terça-feira, 24 de março de 2009

Bolsa de NY fecha em baixa com setor financeiro

por Suzi Katzumata de Agência ESTADO
24 de Março de 2009 19:06

Nova York - O mercado de ações norte-americano fechou em baixa, com uma liquidação no final da sessão dos papéis financeiros refletindo uma cautela dos operadores com relação à eficácia do mais recente plano do Departamento do Tesouro. As ações de tecnologia também foram alvo de realização de lucro, depois dos acentuados ganhos de segunda-feira.
O índice Dow Jones caiu 115,65 pontos, ou 1,49%, e fechou em 7.660,21 pontos. O Nasdaq recuou 39,25 pontos, ou 2,52%, e fechou em 1.516,52 pontos. O S&P-500 caiu 16,67 pontos, ou 2,03%, e fechou em 806,25 pontos. O NYSE Composite recuou 121,53 pontos, ou 2,34%, e fechou em 5.064,33 pontos.
As ações começaram o dia fracas, com os investidores acompanhando com atenção a audiência em Washington sobre o socorro do governo federal à seguradora AIG. O mercado chegou a reduzir as perdas no início da tarde, mas apenas para escorregar novamente perto do fechamento.
"Ontem foi um dia de euforia e hoje as pessoas estavam mais racionais e olhando atrás e além do plano", disse Kevin D. Mahn, diretor-gerente da Hennion & Walsh para o CNNMoney.com. Ele disse que, no longo prazo, as perspectivas para uma recuperação no mercado de ações são boas. Mas, no curto prazo, a volatilidade não vai desaparecer.
Entre os bancos com exposição aos ativos hipotecários e outros ativos para os quais o Tesouro está tentando criar um mercado, as ações do Bank of America lideraram as perdas, com uma queda de 8,33%. As ações do JPMorgan caíram 9,15%, enquanto as do Citigroup recuaram 3,51%.
No setor de tecnologia, as ações da Intel caíram 3,35%, as Microsoft recuaram 2,18% e as da HP fecharam em baixa de 1,70%.
As companhias aéreas também caíram depois que a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) disse que prevê uma perda de US$ 4,7 bilhões para o setor em 2009, quase o dobro da projeção inicial. A Iata espera que a desaceleração do comércio global leve à uma queda maior do que a registrada em consequência dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. As ações da Southwest Airlines caíram 2%. As informações são da Dow Jones e do site do Nasdaq.

Ibovespa fecha em baixa de 2,27% com bancos e Vale

por Agência ESTADO
24 de Março de 2009 17:51

Depois das fortes altas de ontem, o caminho natural a ser seguido pelo mercado acionário era o de uma correção no preço dos ativos. E como o noticiário e a agenda permitiram, foi isso o que aconteceu. Na Bovespa, a baixa foi um pouco mais forte do que nos Estados Unidos, onde o índice Dow Jones ensaiou até mesmo uma recuperação à tarde. Bancos, que ontem estiveram entre os maiores ganhos, acompanhando o setor nos EUA, hoje também seguiram à frente nas vendas.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa doméstica, terminou a sessão na mínima do dia, em queda de 2,27%, aos 41.475,83 pontos. Na máxima, atingiu os 42.439 pontos (estabilidade). No mês, acumula ganhos de 8,62% e, no ano, de 10,45%. O giro financeiro totalizou R$ 4,141 bilhões.
A Bovespa trabalhou de novo colada às bolsas norte-americanas, que, embora ainda estejam festejando o plano para retirar ativos tóxicos das carteiras dos bancos, hoje devolveram parte das fortes altas de ontem. Por enquanto, os investidores ainda estão crentes no sucesso da operação, que pode atingir US$ 1 trilhão.
Nos EUA, o Dow Jones fechou em baixa de 1,49%, o S&P, de 2,02%, e o Nasdaq, de 2,41%. Os dados são preliminares. As declarações do secretário do Tesouro, Timothy Geithner, e do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), Ben Bernanke, durante audiência do Comitê de Serviços Financeiros da Câmara para examinar a supervisão da intervenção do governo federal na seguradora AIG não fizeram preço nos ativos.
A queda dos metais levou as ações da Vale a recuarem. Os papéis ainda foram pressionados pela notícia de que o chefe da divisão de minério de ferro da Rio Tinto, Sam Walsh, confirmou que os preços dos contratos vão cair neste ano. Ele, no entanto, afirmou que os preços no mercado à vista não confirmam uma redução de 50%. Em Cingapura, durante conferência, o diretor de Finanças da Vale, Fabio Barbosa, disse que a indústria de mineração mundial irá utilizar cada vez mais os fundos soberanos como fonte de capital. Vale ON recuou 3,63% e PNA, 3,42%.
As siderúrgicas também terminaram no vermelho, com CSN ON em destaque (-2,26%). Os investidores estão esperando um resultado operacional mais fraco no balanço do quarto trimestre que a empresa vai divulgar. Gerdau PN caiu 0,49%, Metalúrgica Gerdau PN recuou 0,75% e Usiminas PNA perdeu 1,24%.
Petrobras ON recuou 2,10% e PN, 1,65%. O presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, deu declarações sobre os preços da gasolina. Em audiência pública no Senado, disse que a empresa não vai reduzir o preço da gasolina nas refinarias e que a atual tendência para os preços internacionais do produto é de alta e não de baixa. Porém, mais tarde, a jornalistas, ele admitiu que os preços vão, sim, sofrer uma correção, mas evitou falar em prazos. "Há previsão de reajuste. Quando, eu não sei. Vai depender da estabilidade do mercado internacional", disse. Na sexta-feira, o diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, sugeriu que a esperada redução nos preços dos combustíveis poderia acontecer em abril. Na Bolsa Mercantil de Nova York, o petróleo terminou o dia em alta de 0,33%, a US$ 53,98.
Os bancos, que ontem exibiram altas expressivas, tiveram queda forte, com o Unibanco Unit, a maior alta do setor ontem, hoje na liderança das perdas. Este papel recuou 5,03%. Itaú PN caiu 3,59%, Bradesco PN, 2,12%, e BB ON, 2,68%.

IBOV...após 23/03...suportes e resistências


Após sinalizar que poderia reverter parte dos ganhos da semana anterior, o IBOVESPA acompanhou a euforia dos mercados americanos com a possibilidade de "remoção" dos ativos podres dos balanços do sistema financeiro americano. Apesar de não ficar ainda muito claro "quanto e como" o Tesouro americano irá pagar essa "conta", os mercados reagiram com muita força lá e aqui, atingindo altas superiores a 6%. O Ibov rompeu o patamar dos 41.850 pontos até retomar os 42 mil pontos, atingindo a máxima nos 42.509 pontos (+6,1%). Depois, refluiu para finalizar em 42.438 pontos (+5,89%). O gráfico diário formou um "candle" semelhante a um "marubozu vazio", mostrando a força da pressão compradora. Por outro lado, os indicadores do gráfico diário ficaram fortemente sobrecomprados, sinalizando uma forte possibilidade de realização na abertura do pregão.

Suportes imediatos em 41.838, 41.750, 41.545, 41.170 e 40.850 pontos.
Resistências imediatas em 42.475, 42.820 e 43.440 pontos.