quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Corte global de juro não evita queda de 3,85% na Bolsa

por Paula Laier da Agência Estado
08.10.2008 18h10

A Bolsa de Valores de São Paulo teve mais um dia de forte oscilação hoje e fechou em queda de 3,85% a 38.593,54 pontos - a menor pontuação desde 11 de outubro de 2006 (38.322,21 pontos). Foi o quinto pregão seguido de perdas. Durante o pregão, o índice Bovespa oscilou da mínima de 37.597 pontos (-6,33%) à máxima de 40.439 pontos (+0,75%). O volume financeiro somou R$ 7,04 bilhões.
O corte coordenado na taxa de juros pelos bancos centrais dos Estados Unidos, Banco Central Europeu (zona do euro), Reino Unido, Canadá, Suíça, Suécia, Hong Kong, China e Emirados Árabes (nesse caso porque a moeda do país é atrelada ao dólar norte-americano), embora tenha sido visto como um passo na direção certa, não foi suficiente para acalmar os investidores nas principais praças financeiras internacionais, o que manteve a Bolsa brasileira sob pressão. A medida, conforme um economista de um banco estrangeiro, "pode contribuir, em parte, para restabelecer a confiança (que é a questão fundamental), mas como diz o Banco de Inglaterra não resolverá o problema de fundo, que continua a ser a necessária a recapitalização dos bancos".
Tal percepção explica a reação quase indiferente dos investidores, embora as Bolsas em Nova York e no Brasil tenham trabalhado em território positivo em alguns momentos do dia. Na Ásia, antes da ação coordenada dos BCs, a Bolsa de Tóquio desabou 9,38%, o que correspondeu à maior queda porcentual em 21 anos. Na Europa, após a ação dos bancos centrais, a Bolsa de Londres fechou em queda de 5,18%. A Bolsa de Paris perdeu 6,31% e Frankfurt cedeu 5,88%. Nos EUA, apesar de ameaçar uma melhora durante o pregão à tarde, os principais índices acionários encerraram no vermelho. O Dow Jones caiu 2%, o S&P-500 recuou 1,14% e o Nasdaq perdeu 0,83%. Nas máximas, o Dow chegou a subir 1,92% e o S&P-500, 2,49%.
"Parece ser um cabo-de-guerra entre os touros (bulls, aqueles apostam na alta dos preços) e os ursos (bears, aqueles que apostam na queda dos preços)", disse Robert Olman, presidente da Alpha Search Advisory Partners, à agência Dow Jones sobre a oscilação em Wall Street. "O que estamos realmente vendo é uma completa falta de convicção de todos sobre para onde o mercado está indo", acrescentou.
Além do alinhamento com as bolsas globais, particularmente as norte-americanas, a Bovespa mirou o comportamento do dólar em boa parte da sessão de hoje. Na taxa máxima, ainda na parte da manhã, a cotação do dólar comercial atingiu R$ 2,45 (alta de 5,97%) no mercado interbancário e R$ 2,53 (alta de 9,43%) na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). Isso reforçou o medo dos investidores de que aumentem os problemas de liquidez em empresas que fizeram operações no mercado futuro de dólar, apostando na estabilidade ou baixa da moeda, e de instituições financeiras que montaram esse tipo de operação - as ações do setor financeiro sentiram isso. No caso das instituições financeiras, a preocupação está relacionada ao risco de inadimplência por parte das empresas que fizeram operações no mercado futuro. À tarde, o dólar inverteu o sinal e encerrou o dia em queda de 1,38% a R$ 2,28. Mesmo assim, as ações do setor bancário fecharam no vermelho: Bradesco PN caiu 0,39%, Itaú PN -2,72%, Banco do Brasil ON -4,22% e Unibanco units -1,28%.
No caso das blue chips Petrobras e Vale, as ações preferenciais (PN) da estatal do petróleo caíram 6,04% e as ordinárias recuaram 5,01%, enquanto os papéis PNA da Vale cederam 1,23% e os ON tiveram decréscimo de 0,07%.
Entre as ações que compõem o Ibovespa, Cesp PNB liderou as perdas, com baixa de 17,27%, seguida por Net PN (-13,67%) e VCP PN (-13,65%). No outro extremo: Perdigão S.A. subiu 6,73%, Brasil Telecom Participações ON aumentou 5,99% e BM&FBovespa ON valorizou-se 5,97%.

Bolsa de Nova York fecha em queda pelo 6º dia seguido

por Renato Martins da Agência Estado
08.10.2008 19h11

O mercado norte-americano de ações fechou em queda pelo sexto dia consecutivo, apesar da ação coordenada de vários bancos centrais que incluiu uma redução de 0,5 ponto porcentual na taxa básica de juros nos Estados Unidos, para 1,5% ao ano. Prevaleceu o sentimento de que a economia global caminha para uma recessão e de que mais empresas do setor financeiro poderão falir.
O índice Dow Jones fechou no nível mais baixo desde 11 de agosto de 2003. O Nasdaq fechou no nível mais baixo desde 18 de agosto de 2003. O S&P-500 fechou no nível mais baixo desde 13 de agosto de 2003; desde o começo de outubro, a perda de capitalização de mercado das ações listadas no S&P-500 alcança US$ 1,48 trilhão, de acordo com a Standard & Poor's.
Nos três primeiros pregões desta semana, o índice Dow Jones acumula uma queda de 11,68%, após uma queda de 7,34% na semana passada; para efeito de comparação, na semana até 19 de outubro de 1929, a pior do "crash", o Dow Jones havia caído 8,2%. Em 1987, na semana de outubro iniciada com a Segunda-Feira Negra, o Dow Jones havia caído 13%. Desde o começo de outubro deste ano, o Dow Jones acumula uma queda de 15%, comparável a uma perda de 20% em outubro de 1929 e a uma queda de 23% em outubro de 1987.
O dia foi marcado por forte volatilidade, com o índice Dow Jones chegando a cair 252 pontos e a subir 181 pontos. O movimento final dos índices do mercado para baixo aconteceu depois de o secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson, advertir que deverão acontecer mais falências de instituições financeiras, apesar das medidas de socorro anunciadas por vários governos.
Entre as componentes do Dow, o destaque negativo foi Alcoa, com queda de 11,97%, depois de a empresa divulgar resultados; as da General Motors perderam 8,60% e as do Bank of America recuaram 7,03%, em reação a informes de que a instituição poderá recomprar até US$ 4,7 bilhões em títulos de leilão de taxas ("auction rate securities"), para evitar acusações de fraude.
O índice Dow Jones fechou hoje em queda de 189,01 pontos (-2%), em 9.258,10 pontos. A mínima foi em 9.194,78 pontos e a máxima em 9.628,07 pontos. O Nasdaq fechou em queda de 14,55 pontos (-0,83%), em 1.740,33 pontos, com mínima em 1.706,86 pontos e máxima em 1.806,89 pontos. O S&P-500 caiu 11,29 pontos (-1,13%), para fechar em 984,94 pontos, com mínima em 970,97 pontos e máxima em 1.021,06 pontos. As informações são da Dow Jones.
Bolsa de Nova York fecha em queda pelo 6º dia seguido | 08.10.2008 | 19h11
PublicidadePor Renato MartinsAgência Estado O mercado norte-americano de ações fechou em queda pelo sexto dia consecutivo, apesar da ação coordenada de vários bancos centrais que incluiu uma redução de 0,5 ponto porcentual na taxa básica de juros nos Estados Unidos, para 1,5% ao ano. Prevaleceu o sentimento de que a economia global caminha para uma recessão e de que mais empresas do setor financeiro poderão falir.
O índice Dow Jones fechou no nível mais baixo desde 11 de agosto de 2003. O Nasdaq fechou no nível mais baixo desde 18 de agosto de 2003. O S&P-500 fechou no nível mais baixo desde 13 de agosto de 2003; desde o começo de outubro, a perda de capitalização de mercado das ações listadas no S&P-500 alcança US$ 1,48 trilhão, de acordo com a Standard & Poor's.
Nos três primeiros pregões desta semana, o índice Dow Jones acumula uma queda de 11,68%, após uma queda de 7,34% na semana passada; para efeito de comparação, na semana até 19 de outubro de 1929, a pior do "crash", o Dow Jones havia caído 8,2%. Em 1987, na semana de outubro iniciada com a Segunda-Feira Negra, o Dow Jones havia caído 13%. Desde o começo de outubro deste ano, o Dow Jones acumula uma queda de 15%, comparável a uma perda de 20% em outubro de 1929 e a uma queda de 23% em outubro de 1987.
O dia foi marcado por forte volatilidade, com o índice Dow Jones chegando a cair 252 pontos e a subir 181 pontos. O movimento final dos índices do mercado para baixo aconteceu depois de o secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson, advertir que deverão acontecer mais falências de instituições financeiras, apesar das medidas de socorro anunciadas por vários governos.
Entre as componentes do Dow, o destaque negativo foi Alcoa, com queda de 11,97%, depois de a empresa divulgar resultados; as da General Motors perderam 8,60% e as do Bank of America recuaram 7,03%, em reação a informes de que a instituição poderá recomprar até US$ 4,7 bilhões em títulos de leilão de taxas ("auction rate securities"), para evitar acusações de fraude.
O índice Dow Jones fechou hoje em queda de 189,01 pontos (-2%), em 9.258,10 pontos. A mínima foi em 9.194,78 pontos e a máxima em 9.628,07 pontos. O Nasdaq fechou em queda de 14,55 pontos (-0,83%), em 1.740,33 pontos, com mínima em 1.706,86 pontos e máxima em 1.806,89 pontos. O S&P-500 caiu 11,29 pontos (-1,13%), para fechar em 984,94 pontos, com mínima em 970,97 pontos e máxima em 1.021,06 pontos. As informações são da Dow Jones.