sexta-feira, 16 de maio de 2008

Ibovespa avança 1,78% e bate o 8º recorde do ano

por Claudia Violante da Agência Estado
16.05.2008 17h32

A sexta-feira foi mais um dia de recorde na Bovespa. Alta das commodities no exterior, vencimento de opções sobre ações na segunda-feira e a continuidade dos rumores de novo grau de investimento ao Brasil continuaram como justificativas para o desempenho de hoje.
Assim, o Ibovespa, principal índice, encerrou a sessão em alta de 1,78%, em 72.766,9 pontos, na máxima do dia. Foi o oitavo recorde de 2008 e o quarto só nesta semana, substituindo o de ontem - 71.492,4 pontos. Na mínima do dia, atingiu 71.496 pontos (+0,01%). Com o resultado de hoje, a Bolsa acumula ganhos de 4,48% na semana, 7,22% no mês e 13,90% no ano. O volume financeiro totalizou R$ 6,869 bilhões.
Os investidores mostravam disposição para as compras já na abertura, quando o índice saltou aos 72 mil pontos pela primeira vez em sua história, logo nos primeiros minutos de negociação. O movimento entre comprados (investidores que apostam na alta das ações) e vendidos (investidores que apostam na baixa) para o vencimento de opções da próxima segunda-feira foi a principal justificativa, mas a valorização dos papéis ganhou força com os rumores de que a agência Fitch deve conceder o grau de investimento ao Brasil em breve.
Os analistas explicam que muitos dos investidores que estão vendidos para esse vencimento resolveram se precaver para a possibilidade de a nota da Fitch sair até segunda-feira e, por isso, fizeram compras para minimizar eventuais perdas. Quando a agência Standard & Poor's elevou o Brasil para grau de investimento, no último dia 30, o Ibovespa disparou 6,33% e bateu o primeiro recorde do ano.
Wall Street também deu oxigênio ao mercado doméstico, mas apenas no início e no final dos negócios. As ações em Nova York subiram pela manhã na esteira do número de novas construções iniciadas em abril. O índice subiu 8,2%, na maior elevação desde janeiro de 2006. Como as projeções eram de queda do indicador, houve corrida às compras, interrompida pelo índice preliminar de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan. Tal dado caiu de 62,6 em abril para 59,5 em maio, o menor nível desde junho de 1980, e derrubou os índices de ações. No final do dia, no entanto, as quedas foram sendo devolvidas e o S&P até conseguiu subir, 0,13%. O Dow Jones fechou em baixa de 0,05% e o Nasdaq, de 0,19%.
O petróleo também foi um dado a pressionar o recuo das bolsas americanas. Na Bolsa Mercantil de Nova York, o barril do óleo fechou com preço recorde de US$ 126,29, em alta de 1,75%, depois de ter batido o patamar inédito de US$ 127,82 durante o pregão. Uma das razões que explicam sua alta é a mesma válida para os metais: com o terremoto, a China deve consumir mais commodities para recuperar as zonas atingidas.
Commodities em elevação são um bom sinal para a Bovespa, já que podem garantir alta às blue chips (ações de primeira linha) Petrobras e Vale. E foi o que aconteceu hoje. Petrobras PN ganhou 2,21%, Petrobras ON subiu 2,66%, Vale PNA avançou 3,13% e Vale ON registrou alta de 3,58%. O setor siderúrgico também se manteve em destaque de ganhos, na esteira da demanda aquecida por aço e também pela perspectiva de aumento da produção e de repasse de preços. Gerdau PN disparou 5,07% e Usiminas PNA avançou 4,13%.

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