segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Dow Jones encerra em alta de 11%, a maior desde 1933

13 de Outubro de 2008 18:40


O mercado norte-americano de ações, que havia registrado na semana passada sua pior semana em todos os tempos, fechou em alta forte. O índice Dow Jones, que havia perdido 2.400 pontos na semana passada, teve hoje sua maior alta em pontos de todos os tempos; em termos porcentuais, foi o quinto maior avanço de todos os tempos e o maior desde 15 de março de 1933. O S&P-500 teve sua maior alta porcentual desde 1939.
O mercado reagiu ao anúncio do compromisso dos governos dos países europeus com a recapitalização dos bancos, numa série de iniciativas totalizando quase US$ 2,55 trilhões, segundo estimativa do Financial Times. Nos EUA, o secretário do Tesouro, Henry Paulson, reuniu-se durante a tarde com representantes dos maiores bancos norte-americanos para discutir uma "iniciativa para a estabilização dos mercados financeiros".
Vários mercados de crédito estavam fechados hoje, por causa do feriado norte-americano do Dia de Colombo, o que levou muitos analistas a sugerirem que o verdadeiro teste para as várias iniciativas anunciadas será amanhã; a perspectiva dos mercados dependerá da restauração da confiança entre bancos e do mercado de dívida de curto prazo. "Não temos como verificar se o fundo do poço foi atingido na sexta-feira por causa do feriado bancário", comentou Art Cashin, chefe de operações do UBS no pregão da NYSE. Já Lorenzio di Mattia, gerente do fundo de hedge Sibilla Global Fund, disse que usou a alta de hoje como oportunidade para vender ações que havia comprado na semana passada. "Acho que a maior parte do rali já está concluída", acrescentou.
Entre as ações que mais subiram estavam as dos setores que mais haviam caído na semana passada: as do setor financeiro, as das montadoras e as ligadas a commodities (matérias-primas). As ações do banco de investimentos Morgan Stanley subiram 86,98%, em reação à confirmação da venda de 21% da empresa para o grupo financeiro japonês Mitsubishi UFJ por US$ 9 bilhões. Outros destaques no setor financeiro foram American Express (+17,93%) e Citigroup (+11,62%). Entre as montadoras, as ações da General Motors subiram 33,13%, em meio a rumores de uma fusão; as da Ford avançaram 20,10%. No setor de commodities, as ações da Alcoa subiram 22,84%. As ações do setor de petróleo também tiveram alta forte, em reação à recuperação dos preços do produto (ExxonMobil ganhou 17,19% e Chevron, 20,85%). Outros destaques entre as componentes do Dow Jones foram Microsoft (+18,60%) e AT&T (+16,28%).
O índice Dow Jones fechou em alta de 936,42 pontos, ou 11,08%, em 9.387,61 pontos, reduzindo sua queda acumulada em 2008 para 29,23%. A mínima foi em 8.463,18 pontos e a máxima em 9.427,99 pontos. O Nasdaq fechou em alta de 194,74 pontos, ou 11,81%, em 1.844,25 pontos, reduzindo sua queda acumulada no ano para 30,47%. O S&P-500 subiu 104,13 pontos, ou 11,58%, para fechar em 1.003,35 pontos, e agora acumula queda de 31,67% neste ano. O NYSE Composite avançou 699,00 pontos, ou 12,25%, para 6.403,13 pontos. As informações são da Dow Jones.

Bolsa fecha em alta de 14,66%, a maior desde 1999

por Agência Estado
13 de Outubro de 2008 17:49

Após uma semana com perdas históricas nas principais praças financeiras internacionais, os investidores reagiram com otimismo hoje à ação coordenada de vários governos europeus que decidiram no fim de semana colocar em ação um plano de criação de fundos nacionais de recapitalização e de garantias do sistema financeiro. As altas na Ásia e na Europa contagiaram as operações nos Estados Unidos, beneficiando a Bovespa.
No encerramento, o Ibovespa registrou 40.829,13 pontos, na máxima do dia, em alta de 14,66% - a maior variação positiva desde 15 de janeiro de 1999, quando o índice subiu 33,4%. Durante a sessão hoje, a mínima foi aos 35.609 pontos (estável). O volume financeiro somou R$ 5,248 bilhões. Apenas para ilustrar, na semana passada, a Bolsa acumulou uma perda de 20%. Hoje, nenhuma das 66 ações que compõem o Ibovespa encerrou no vermelho; 47 delas, ou mais de dois terços, tiveram ganhos superiores a 10%.
Ontem, em Paris, líderes dos 15 países que integram a zona do euro afirmaram que irão garantir os empréstimos interbancários até 2009 e permitir que os governos comprem ações de instituições financeiras em dificuldade. Alemanha, França e outros países europeus divulgaram planos de resgate para recapitalizar seus bancos e descongelar o mercado de crédito, na esteira do anúncio de medidas no Reino Unido para estatizar partes de seu sistema bancário, uma campanha coordenada com a qual irão gastar mais de 1,68 trilhão de euros (US$ 2,28 trilhões), conforme reportagem do Financial Times.
"Nós estamos muito satisfeitos ou, melhor, imensamente aliviados com o fato de que a zona do euro chegou a um plano para combater o atual estresse financeiro", diz relatório do BNP Paribas divulgado hoje a clientes. "Nós saudamos sinceramente o fato de que alguma coisa foi feita, finalmente. Combinado com as medidas do BCE na última semana, equivale a um substancial e coerente plano para enfrentar o estresse no setor financeiro", diz o relatório.
"Ninguém pode esperar que qualquer uma dessas medidas possa evitar a recessão. As forças da contração econômica já estão em movimento há muito tempo devido à crise de crédito", disse Mike Lenhoff, estrategista-chefe da Brewin Dolphin Securities em Londres, à Dow Jones. "Mas a intenção por trás da introdução das ações coordenadas e, em grande parte, a resposta uniforme têm como objetivo restaurar a confiança e prevenir que a recessão se transforme em algo muito pior", acrescentou o especialista.
Ainda, as autoridades britânicas confirmaram o investimento de 37 bilhões de libras esterlinas (US$ 64 bilhões) no Royal Bank of Scotland (RBS), no Lloyds TSB e no HBOS para elevar o capital dessas instituições. E o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) anunciou que proverá o que for necessário de recursos em dólar por meio de suas linhas de swap (troca de ativos financeiros) com o Banco Central Europeu, o Banco da Inglaterra e o Banco da Suíça.
A "ousadia" européia evitou alguma reação mais morna ao resultado do encontro do G-7, em Washington. Na sexta-feira, o grupo dos sete países mais ricos do mundo mostrou consenso entre os participantes em torno da necessidade de recapitalizar bancos com fundos públicos e privados, garantir depósitos e descongelar os mercados de crédito. Mas não trouxe medidas concretas e ameaçou frustrar os investidores, conforme chamou a atenção relatório de uma importante consultoria internacional enviado a clientes. "O menos do que decisivo comunicado do G-7 é improvável de amenizar os receios", diz.
Na Europa, os principais índices acionários fecharam com altas expressivas. O londrino FTSE-100 avançou 8,26%. Em Paris, o CAC-40 aumentou 11,18%. O DAX, de Frankfurt, ganhou 11,40%. Na Ásia, a Bolsa de Tóquio não funcionou por feriado no país, mas os outros mercados também fecharam no azul. A Bolsa de Hong Kong subiu 10,2% e a de Cingapura, 6,6%. Em Nova York, o índice Dow Jones subiu 11,08%, o S&P-500 aumentou 11,58% e o Nasdaq Composite valorizou-se 11,81%.
No Brasil, o Banco Central também anunciou novas medidas que impulsionaram as ações do setor bancário - já influenciadas positivamente pelas suas pares nas bolsas norte-americanas e européias. A autoridade monetária nacional decidiu implementar, a partir de hoje, um "programa de liberação integral dos recolhimentos compulsórios". A medida vai atingir os depósitos a prazo e interfinanceiros de empresas de arrendamento mercantil (leasing) e também a exigibilidade adicional, que atualmente recai sobre os depósitos à vista e a prazo. Segundo a autoridade monetária, a decisão libera até R$ 100 bilhões.
Nesse cenário, Bradesco PN subiu 22,13%, Itaú PN valorizou-se 23,37%, Banco do Brasil ON aumentou 20,71% e Unibanco units ganharam 22,77%.
As blue chips (ações de primeira linha) da Bolsa brasileira também apresentaram avanços significativos. Petrobras PN ganhou 12,08% e Petrobras ON, 11,66%, beneficiadas ainda pela alta dos preços do petróleo no mercado internacional. Na Bolsa Mercantil de Nova York, o petróleo subiu 4,49%, a US$ 81,19 por barril. No caso das ações da Vale, a elevação nos preços dos metais também corroborou a recuperação dos papéis. Vale PNA subiu 13% e Vale ON, 13,07%.
No Ibovespa, as altas foram lideradas por Ultrapar PN (+31,14%), JBS ON (+27,24%) e B2W ON (26,11%).

IBOV...após 10/10...depois de 7 pregões em queda, possibilidade de forte alta...


O Ibovespa abriu na máxima em 37.079 pontos e impulsionado pelos índices futuros em forte queda, foi buscar a mínima em 33.303 pontos (-10,18%), quando foi acionado o "circuit breaker" . Após a retomada dos trabalhos, iniciou processo de recuperação gradual, até retomar novamente o patamar dos 34 mil pontos. Com a melhora do desempenho de DJI, nas últimas horas de pregão, o Ibovespa em sintonia com DJI, recuperou os 35 mil pontos novamente, finalizando em 35.609 pontos (-3,97%).

Análise: O "candle" produzido no final do pregão é um "martelo cheio" que pode estar sinalizando reversão para alta, após 7 pregões de quedas sucessivas. Os principais indicadores do gráfico diário sinalizam ainda a tendência de queda, embora muito sobrevendidos, sugerindo reversão. Os índices futuros do Ibovespa e dos mercados externos, antes da abertura do pregão, poderão confirmar a intensidade deste pregão.

Suportes imediatos em 33.500, 31.900, 31.100 e 30.800 pontos.

Resistências imediatas em 36.500, 37.900, 38.300 e 40 mil pontos.