quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Bolsas de NY fecham em baixa com indicadores mistos

por Agência ESTADO
17 de Setembro de 2009 19:25

Os índices do mercado de ações dos EUA interromperam a série de ganhos observada desde o início da semana e fecharam em leve queda, diante de indicadores mistos sobre a economia do país. O Dow Jones caiu 7,79 pontos, ou 0,08%, para 9.783,92 pontos, o S&P 500 recuou 3,27 pontos, ou 0,31%, para 1.065,49 pontos, e o Nasdaq perdeu 6,40 pontos, ou 0,30%, para 2.126,75 pontos. Ontem, o Dow Jones e o S&P 500 fecharam a sessão no maior patamar desde o início de outubro de 2008, enquanto o Nasdaq encerrou o dia no maior nível desde 26 de setembro.

A Verizon Communications caiu 3% e registrou a queda mais acentuada entre os componentes do índice Dow Jones. As empresas de telecomunicações tiveram um desempenho particularmente fraco na sessão de hoje após executivos do setor afirmarem durante uma conferência que esperam uma estabilização da economia, mas sem melhoras no curto prazo.

A Oracle contribuiu para o declínio das ações do setor de tecnologia e fechou em baixa de 2,8%. A companhia divulgou ontem que as vendas de licenças caíram 17% no primeiro trimestre fiscal.

A FedEx perdeu 2,2% após divulgar que seu lucro no primeiro trimestre fiscal encolheu 53% em relação a igual período do ano passado. Na semana passada, a companhia demonstrou otimismo em relação aos resultados do período e previu "uma recuperação contínua e modesta da economia mundial."

Pela manhã, o Departamento de Trabalho dos EUA divulgou que o número de trabalhadores que entraram pela primeira vez com pedido de auxílio-desemprego caiu 12 mil na semana até 12 de setembro, enquanto os economistas ouvidos pela Dow Jones esperavam alta de 13 mil. Apesar disso, o número total de norte-americanos que recebiam auxílio-desemprego na semana encerrada em 5 de setembro subiu 129 mil, para 6,230 milhões.

Os dados sobre as obras residenciais nos EUA também dividiram os investidores. Segundo o Departamento de Comércio do país, o número de obras residenciais iniciadas cresceu 1,5% em agosto ante julho - ritmo mais fraco que o esperado por analistas, que previam alta de 3,3%.

O índice de atividade das empresas do Federal Reserve da Filadélfia, por sua vez, saltou para 14,1 em setembro - nível mais alto desde junho de 2007 -, de 4,2 em agosto. Economistas esperavam que o índice avançasse para 8. O subíndice de emprego, entretanto, caiu para -14,3 em setembro, de -12,9 em agosto, enquanto o de novas encomendas recuou para 3,3 em setembro, de 4,2 em agosto.

"Parece realmente que o mercado está recuando e, na ausência de qualquer notícia realmente positiva, os traders passaram a operar na defensiva", disse Terry L. Morris, gerente de mercado de ações da National Penn Investors Trust Co.

No entanto, para David Kelson, gerente de carteiras de investimento da Talon Asset Management, "há uma quantidade tremenda de dinheiro fora do mercado" aliada a investidores sentindo que perderam a oportunidade de aproveitar o recente rali das ações. "Então toda vez que há uma pequena onda de vendas, o mercado encontra suporte", acrescentou.

Amanhã, o mercado financeiro norte-americano passará por uma sessão de "quadruple witching" - isto é, o dia de vencimento dos contratos futuros de índices de ações, das opções destes índices, dos contratos futuros de ações individuais (SSF) e de opções de ações. Segundo alguns operadores, isto pode levar a um aumento no número de investidores ajustando posições e provocar maior volatilidade nas bolsas. As informações são da Dow Jones.

Após 3 altas, Ibovespa recua 0,29% em sessão volátil

por Agência ESTADO
17 de Setembro de 2009 17:42

Depois de ter saltado em apenas três sessões do nível de 58 mil pontos para o de 60 mil, a Bovespa deu sinais de cansaço nesta sessão, em boa parte por causa dos indicadores sem uniformidade divulgados nos Estados Unidos. A tão falada realização de lucros ensaiou vingar em vários momentos desta quinta-feira, mas quando ela surgia, abria uma brecha para compras, rapidamente preenchida pelos investidores. No final da sessão, no entanto, as vendas conseguiram, enfim, se sobrepor.

O índice Bovespa acabou o pregão em baixa de 0,29%, aos 60.236,03 pontos. Na mínima do dia, registrou 60.116 pontos (-0,49%) e, na máxima, de 61.027 pontos (+1,02%). No mês, acumula alta de 6,64% e, no ano, de 60,42%. Os dados são preliminares.

O giro financeiro novamente é testemunha da atratividade da Bolsa brasileira sobre os investidores estrangeiros. O movimento do dia somou R$ 6,685 bilhões, acima da média diária de R$ 5,193 bilhões registrada em setembro até ontem, de acordo com dados da Bolsa.

Além dos indicadores internos que mostram resistência da economia doméstica à crise, os investidores também estariam trazendo dinheiro para o País, segundo uma fonte de uma corretora paulista, na expectativa do upgrade pela Moody's, a única das três grandes agências de classificação de risco de crédito que ainda não elevou o Brasil ao chamado grau de investimento. "Há duas semanas, saiu a notícia de que o upgrade poderia sair ainda em setembro e, num dia como hoje, com noticiário mais fraco, o assunto voltou", comentou, ao lembrar ainda que, ontem, a Moody's elevou o rating soberano da Indonésia em um grau, para Ba2.

No dia 26 de agosto, o vice-presidente da Moody´s e principal analista do Brasil da agência de rating, Mauro Leos, afirmou que a reunião do Comitê de Rating da Moody´s, que pode conceder upgrade ao Brasil, deve ocorrer em "alguma data em setembro".

Segundo a fonte, a Bovespa está 'esticada', mas, como muitos investidores perderam essa puxada do mercado, querem voltar para não ficar de fora num eventual novo salto - o que poderia eventualmente ocorrer no caso do upgrade da Moody's, por exemplo.

A oscilação das ações hoje teve como componente, além dos ganhos das últimas sessões, também o vencimento de opções sobre ações na próxima segunda-feira, com muitos investidores atuando principalmente nas ações da Vale e Petrobras. Vale, ON perdeu 1,24% e PNA, 0,99%.

Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), os contratos do petróleo para outubro registraram recuo de 0,06% nos preços, para US$ 72,47. Petrobras ON avançou 0,12% e Petrobras, PN caiu 0,15%. O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, disse que hoje que a empresa planeja acessar o mercado para captar "mais de US$ 3 bilhões" para pagar parte do empréstimo-ponte de US$ 6 bilhões obtido junto a um consórcio de bancos no início do ano para financiar seus planos de investimento.

As bolsas norte-americanas tiveram o mesmo comportamento errático: o Dow Jones caiu 0,08%, aos 9.783,92 pontos, o S&P 500 terminou em baixa de 0,31%, aos 1.065,49 pontos, e o Nasdaq recuou 0,30%, aos 2.126,75 pontos.

De volta à Bovespa, BB ON subiu 1,20%. O governo autorizou a instituição a emitir recibos de ações (ADRs) na Bolsa de Valores de Nova York, lastreadas em ações ordinárias. O governo ainda divulgou decreto que permite ao banco elevar o limite da participação de estrangeiros no capital do BB de 12,5% para 20%.

Bradesco PN terminou em alta de 0,36%. O banco planeja captar pelo menos US$ 500 milhões com sua próxima emissão de bônus no exterior, disse uma fonte ligada à transação à agência Dow Jones. O HSBC e o Bradesco BBI estão coordenando a emissão, que não deve ser precificada até a próxima terça-feira, segundo fontes.

Redecard ON registrou alta de 3,94% e VisaNet ON, de 4,67%. Os papéis ainda reagem à decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), ontem, de suspender a medida preventiva da Secretaria de Direito Econômico (SDE) que havia determinado o fim da exclusividade da VisaNet no credenciamento da bandeira dos cartões de crédito Visa. Além disso, as ações ainda estariam refletindo a expectativa de uma proposta mais branda para a regulação do setor de cartões. Hoje, o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, afirmou que em cerca de 30 dias o governo deve ter prontas as recomendações para o mercado de cartões de crédito.