quinta-feira, 5 de março de 2009

Bolsa fecha em baixa de 2,69% com Vale e siderúrgicas

por Agência ESTADO
05 de Março de 2009 18:40

As bolsas de valores devolveram hoje a recuperação de ontem, depois que a China não confirmou, no primeiro dia do Congresso Nacional do Povo, o aumento do pacote de incentivo à economia. Os indicadores ruins vindos hoje da Europa também pesaram sobre as ações, assim como os temores com o segmento financeiro norte-americano.
A Bovespa, embora tenha caído forte, perdeu menos do que outros mercados. Fechou em queda de 2,69%, aos 37.368,93 pontos. Na mínima do dia, atingiu os 36.973 pontos (-3,72%) e, na máxima, em 38.391 pontos (-0,03%). No mês, acumula perdas de 2,13% e, no ano, de 0,48%. O giro financeiro totalizou R$ 3,439 bilhões.
A expectativa ontem era de que o primeiro-ministro chinês anunciaria um reforço ao pacote de incentivo lançado no final do ano passado, o que não se concretizou. Isso levou os investidores a desmontar as posições assumidas ontem, o que significa dizer que as commodities (matérias-primas) acabaram sendo penalizadas e, por tabela, as ações de mineradoras, siderúrgicas e petrolíferas.
No Brasil, apesar de a Bolsa ter predomínio de papéis desses segmentos, as perdas foram ligeiramente mais contidas do que as lá de fora. As siderúrgicas estiveram entre as maiores baixas e Vale foi atrás, mas as ações da Petrobras até que se saíram bem diante do quadro, chegando inclusive a operar em alta em um momento do dia. Segundo os analistas, ontem as ações não estiveram entre os maiores ganhos e a queda hoje seria proporcional, mas também favoreceu a expectativa pelo balanço que a empresa divulga amanhã.
As ações da Petrobras caíram 1,26% a ON e 1,40% a PN. O petróleo negociado em Nova York recuou 3,90% e fechou cotado a US$ 43,61 o barril. Vale ON perdeu 4,50% e PNA, 3,89%. Gerdau PN cedeu 6,32%; Metalúrgica Gerdau PN, 7,11%; Usiminas PNA, 6,17%; CSN ON, 6,28%.
Em Wall Street, o Dow Jones fechou em baixa de 4,09%, o S&P recuou 4,25% e o Nasdaq caiu 4%. O setor bancário foi destaque de baixa lá, com a queda das ações do Citi abaixo de US$ 1 durante o dia, um fato inédito na história da instituição. No setor automotivo, a GM levantou dúvidas quanto à sua viabilidade e seus papéis fecharam em baixa de 15,45%.
Hoje a Europa esteve à frente na divulgação de indicadores ruins. Foi confirmada a retração de 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) na zona do euro no quarto trimestre. A produção industrial da Espanha caiu 20% em janeiro; na França, o índice de preços ao produtor cedeu 2,0% em janeiro e a taxa de desemprego subiu para 8,2% no quarto trimestre de 2008; na Alemanha, as vendas no varejo cederam 0,6%, contrariando a previsão de estabilidade; no Reino Unido, os preços das casas apontaram declínio recorde em fevereiro, de 17,7%.
Nesse ambiente ruim, o BC inglês cortou a taxa básica de juro do país em 0,50 ponto porcentual, para 0,5% ao ano, e o Banco Central Europeu (BCE) cortou o juro também em 0,50 ponto porcentual, para 1,5% ao ano. Ambas as taxas estão em níveis recorde de baixa. A Bolsa de Londres fechou em queda de 3,18%, a de Frankfurt caiu 5,02% e a de Paris, 3,96%.

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