sexta-feira, 16 de maio de 2008

Ibram: produção de minério de ferro vai dobrar até 2012

por Nilson Brandão Junior da Agência Estado
16.05.2008 19h16


O setor de mineração vai investir US$ 47 bilhões no País de 2008 a 2012. Só a produção de minério de ferro vai quase duplicar, passando de 350 milhões para 650 milhões de toneladas no período, com investimentos de US$ 27 bilhões (R$ 44 bilhões). A informação é do presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Paulo Camillo Penna, em entrevista à Agência Estado.
O volume previsto pelo Ibram é acima do anunciado ontem pelo Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS) que prevê aplicações de US$ 45,7 bilhões até 2015. Isso não significa que a soma dos investimentos dos dois setores atingirá US$ 92,7 bilhões no período, já que há empresas que atuam nos dois segmentos (mineração e siderurgia), como é o caso da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e do grupo Gerdau. Sinaliza, porém, que as entidades de classe que congregam os dois setores visualizam ambiente promissor para os próximos cinco anos no Brasil.
Penna refutou a declaração do vice-presidente executivo do IBS, Marco Polo Mello Lopes, de que os aumentos de preços das empresas de mineração não poderiam ser justificados apenas por acréscimos nos custos. "Refutamos essa leitura (do IBS) de que os aumentos de minério não têm motivo, que sejam um movimento especulativo", disse Paulo Camillo. "Os aumentos visam a suportar os investimentos e também o aumento da demanda", acentuou.

Ibovespa avança 1,78% e bate o 8º recorde do ano

por Claudia Violante da Agência Estado
16.05.2008 17h32

A sexta-feira foi mais um dia de recorde na Bovespa. Alta das commodities no exterior, vencimento de opções sobre ações na segunda-feira e a continuidade dos rumores de novo grau de investimento ao Brasil continuaram como justificativas para o desempenho de hoje.
Assim, o Ibovespa, principal índice, encerrou a sessão em alta de 1,78%, em 72.766,9 pontos, na máxima do dia. Foi o oitavo recorde de 2008 e o quarto só nesta semana, substituindo o de ontem - 71.492,4 pontos. Na mínima do dia, atingiu 71.496 pontos (+0,01%). Com o resultado de hoje, a Bolsa acumula ganhos de 4,48% na semana, 7,22% no mês e 13,90% no ano. O volume financeiro totalizou R$ 6,869 bilhões.
Os investidores mostravam disposição para as compras já na abertura, quando o índice saltou aos 72 mil pontos pela primeira vez em sua história, logo nos primeiros minutos de negociação. O movimento entre comprados (investidores que apostam na alta das ações) e vendidos (investidores que apostam na baixa) para o vencimento de opções da próxima segunda-feira foi a principal justificativa, mas a valorização dos papéis ganhou força com os rumores de que a agência Fitch deve conceder o grau de investimento ao Brasil em breve.
Os analistas explicam que muitos dos investidores que estão vendidos para esse vencimento resolveram se precaver para a possibilidade de a nota da Fitch sair até segunda-feira e, por isso, fizeram compras para minimizar eventuais perdas. Quando a agência Standard & Poor's elevou o Brasil para grau de investimento, no último dia 30, o Ibovespa disparou 6,33% e bateu o primeiro recorde do ano.
Wall Street também deu oxigênio ao mercado doméstico, mas apenas no início e no final dos negócios. As ações em Nova York subiram pela manhã na esteira do número de novas construções iniciadas em abril. O índice subiu 8,2%, na maior elevação desde janeiro de 2006. Como as projeções eram de queda do indicador, houve corrida às compras, interrompida pelo índice preliminar de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan. Tal dado caiu de 62,6 em abril para 59,5 em maio, o menor nível desde junho de 1980, e derrubou os índices de ações. No final do dia, no entanto, as quedas foram sendo devolvidas e o S&P até conseguiu subir, 0,13%. O Dow Jones fechou em baixa de 0,05% e o Nasdaq, de 0,19%.
O petróleo também foi um dado a pressionar o recuo das bolsas americanas. Na Bolsa Mercantil de Nova York, o barril do óleo fechou com preço recorde de US$ 126,29, em alta de 1,75%, depois de ter batido o patamar inédito de US$ 127,82 durante o pregão. Uma das razões que explicam sua alta é a mesma válida para os metais: com o terremoto, a China deve consumir mais commodities para recuperar as zonas atingidas.
Commodities em elevação são um bom sinal para a Bovespa, já que podem garantir alta às blue chips (ações de primeira linha) Petrobras e Vale. E foi o que aconteceu hoje. Petrobras PN ganhou 2,21%, Petrobras ON subiu 2,66%, Vale PNA avançou 3,13% e Vale ON registrou alta de 3,58%. O setor siderúrgico também se manteve em destaque de ganhos, na esteira da demanda aquecida por aço e também pela perspectiva de aumento da produção e de repasse de preços. Gerdau PN disparou 5,07% e Usiminas PNA avançou 4,13%.

IBOV...após 15/05...tendência de alta continua...


O IBOVESPA abriu nos 70.031 pontos (mínima do dia) e nas primeiras 2 horas de pregão, negociou entre os 70.200 e 70.500 pontos, ainda em compasso de espera, enquanto aguardava por uma definição de Dow Jones. Quando DJI consolidou posição acima dos 12.900 pontos, o IBOV retomou o patamar dos 71 mil pontos, atingindo novo topo em 71.137, por volta das 13:30 horas. A partir daí, realizou novamente até vir buscar suporte em 70.745 pontos. Nas duas últimas horas de pregão com a recuperação de DJI, retomou os 71 mil pontos, rompeu o topo anterior e no fechamento alcançou novo TH em 71.492 pontos (alta de 2,1%).

Análise: A forte aceleração da alta nas duas últimas horas de pregão, com fechamento do Ibovespa em novo topo histórico, fez com que os principais indicadores no gráfico diário e no de "30 minutos", como o IFR, o Estocástico, o CCI/Ma cruzamento e o oscilador de momentos, sinalizassem pela continuidade da tendência de alta.

Suportes imediatos em 71.200 (fibo de 68%), 71.137, 70.745 e 70.535 pontos. Resistências em 71.790, 72.490, 72.670 e 72.930 pontos.

DJI...após 15/05...tendência de alta continua...


DJI abriu nos 12.891 pontos e influenciado pelo mau humor dos mercados futuros, com a divulgação do baixo nível de atividade industrial (- 0,7% abaixo do que o mercado esperava) já na primeira meia-hora de pregão veio buscar o fundo em 12.855 pontos (mínima do dia). A partir daí, aliviado com a divulgação de bons resultados corporativos e notícias sobre fusões e aquisições, além de sinais de que o preço do petróleo poderia vir a cair nos EUA, retomou o patamar dos 12.900 pontos e por volta das 14:30 horas, já negociava em patamar acima dos 12.950 pontos. Na última meia-hora de pregão deslanchou em alta contínua até atingir a máxima do dia em 12.999 pontos para em seguida finalizar próximo disso, em 12.992 pontos (+0,73%).

DJI demonstrou força ao romper o patamar dos 12.900 pontos e encostou no patamar dos 13 mil pontos, ao final do pregão. Parece estar próximo de uma retomada consistente, das resistências imediatas em 13.046 e 13.137 pontos. A possibilidade de retorno aos 12.500 pontos parece bastante remota, por enquanto.
Suportes imediatos em 12.970, 12.945, 12.925, 12.880 e 12.855 pontos. Resistências em 13.000,13.046,13.137 e 13.280 pontos.

Análise gráfica: a forte alta ocorrida no final do pregão, com fechamento praticamente na máxima do dia, fez com que tanto no gráfico diário como no gráfico de "30 minutos", os principais indicadores de tendência passassem a sinalizar alta.