sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Fazenda eleva projeção dos juros para o final de 2010

por Adriana Fernandes de EXAME
27.11.2009 20h34


Apesar de criticar abertamente as análises feitas pelos economistas do mercado financeiro de que o Banco Central vai elevar os juros em 2010, o Ministério da Fazenda resolveu subir de 8,75% para 10,35% a sua projeção para a taxa Selic (juro básico da economia brasileira) ao final do ano que vem. A nova projeção foi incluída na revisão dos parâmetros macroeconômicos utilizados no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para 2010. A taxa Selic está hoje no patamar de 8,75% ao ano.

A estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi elevada de 4,5% para 5%, com perspectiva de expansão maior da atividade econômica como resultado das medidas de estímulo fiscal. Mesmo depois da retomada do crescimento, o governo resolveu prorrogar as desonerações para automóveis, material de construção civil e linha branca de eletrodomésticos, além de estender o incentivo ao setor moveleiro.

A estimativa de crescimento para este ano foi mantida em 1%. Os parâmetros econômicos são elaborados pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda. O secretário Nelson Barbosa chegou a chamar de "terroristas" aqueles que apostavam numa alta de juros por conta da política fiscal do governo. A atualização dos parâmetros foi encaminhada, no último dia 24, pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, ao presidente da Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional, senador Almeida Lima (PMDB-SE).

Pelos novos parâmetros, a taxa Selic média, acumulada em 2010, foi elevada de 8,71% ao ano para 9,18% ao ano. No texto original que acompanhava a Proposta de Lei do Orçamento, enviada no final de agosto, o governo esperava que a taxa Selic atingisse média anual de 9,98% para 2009 e de 8,71% para 2010 e ressaltava que o mercado projeta taxas de juros médias de 9,81% para 2009 e de 8,9% para 2010.

O governo também espera uma inflação maior combinada com taxa de câmbio menor. Na revisão, a estimativa de inflação para 2010 medida pelo IPCA, foi elevada de 4,33% para 4,42%. A taxa média de câmbio estimada passou de R$ 2,01 por dólar para R$ 1,72, patamar atual.

Tensão por Dubai arrefece e Bovespa retoma 67 mil pontos

por Aluísio Alves de Reuters
27/11 - 18:45

SÃO PAULO (Reuters) - O mercado acionário doméstico terminou a sexta-feira no azul, recuperando-se parcialmente das perdas da véspera, com investidores menos temerosos sobre os desdobramentos do possível calote de Dubai.
Com apoio de ações de bancos e de empresas de commodities, o Ibovespa fechou com alta de 1,04 por cento, aos 67.082 pontos. O movimento financeiro da sessão foi de 4,59 bilhões de reais.

O receio de investidores de que grandes instituições financeiras europeias fossem atingidas por atrasos nos pagamentos de empréstimos feitos a fundos de Dubai arrefeceu, após vários bancos terem informado que não tinham exposição àquele mercado.

"As bolsas derreteram na quinta-feira, mas hoje Wall Street corrigiu um pouco o excesso dos outros mercados", disse Pedro Galdi, analista da corretora SLW.

Em Nova York, onde as bolsas operaram em esquema de plantão após o feriado norte-americano do Dia de Ação de Graças, as perdas acabaram sendo menores do que as registradas nas demais praças globais na véspera. O índice Dow Jones recuou 1,48 por cento. As bolsas europeias fecharam no azul.

Blue chips domésticas, como Petrobras e Vale, fizeram valer sua condição de mais líquidas e subiram, a despeito de outro dia de perdas das commodities.

O papel preferencial da petroleira avançou 1,17 por cento, para 38,90 reais, enquanto o da Vale teve alta de 0,99 por cento, a 42,90 reais.

O destaque de valorização do Ibovespa foi Cemig, com um salto de 4,88 por cento, a 31,15 reais. Para a analista do setor elétrico da SLW Corretora, Rosângela Ribeiro, o movimento pode ter sido influenciado pelo resultado do leilão de linhas de transmissão feito pela Aneel. A companhia mineira não levou nenhum dos lotes ofertados.

"De certa forma, isso pode ter sido melhor", disse a analista. Segundo ela, a Eletrobrás, que arrematou seis dos oito lotes, tem melhores condições de se beneficiar das operações nas áreas vendidas. O papel preferencial da elétrica federal ganhou 1,65 por cento, a 25,82 reais.

Pão de Açúcar avançou 2,44 por cento, a 55,00 reais. Segundo a Ativa Corretora, o grupo deve ter as vendas reforçadas devido à redução de IPI sobre móveis.

Para a próxima semana, disse Galdi, os investidores devem seguir atentos a detalhes sobre as dificuldades financeiras de Dubai, já que a safra de dados econômicos dos EUA no início da semana é menos expressiva.