco Central Europeu (BCE) e o Banco da Inglaterra (BoE) cortaram suas taxas de juros. Mas enquanto o BCE seguiu o roteiro e reduziu a taxa em 0,50 ponto porcentual, para 3,25% ao ano, o BoE surpreendeu e anunciou 1,5 ponto porcentual de baixa, de 4,5% para 3% ao ano. Após o anúncio do BoE, as bolsas européias tiveram uma reação favorável, mas o fôlego não durou e os índices fecharam com quedas firmes: o de Londres caiu 5,7%, o de Paris cedeu 6,38% e o de Frankfurt recuou 6,84%.
Na releitura, os investidores interpretaram os cortes como sinal de que as condições da economia da região são piores do que se esperava. E a explicação, segundo Simon Ward, economista da New Star Asset Management, é a de que, embora uma ação drástica se justifique, "há risco de a munição acabar muito rapidamente". Isso vale principalmente para o corte agressivo do BoE.
Em Wall Street, os índices registravam quedas elevadas, refletindo a preocupação dos investidores após uma nova rodada de fracos indicadores: aumento no número de trabalhadores beneficiados pelo seguro-desemprego e declínio nas vendas de grande parte das empresas varejistas nos EUA. "O próximo passo para os mercados é determinar a duração e a profundidade da crise econômica. Os dados não precisam melhorar para provocar um rali, precisam apenas parar de piorar", disse Tony Crescenzi, estrategista de mercado de bônus do Miller Tabak & Co. Às 18h18, o Dow Jones caía 4,54%, o S&P, 4,61% e o Nasdaq, 3,65%.

Ações

No Brasil, a queda das bolsas norte-americanas, do petróleo e dos metais básicos prejudicou a bolsa, que além da baixa das ações que normalmente carregam o índice também sentiu a retração de papéis que sinalizam os efeitos na economia real da crise, como a construção civil. Três das quatro maiores quedas do Ibovespa hoje foram desse setor. Gafisa ON derreteu 19,09%, Cyrela ON perdeu 17,80% e Rossi Residencial recuou 8,75%. A queda dos papéis de maior peso no índice também não foi pequena: Petrobras PN caiu 5,57% e Vale PNA declinou

DJI...após 05/11...ainda em tendência de queda..


Forte queda, em típico processo de realização de lucros, após a sequência de altas íniciada na semana anterior. O gráfico diário sinaliza a continuidade da queda, mas o gráfico de "30 minutos" se encontra bem sobrevendido, indicando possibilidade de reversão de tendência. Suportes imediatos em 9.090 (fibo 62%), 8.990 e 8.900 (fibo de 50%). Resistências imediatas em 9.300 e 9.400 pontos.

IBOV...após 5/11...realização pode ainda continuar...


Forte queda com predomínio acentuado da pressão vendedora, formou "candle" tipo "marubozu cheio". Queda ocorrida por realização esperada após sequência de praticamente 6 pregões em alta. Indicadores no gráfico diário ainda sinalizam tendência de alta, exceto o IFR. No gráfico de "30 minutos", a forte realização deixou alguns indicadores "sobrevendidos" o que significa possibilidade (ainda que pequena) de reversão dessa tendência de queda, pelo menos na 1a parte do pregão. Tendência predominante ainda sintonizada com DJI, com próximos objetivos de queda em 37.100, 36.550 (fibo 61,8%) e 35.250 (fibo 50%). Resistências em 38.100, 38.400, 38.800 e 39.200 pontos.