quinta-feira, 5 de março de 2009

Bolsa de NY fecha em queda forte e Citi cai a US$ 1,02

por Agência ESTADO
05 de Março de 2009 19:45

Os índices Dow Jones e S&P-500 fecharam em novas mínimas em 12 anos, enquanto o Nasdaq recuou para o menor nível em 6 anos, depois que o preço da ação de um dos maiores bancos do mundo e um ícone do setor bancário dos EUA escorregou momentaneamente abaixo de US$ 1,00. Depois de cair a US$ 0,97, as ações do Citigroup fecharam a US$ 1,02, em baixa de 9,73%.

O índice Dow Jones caiu 281,40 pontos, ou 4,09%, e fechou em 6.594,44 pontos, nível mais baixo desde 15 de abril de 1997. O Nasdaq recuou 54,15 pontos, ou 4,00%, e fechou em 1.299,59 pontos, menor nível desde 12 de março de 2003. O S&P-500 caiu 30,32 pontos, ou 4,25%, e fechou em 682,55 pontos, nível mais baixo desde 18 de setembro de 1996. O NYSE Composite caiu 197,29 pontos, ou 4,42%, e fechou em 4.267,60 pontos.

"Se você me dissesse no meio de 2007 que o Citi escorregaria abaixo de US$ 1, eu diria que você era um louco", disse Saluzzi. "(O Citi) tem tantas obrigações, tantos ativos podres, que (suas ações) não seriam nem mesmo negociadas, não fosse o suporte do governo. Os bancos são um desastre", acrescentou Joseph Saluzzi, cofundador da Themis Trading.

Além disso, a sobrevivência de outra ação importante, a General Motors, foi colacada em dúvida pela Deloitte & Touche, uma empresa de auditoria. As ações da GM fecharam em baixa de 15,45%. No cenário global, a China frustrou as expectativas e não anunciou uma expansão do plano de estímulo econômico no primeiro dia da Sessão Anual do Congresso Nacional do Povo.

Em contraste com a fuga de investidores de outubro e novembro, a mais recente liquidação é um processo opressivo, sem as mudanças de curto prazo e reviravoltas de pânico das mínimas anteriores, disseram operadores. Desiludidos com as breves recuperações de novembro e janeiro, os operadores estão agora receosos. De fato, alguns deles viram sinais de que os que apostam na baixa do mercado voltaram a assumir o controle quando o mercado reduziu os ganhos no final da sessão de ontem. "Ninguém quer ficar na frente do trem de carga que cai do barranco", disse Saluzzi.

Entre as maiores perdas, as ações de companhias financeiras foram especialmente atingidas: Bank of America (-11,70%) e JPMorgan (-13,99%). A agência de classificação de risco Moody's Investors Service alertou para a pressão sobre dois bancos que vinham se sustentado relativamente melhor do que seus rivais na crise de crédito, o Well Fargo e o JPMorgan Chase. As ações do Wells Fargo caíram 16% depois que a Moody's rebaixou sua nota de crédito.

Como nos anos 1930, nada parece impedir um contágio da crise de confiança de se espalhar de uma parte a outra do setor financeiro. "É simplesmente uma espiral sem fim", disse Lorenzo Di Mattia, gerente do fundo hedge Sibilla Global Fund.

Entre as componentes do Dow Jones, apenas Wal-Mart - que anunciou um aumento nas vendas das mesmas lojas em fevereiro e uma elevação no pagamento de dividendos - e Pfizer fecharam em alta, de 2,60% e 1,36%, respectivamente. As informações são da Dow Jones.

Bolsa fecha em baixa de 2,69% com Vale e siderúrgicas

por Agência ESTADO
05 de Março de 2009 18:40

As bolsas de valores devolveram hoje a recuperação de ontem, depois que a China não confirmou, no primeiro dia do Congresso Nacional do Povo, o aumento do pacote de incentivo à economia. Os indicadores ruins vindos hoje da Europa também pesaram sobre as ações, assim como os temores com o segmento financeiro norte-americano.
A Bovespa, embora tenha caído forte, perdeu menos do que outros mercados. Fechou em queda de 2,69%, aos 37.368,93 pontos. Na mínima do dia, atingiu os 36.973 pontos (-3,72%) e, na máxima, em 38.391 pontos (-0,03%). No mês, acumula perdas de 2,13% e, no ano, de 0,48%. O giro financeiro totalizou R$ 3,439 bilhões.
A expectativa ontem era de que o primeiro-ministro chinês anunciaria um reforço ao pacote de incentivo lançado no final do ano passado, o que não se concretizou. Isso levou os investidores a desmontar as posições assumidas ontem, o que significa dizer que as commodities (matérias-primas) acabaram sendo penalizadas e, por tabela, as ações de mineradoras, siderúrgicas e petrolíferas.
No Brasil, apesar de a Bolsa ter predomínio de papéis desses segmentos, as perdas foram ligeiramente mais contidas do que as lá de fora. As siderúrgicas estiveram entre as maiores baixas e Vale foi atrás, mas as ações da Petrobras até que se saíram bem diante do quadro, chegando inclusive a operar em alta em um momento do dia. Segundo os analistas, ontem as ações não estiveram entre os maiores ganhos e a queda hoje seria proporcional, mas também favoreceu a expectativa pelo balanço que a empresa divulga amanhã.
As ações da Petrobras caíram 1,26% a ON e 1,40% a PN. O petróleo negociado em Nova York recuou 3,90% e fechou cotado a US$ 43,61 o barril. Vale ON perdeu 4,50% e PNA, 3,89%. Gerdau PN cedeu 6,32%; Metalúrgica Gerdau PN, 7,11%; Usiminas PNA, 6,17%; CSN ON, 6,28%.
Em Wall Street, o Dow Jones fechou em baixa de 4,09%, o S&P recuou 4,25% e o Nasdaq caiu 4%. O setor bancário foi destaque de baixa lá, com a queda das ações do Citi abaixo de US$ 1 durante o dia, um fato inédito na história da instituição. No setor automotivo, a GM levantou dúvidas quanto à sua viabilidade e seus papéis fecharam em baixa de 15,45%.
Hoje a Europa esteve à frente na divulgação de indicadores ruins. Foi confirmada a retração de 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) na zona do euro no quarto trimestre. A produção industrial da Espanha caiu 20% em janeiro; na França, o índice de preços ao produtor cedeu 2,0% em janeiro e a taxa de desemprego subiu para 8,2% no quarto trimestre de 2008; na Alemanha, as vendas no varejo cederam 0,6%, contrariando a previsão de estabilidade; no Reino Unido, os preços das casas apontaram declínio recorde em fevereiro, de 17,7%.
Nesse ambiente ruim, o BC inglês cortou a taxa básica de juro do país em 0,50 ponto porcentual, para 0,5% ao ano, e o Banco Central Europeu (BCE) cortou o juro também em 0,50 ponto porcentual, para 1,5% ao ano. Ambas as taxas estão em níveis recorde de baixa. A Bolsa de Londres fechou em queda de 3,18%, a de Frankfurt caiu 5,02% e a de Paris, 3,96%.