quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Após 3 altas, Ibovespa recua 0,29% em sessão volátil

por Agência ESTADO
17 de Setembro de 2009 17:42

Depois de ter saltado em apenas três sessões do nível de 58 mil pontos para o de 60 mil, a Bovespa deu sinais de cansaço nesta sessão, em boa parte por causa dos indicadores sem uniformidade divulgados nos Estados Unidos. A tão falada realização de lucros ensaiou vingar em vários momentos desta quinta-feira, mas quando ela surgia, abria uma brecha para compras, rapidamente preenchida pelos investidores. No final da sessão, no entanto, as vendas conseguiram, enfim, se sobrepor.

O índice Bovespa acabou o pregão em baixa de 0,29%, aos 60.236,03 pontos. Na mínima do dia, registrou 60.116 pontos (-0,49%) e, na máxima, de 61.027 pontos (+1,02%). No mês, acumula alta de 6,64% e, no ano, de 60,42%. Os dados são preliminares.

O giro financeiro novamente é testemunha da atratividade da Bolsa brasileira sobre os investidores estrangeiros. O movimento do dia somou R$ 6,685 bilhões, acima da média diária de R$ 5,193 bilhões registrada em setembro até ontem, de acordo com dados da Bolsa.

Além dos indicadores internos que mostram resistência da economia doméstica à crise, os investidores também estariam trazendo dinheiro para o País, segundo uma fonte de uma corretora paulista, na expectativa do upgrade pela Moody's, a única das três grandes agências de classificação de risco de crédito que ainda não elevou o Brasil ao chamado grau de investimento. "Há duas semanas, saiu a notícia de que o upgrade poderia sair ainda em setembro e, num dia como hoje, com noticiário mais fraco, o assunto voltou", comentou, ao lembrar ainda que, ontem, a Moody's elevou o rating soberano da Indonésia em um grau, para Ba2.

No dia 26 de agosto, o vice-presidente da Moody´s e principal analista do Brasil da agência de rating, Mauro Leos, afirmou que a reunião do Comitê de Rating da Moody´s, que pode conceder upgrade ao Brasil, deve ocorrer em "alguma data em setembro".

Segundo a fonte, a Bovespa está 'esticada', mas, como muitos investidores perderam essa puxada do mercado, querem voltar para não ficar de fora num eventual novo salto - o que poderia eventualmente ocorrer no caso do upgrade da Moody's, por exemplo.

A oscilação das ações hoje teve como componente, além dos ganhos das últimas sessões, também o vencimento de opções sobre ações na próxima segunda-feira, com muitos investidores atuando principalmente nas ações da Vale e Petrobras. Vale, ON perdeu 1,24% e PNA, 0,99%.

Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), os contratos do petróleo para outubro registraram recuo de 0,06% nos preços, para US$ 72,47. Petrobras ON avançou 0,12% e Petrobras, PN caiu 0,15%. O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, disse que hoje que a empresa planeja acessar o mercado para captar "mais de US$ 3 bilhões" para pagar parte do empréstimo-ponte de US$ 6 bilhões obtido junto a um consórcio de bancos no início do ano para financiar seus planos de investimento.

As bolsas norte-americanas tiveram o mesmo comportamento errático: o Dow Jones caiu 0,08%, aos 9.783,92 pontos, o S&P 500 terminou em baixa de 0,31%, aos 1.065,49 pontos, e o Nasdaq recuou 0,30%, aos 2.126,75 pontos.

De volta à Bovespa, BB ON subiu 1,20%. O governo autorizou a instituição a emitir recibos de ações (ADRs) na Bolsa de Valores de Nova York, lastreadas em ações ordinárias. O governo ainda divulgou decreto que permite ao banco elevar o limite da participação de estrangeiros no capital do BB de 12,5% para 20%.

Bradesco PN terminou em alta de 0,36%. O banco planeja captar pelo menos US$ 500 milhões com sua próxima emissão de bônus no exterior, disse uma fonte ligada à transação à agência Dow Jones. O HSBC e o Bradesco BBI estão coordenando a emissão, que não deve ser precificada até a próxima terça-feira, segundo fontes.

Redecard ON registrou alta de 3,94% e VisaNet ON, de 4,67%. Os papéis ainda reagem à decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), ontem, de suspender a medida preventiva da Secretaria de Direito Econômico (SDE) que havia determinado o fim da exclusividade da VisaNet no credenciamento da bandeira dos cartões de crédito Visa. Além disso, as ações ainda estariam refletindo a expectativa de uma proposta mais branda para a regulação do setor de cartões. Hoje, o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, afirmou que em cerca de 30 dias o governo deve ter prontas as recomendações para o mercado de cartões de crédito.

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