terça-feira, 24 de março de 2009

Ibovespa fecha em baixa de 2,27% com bancos e Vale

por Agência ESTADO
24 de Março de 2009 17:51

Depois das fortes altas de ontem, o caminho natural a ser seguido pelo mercado acionário era o de uma correção no preço dos ativos. E como o noticiário e a agenda permitiram, foi isso o que aconteceu. Na Bovespa, a baixa foi um pouco mais forte do que nos Estados Unidos, onde o índice Dow Jones ensaiou até mesmo uma recuperação à tarde. Bancos, que ontem estiveram entre os maiores ganhos, acompanhando o setor nos EUA, hoje também seguiram à frente nas vendas.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa doméstica, terminou a sessão na mínima do dia, em queda de 2,27%, aos 41.475,83 pontos. Na máxima, atingiu os 42.439 pontos (estabilidade). No mês, acumula ganhos de 8,62% e, no ano, de 10,45%. O giro financeiro totalizou R$ 4,141 bilhões.
A Bovespa trabalhou de novo colada às bolsas norte-americanas, que, embora ainda estejam festejando o plano para retirar ativos tóxicos das carteiras dos bancos, hoje devolveram parte das fortes altas de ontem. Por enquanto, os investidores ainda estão crentes no sucesso da operação, que pode atingir US$ 1 trilhão.
Nos EUA, o Dow Jones fechou em baixa de 1,49%, o S&P, de 2,02%, e o Nasdaq, de 2,41%. Os dados são preliminares. As declarações do secretário do Tesouro, Timothy Geithner, e do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), Ben Bernanke, durante audiência do Comitê de Serviços Financeiros da Câmara para examinar a supervisão da intervenção do governo federal na seguradora AIG não fizeram preço nos ativos.
A queda dos metais levou as ações da Vale a recuarem. Os papéis ainda foram pressionados pela notícia de que o chefe da divisão de minério de ferro da Rio Tinto, Sam Walsh, confirmou que os preços dos contratos vão cair neste ano. Ele, no entanto, afirmou que os preços no mercado à vista não confirmam uma redução de 50%. Em Cingapura, durante conferência, o diretor de Finanças da Vale, Fabio Barbosa, disse que a indústria de mineração mundial irá utilizar cada vez mais os fundos soberanos como fonte de capital. Vale ON recuou 3,63% e PNA, 3,42%.
As siderúrgicas também terminaram no vermelho, com CSN ON em destaque (-2,26%). Os investidores estão esperando um resultado operacional mais fraco no balanço do quarto trimestre que a empresa vai divulgar. Gerdau PN caiu 0,49%, Metalúrgica Gerdau PN recuou 0,75% e Usiminas PNA perdeu 1,24%.
Petrobras ON recuou 2,10% e PN, 1,65%. O presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, deu declarações sobre os preços da gasolina. Em audiência pública no Senado, disse que a empresa não vai reduzir o preço da gasolina nas refinarias e que a atual tendência para os preços internacionais do produto é de alta e não de baixa. Porém, mais tarde, a jornalistas, ele admitiu que os preços vão, sim, sofrer uma correção, mas evitou falar em prazos. "Há previsão de reajuste. Quando, eu não sei. Vai depender da estabilidade do mercado internacional", disse. Na sexta-feira, o diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, sugeriu que a esperada redução nos preços dos combustíveis poderia acontecer em abril. Na Bolsa Mercantil de Nova York, o petróleo terminou o dia em alta de 0,33%, a US$ 53,98.
Os bancos, que ontem exibiram altas expressivas, tiveram queda forte, com o Unibanco Unit, a maior alta do setor ontem, hoje na liderança das perdas. Este papel recuou 5,03%. Itaú PN caiu 3,59%, Bradesco PN, 2,12%, e BB ON, 2,68%.

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