terça-feira, 5 de agosto de 2008

INDQ08...após 05/08...revertendo para tendência de alta...


O INDQ08 (Índice Futuro do Ibovespa) série Q (vencimento em agosto/08) abriu nos 55.700 (mínima), e nas primeiras duas horas de pregão veio atingir a máxima em 57.130 pontos. Daí, aguardando o resultado da reunião do FOMC, refluiu até encontrar suporte nos 56.600 pontos. Ficou oscilando entre esse suporte e os 57 mil pontos. Com a divulgação do resultado da reunião, mantendo inalterada a taxa de juros, o INDQ08 refluiu novamente até encontrar suporte em 56.000 pontos. Reagiu no final do pregão, quando DJI batia mais um recorde de alta, fechando às 17 horas em 56.500 pontos (+1,16%).

Análise: Exceto o CCI/Ma cruzamnto, os demais indicadores do gráfico de "30 minutos" sinalizam a continuidade da alta, decorrente da reversão ocorrida no final do pregão. O rompimento dos 57 mil pontos poderá levar o índice a 57.450, depois 57.880, 58.260 e 58.720 pontos. A perda dos 56 mil pontos, levará o índice a buscar suportes nas mínimas anteriores em 55.650, 55.540 e 54.580 pontos. Os índices futuros de DJI e S&P, antes do pregão, poderão confirmar a principal tendência.

IBOV...após 05/08...sintonizado com DJI, em tendência de alta...


O Ibovespa abriu nos 55.609 pontos (mínima do dia) e sintonizado com DJI, nas primeiras horas de pregão, atingiu a máxima do dia em 56.974 pontos (+2,45%). A partir daí, enquanto aguardava pelo resultado da reunião do FOMC sobre a manutenção dos juros, iniciou um lento mas contínuo processo de realização. Até porque, Petro e Vale já vinham cedendo com a forte queda do petróleo e commodities minerais. Anunciada a manutenção da taxa de juros, enquanto DJI acelerava para mais um recorde de alta, o Ibovespa refluiu até novo suporte em 55.892 pontos. Com o rompimento definitivo da resistência dos 11.580 pontos por DJI, o IBOV esboçou nova reação, praticamente no final do pregão, vindo a finalizar em 56.470 pontos (alta de + 1,54%).

Análise: Contrariando os principais indicadores gráficos, o Ibovespa reverteu a tendência de queda dos pregões anteriores. A forte e histórica alta de Dow Jones, fez o Ibovespa retomar o suporte perdido, em 56.418 pontos. Acima de 56.790 pontos, poderá buscar 56.974, 57.800, 58 mil e 58.580 pontos. Abaixo desse novo suporte em 55.892 pontos, o Ibovespa irá buscar suportes em 55,366, 54.810, 54.200 e 53.760 pontos. Agora, todos indicadores do gráfico de "30 minutos" sinalizam a continuidade da alta, confirmada pelos principais indicadores do gráfico diário. O "candle" formado no gráfico diário é quase um "martelo invertido", possivelmente confirmando a reversão de tendência. Os índices futuros do Ibovespa e dos mercados americanos, antes da abertura, poderão confirmar (ou não) a tendência de alta.

Suportes imediatos: 56.250, 55.890, 55.366, 55.000 e 54.200 pontos.
Resistências imediatas: 56.790, 56.974, 57.800, 58.100 e 58.580 pontos.

DJI...após 05/08...alta inesperada, reverteu tendência...


DJI abriu em 11.286 pontos (na mínima do dia) e impulsionado pelos mercados futuros em forte alta, petróleo e commodities em forte queda, rompeu o patamar dos 11.400 pontos com relativa facilidade e praticamente no final do pregão retomou com vigor o patamar dos 11.500 pontos, rompendo as resistências em 11.540 e a forte resistência em 11.580 pontos, para em seguida, retomar o patamar dos 11.600 pontos. Fechou na máxima do dia em 11.615 pontos ( + 2,94%).

Análise: DJI celebrou com muita intensidade a manutenção das taxas de juros pelo FOMC, em 2% e a sensível queda nos contratos futuros do barril de petróleo (acomodando-se na casa dos US$ 118,00) acompanhado da queda das principais commodities agricolas e minerais. Uma forte alta, como há muito tempo não se via em Wall Street. Se por um lado, a queda dessas commodities pode estar confirmando um quadro recessivo, por outro lado permite ao FED não utilizar aumento de juros para controlar a inflação de demanda. Resta saber, se essa alta não foi apenas "fogo de palha". O rompimento da resistência no topo recente em 11.700 pontos, remeterá DJI aos 11.810 pontos, e a partir daí seus próximos objetivos em 11.950 e 12.160 pontos Nos gráficos diário e no de "30 minutos" todos indicadores passaram a sinalizar tendência de alta. Os índices futuros dos mercados americanos, antes da abertura, poderão confirmar (ou não) a continuidade da alta.

Suportes: 11.580, 11.420, 11.222 e 11.125 pontos.
Resistências: 11.700, 11.810 e 11.950 pontos.

Ibovespa segue NY e fecha em alta pela 1ª vez no mês

por Claudia Violante da Agência Estado
05.08.2008 17h28

Depois de três pregões seguidos de quedas, a Bovespa finalmente voltou ao terreno positivo hoje, favorecida pela recuperação das bolsas internacionais e pela decisão dentro do previsto do banco central dos Estados Unidos. O petróleo pesou sobre as ações da Petrobras e acabou diminuindo os ganhos do principal índice doméstico - mas as aéreas dispararam pela mesma razão. Vale também oscilou muito ao longo do dia e chegou a registrar perdas fortes, assim como siderúrgicas, mas, no final, os papéis conseguiram voltar ao azul e favorecer um fechamento mais robusto para a bolsa.
O Ibovespa terminou a sessão em alta de 1,55%, aos 56.470,6 pontos. Oscilou entre a mínima de 55.609 pontos (estabilidade) e a máxima de 56.974 pontos (+2,45%). No mês, tem perdas de 5,10% e, no ano, de 11,61%. O volume financeiro totalizou R$ 5,419 bilhões.
O evento mais aguardado do pregão era o término da reunião do Federal Reserve (Fed, BC americano), com conseqüente anúncio da taxa básica de juros dos EUA. E o resultado veio dentro do previsto: a taxa se manteve em 2% ao ano, com 10 votos a favor e um por uma elevação. O comunicado, que muitos previam que ia ser alterado neste encontro, trouxe mais do mesmo. O que não significa pouco: as preocupações da autoridade monetária continuam voltadas para a perspectiva altamente incerta para a inflação e a manutenção dos riscos para o crescimento econômico dos EUA.
Como o petróleo caiu, metais preciosos, como ouro e prata, subiram e o índice ISM do setor de serviços veio melhor do que as previsões, as bolsas norte-americanas tiveram alta. O índice de ações Dow Jones terminou o pregão com avanço de 2,94%, o S&P fechou em elevação de 2,87% e o Nasdaq ganhou 2,81% - apenas o Dow Jones não fechou na máxima pontuação do dia.
O petróleo negociado na Bolsa Mercantil de Nova York terminou o dia em US$ 119,17 por barril, menor valor desde 5 de maio, com queda de 1,84%. O recuo foi motivado pela previsão de queda na demanda. Já o ISM subiu de 48,2 em junho para 49,50 em julho, ante previsão de que ficaria em 48,7. Apesar da alta acima das previsões, o número segue abaixo de 50, o que indica contração da atividade e ameniza qualquer euforia por parte dos investidores.
No Brasil, a despeito do avanço das bolsas norte-americanas e também das européias, as principais ações - Vale e Petrobras - trabalharam o dia todo pressionadas, oscilando grandes momentos de queda e de altas, em função do recuo do preço das matérias-primas (commodities) e da venda de papéis por parte de investidores estrangeiros. Vale, no entanto, conseguiu recuperar-se no final e fechar em alta, em boa parte diante da expectativa positiva para o balanço que divulga amanhã após o fechamento do mercado. Vale ON subiu 1,07% e Vale PNA, 0,95%.
Petrobras, no entanto, não teve a mesma sorte e pendeu com a queda do petróleo. As ações ON recuaram 1,15% e as PN, 2,10%. Por outro lado, a queda do petróleo levou as companhias aéreas ao topo do ranking de maiores valorizações do Ibovespa no dia. Gol PN subiu 16,18% e TAM PN avançou 7,21%.
A recuperação de hoje não significa uma tendência, já que a perspectiva de continuidade do enfraquecimento nos preços das commodities permanece no foco. A Bovespa, contudo, tem a seu favor a safra de balanços domésticos, para a qual as perspectivas são amplamente favoráveis.

Bolsa de NY fecha em forte alta com Fed e petróleo

por Renato Martins da Agência Estado
05.08.2008 18h15

O mercado norte-americano de ações fechou em alta forte, depois de três pregões consecutivos de quedas. A alta do índice Dow Jones foi a quarta maior do ano e a maior desde 1º de abril. O S&P-500, por sua vez, fechou no nível mais alto desde 1º de julho. O dia foi marcado por nova queda dos preços do petróleo, que fechou no nível mais baixo dos últimos três meses, e pela decisão do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) de não alterar a taxa básica de juros.
Das 30 componentes do Dow Jones, 29 ações fecharam em alta (a exceção foi Chevron, do setor de petróleo, com baixa de 0,37%). Os destaques positivos foram ações do setor financeiro, como AIG (que divulga resultados do segundo trimestre amanhã), com alta de 11,99%, e Citigroup, com ganho de 5,79%, devido à expectativa de que as taxas de juro permaneçam estáveis até o fim do ano. As ações da Procter & Gamble subiram 3,27%, em reação a seu informe de resultados; as da General Motors avançaram 5,84% e as da Boeing ganharam 6,26%. No setor de tecnologia, as ações da Apple subiram 4,84%, depois de o UBS emitir uma recomendação de compra.
O índice Dow Jones fechou em alta de 2,94%, em 11.615,77 pontos. O Nasdaq encerrou com ganho de 2,81%, em 2.349,83 pontos. O S&P-500 subiu 2,87%, para 1.284,88 pontos. O NYSE Composite avançou 2,46%, para 8.471,85 pontos. As informações são da Dow Jones.

Crise deixa exercício de previsões mais difícil

por Catherine Vieira de VALOR
05/08/2008

O que esperar do mercado nos próximos meses ou até no próximo ano? Volatilidade. O professor da Universidade da Califórnia em San Diego Alan Timmermann diz que não é possível arriscar uma resposta que vá muito além disso. Especialista em finanças, particularmente no estudo do mercado de ações e dos retornos dos ativos, Timmermann esteve no Rio na semana passada para participar do 8º Encontro Brasileiro de Finanças, realizado no Ibmec.
Ele diz que os acontecimentos recentes na economia americana - derivados da crise das hipotecas de alto risco, os "subprimes" -, estão apresentando um cenário completamente novo, no qual fica mais difícil fazer previsões, inclusive das reações do mercado.
Na visão do professor, depois que as grandes perdas relativas aos subprimes começaram a vir à tona, os investidores passaram a se dar conta de que muitas das estratégias tradicionais que eram usadas talvez não são mais aplicáveis nesse momento. "Por exemplo, será que é hora de comprar ações de bancos porque elas já caíram tanto que se tornam uma oportunidade?", observa Timmermann. Ele lembra que, em muitos casos, os próprios bancos não sabem qual o tamanho exato dos prejuízos que sofrerão por conta da exposição a hipotecas, derivativos e outros tipos de ativo. "Acho que estamos todos aprendendo a lidar com essas incertezas em tempo real e isso vai levar um tempo", diz o especialista da Universidade da Califórnia.
Por isso, afirma Timmermann, não será surpresa se o mercado continuar por um bom período sem tendência definida, entre altas e baixas, ou seja, mais volátil. Ele também não acredita que já tenham ficado para trás as últimas perdas causadas pelas hipotecas de alto risco. "Por um tempo considerável ainda vamos ter de lidar com incertezas que vão tornar mais difícil dizer se o mercado vai se mover para cima ou para baixo", analisa Timmermann. "Os efeitos sobre a economia devem se prolongar por 2009 ou até mesmo 2010", prevê o professor.
O mercado de ações dos Estados Unidos vai continuar sofrendo e contagiando os outros do mundo todo, acrescenta Timmermann. Porém, ele acredita que as perspectivas para a economia e para as empresas brasileiras são positivas e que, no fim das contas, apesar do contágio inevitável dos mercados, os fundamentos vão prevalecer. "Mas se deve esperar volatilidade também no Brasil, especialmente nas indústrias que são altamente dependentes dos mercados desenvolvidos", prevê. Por outro lado, o fato de ser um exportador de commodities coloca o Brasil numa posição mais confortável.
Timmermann está ficando cada vez mais familiarizado com a economia e as empresas locais e não é apenas porque se casou com uma brasileira. "As companhias brasileiras estão mostrando que sua relevância na economia global está mudando; para os americanos, foi um choque ver a InBev comprar a empresa que faz a Budweiser, a Anheuser Busch", contou ele, rindo. "A empresa conseguiu obter recursos num momento difícil da economia global para essa aquisição."
Mas não é só. O professor diz que a Vale e a Embraer estão cada vez mais nas manchetes das publicações mais importantes de economia dos Estados Unidos e lembrou que a Petrobras também esteve em evidência por conta das descobertas da camada do pré-sal. "Outras empresas que começam a despertar atenção são as agrícolas ligadas ao etanol; há um interesse muito grande pelo assunto", diz.
No evento, ele apresentou um trabalho que discute se é possível prever a distribuição de retornos no mercado de ações. "O que eu verifiquei é que é muito difícil prever os retornos médios dos mercados, mas há chances melhores de prever alguns detalhes que estão ligados a esses retornos", diz ele, acrescentando que esse resultado pode ser interessante para estratégias envolvendo opções de compra e de venda. O estudo mostrou ainda que é mais fácil prever altas do que baixas de mercados.

Nervos de aço

por Adriana Cotias, Alessandra Bellotto, Angelo Pavini e Luciana Monteiro de VALOR ECONOMICO
05/08/2008

A forte queda das commodities - 3,38% somente ontem, além dos 10% em julho, segundo o índice CRB Reuters - colocou o país no centro dos holofotes dos investidores externos, que vêem no Ibovespa um sinônimo de matérias-primas. Vale, Petrobras e as siderúrgicas puxam a queda, alimentada por vendas de fundos internacionais agressivos, os fundos hedge, que especulam com os preços das commodities diretamente nas bolsas e indiretamente via as ações de empresas. Depois da queda de ontem do Índice Bovespa, de 3,51%, a perda no ano já chega a 12,96% - isso apesar de as commodities ainda apresentarem alta de 12,06%.
Diversas corretoras internacionais também reviram para pior sua visão sobre o Brasil, temendo o impacto da queda das commodities nos resultados das empresas e até nas contas do país. Essa forte pressão de venda de estrangeiros, que já tiraram R$ 14 bilhões da Bovespa apenas em junho e julho, ofusca qualquer dado positivo das empresas brasileiras e faz o mercado seguir mais os humores com relação à economia global do que fatores locais. Nesse momento, o investidor tem pouco a fazer senão esperar para ver até onde vai a onda pessimista.
No Brasil, a reversão do humor do mercado divide os analistas entre os que acham que se trata de um movimento pontual e os que já começam a rever suas projeções, vislumbrando uma mudança de fundamentos. A Fator Corretora, que já vinha com uma projeção conservadora, de 75 mil pontos para o Ibovespa no fim do ano, baixou o número para 67 mil pontos ontem. Já Tomas Awad, estrategista da Itaú Corretora, não vê motivo para alterar a projeção de 83.200 pontos para o Ibovespa. "O lucro das empresas brasileiras está indo bem e, se fosse para mudar o número, seria para cima", diz. Para ele, o mercado está antecipando um cenário muito pior do que o real. "Falamos com empresas diariamente e não notamos uma mudança que justifique esse pessimismo", diz ele.
A grande definição para a bolsa brasileira está nas mãos do governo chinês, diz Roseli Machado, da Fator Asset Management. Até setembro, o governo chinês deve decidir se dará prioridade ao combate à inflação ou manterá o crescimento. "Se a China resolver manter o crescimento, o Brasil volta a subir", diz ela, que está revendo a estimativa do Ibovespa em 82 mil pontos para o fim deste ano.
Não era sustentável que os preços das matérias-primas continuassem subindo, enquanto a recessão batia às portas do mundo desenvolvido, diz o estrategista da Unibanco Corretora, Vladimir Pinto, que, por enquanto, mantém a meta do Ibovespa em 78 mil pontos para dezembro, mas já pensa em revisá-la. Sob a sombra da crise de crédito americana e persistência da inflação - lá fora e também no Brasil -, investidores dos quatro cantos do planeta têm revisado as suas perspectivas para o crescimento da economia global praticamente em bases diárias. Somente a safra de balanços aqui é que pode dar fôlego para a bolsa brasileira experimentar alguma recuperação, tornando-se menos suscetível aos chacoalhões globais, pondera Pinto.
Nesse cenário, alguns setores podem ser favorecidos. Apesar do freio mundial, o petróleo não deve ceder abaixo de US$ 100, o que torna Petrobras PN, depois de uma queda de 22,5% em julho e 8,38% em agosto, uma opção atrativa na visão da Unibanco. Os metais, que têm refletido as preocupações sobre o ritmo global, também não devem experimentar cotações muito mais baixas, mesmo com alguma desaceleração nas economias emergentes. As siderúrgicas encontrarão ambiente para reajustar os preços do aço em até 15% em 2009, segundo previsão da corretora. Já o segmento de consumo continuará sofrendo o impacto do aumento dos custos de crédito, inflação de alimentos, enquanto os bancos sentirão ainda os reflexos do engessamento do crédito global, apesar de não terem exposição alguma em títulos lastreados em hipotecas de alto risco.
Mas o ambiente externo seguirá comandando o humor da bolsa brasileira, pelas notícias e indicadores que os EUA e os bancos americanos vão divulgar, reitera o chefe de análise da Bradesco Corretora, Carlos Firetti, que está revisando seus cenários para o Ibovespa. "Os fundamentos para a bolsa brasileira são positivos, não dá para falar em cenário pessimista mesmo com aumento de juros no Brasil e o prognóstico de desaceleração da economia no ano que vem", afirma. "Mas, no curto prazo, vai ser assim, muita oscilação." A receita agora é ficar mais fora de commodities, sem, contudo, ignorar Petrobras PN, que caiu demais.
No caso da estatal, um dos fatores positivos é a expectativa de manutenção dos preços do barril do petróleo, perto dos US$ 120, segundo a Merrill Lynch. Para o banco americano, apesar da esperada queda de atividade nos países desenvolvidos, o consumo dos emergentes seguirá em alta este ano, lembrando que foram países como Brasil, Índia e China que contribuíram com 85% do aumento de consumo do petróleo de 2000 para cá. A Merrill Lynch aposta que a rápida expansão do consumo em mercados emergentes deve continuar no segundo semestre, mantendo o barril em torno de US$ 124 neste trimestre e em US$ 119 no último trimestre do ano.
Mas embora a economia local ainda mantenha um bom ritmo de crescimento e as empresas abertas venham apresentando resultados sólidos, algumas já começam a transparecer nas receitas o aumento de custos por conta da elevação dos preços das commodities agrícolas, petróleo e aço, assinala a chefe de análise da Ativa Corretora, Luciana Leocádio. Por enquanto, ainda há espaço para repasse de preços no mercado interno. "Os fundamentos continuam favoráveis, mesmo que no curto prazo o vaivém continue." A corretora tem um alvo de 81.200 pontos para o Ibovespa até junho de 2009.
Para o economista-chefe da corretora Ágora, Álvaro Bandeira, além do peso das commodities, a liquidez das ações de empresas como Petrobras e Vale, siderúrgicas e até mesmo bancos e as bolsas Bovespa e BM&F acaba fazendo com que a bolsa brasileira seja mais afetada do que seus pares em momentos de aversão ao risco. A corretora, que vinha trabalhando com um Ibovespa a 82 mil pontos no final do ano, já está revisando sua projeção. No curto prazo, Bandeira acredita que o Ibovespa possa testar os 53 mil pontos, mas tende a ser recuperar no fim do ano e beirar o nível de 78 mil pontos. "Essas mesmas empresas, cujas perspectivas para o médio e longo prazo são positivas, estão ficando baratas e tendem a liderar a recuperação do mercado", afirma.
Na corretora Spinelli, as projeções são sempre feita em faixas - no início do ano, ficava entre 80 e 85 mil e, diante da piora do mercado, caiu para algo entre 75 a 80 mil. "As commodities oscilaram de uma completa euforia compradora para uma fuga, mas a demanda por matérias-primas é real diante de uma economia aquecida", diz Daniel Gorayeb, analista de investimentos da corretora Spinelli.

Crescem os programas de recompra de ações

por Graziella Valenti de Valor Econômico
05/08/2008

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) engordou ontem a lista de companhias que anunciaram programas de recompras de ações. Só no mês de julho, um total de cinco programas foram abertos - bancos ABC Brasil, Pine, Paraná e Patagônia, além de Bradespar.
O aumento do uso desse mecanismo é resposta tradicional das empresas ao desempenho negativo da bolsa, que se acentuou fortemente nas últimas semanas. Agosto mal começou e o Índice Bovespa já acumula perda de 6,55%. No ano, a perda registrada pelo indicador é de 12,96%.
Metade dos programas lançados no mês passado, porém, pertence a bancos médios nacionais, que abriram capital recentemente e acumulam perda substancial desde a listagem na bolsa. Nenhuma das instituições têm perda inferior a 20% em 2008.
Sozinho, o programa da CSN significa a retirada de R$ 608 milhões de circulação. A companhia pode adquirir 2,3% dos papéis que estão em bolsa, até 27 de agosto. No total, os cinco programas anunciados em julho somavam pouco menos de R$ 200 milhões.
Mas não é de hoje que esse mecanismo começou a ser usado. Há nada menos do que 25 recompras abertas desde janeiro, segundo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O total de programas lançados neste ano, porém, pode ser ainda maior. O dado não contempla empresas que tenham começado e já encerrado seus programas neste ano. Considera apenas aqueles ainda abertos. Tomando como base o fechamento do mercado ontem, as recompras abertas somam um volume de R$ 1,6 bilhão.
Essa ferramenta é usada pelas companhias com duas finalidades principais: ajudar na sustentação dos preços na bolsa, com aumento da demanda compradora, e ainda sinalizar que os investidores estão atribuindo um desconto exagerado aos papéis, tornando-os uma boa opção de investimento. A CSN, por exemplo, justifica assim seu programa: "maximizar a geração de valor para o acionista por meio de uma administração eficiente de sua estrutura de capital".
Depois de recomprar os papéis, as empresas podem decidir por cancela-los ou vendê-los no mercado - quando julgarem o preço apropriado. Entretanto, as ações não podem ficar na tesouraria da companhia por mais de 90 dias, segundo as regras da CVM.
Dos programas abertos, 13 são de companhias que captaram recentemente na Bovespa. No caso das novatas, a opção pela recompra enfrenta alguma resistência. Nem todos julgam que a aplicação dos recursos na compra de suas próprias ações é a melhor destinação para o dinheiro. Isso porque as empresas que se capitalizaram recentemente tinham planos - pagar dívida ou investir para crescer.
De acordo com as regras da CVM, as empresas podem comprar até 10% das ações livres para circulação. Para lançar um programa de recompra, a companhia não pode comprometer recursos superiores ao saldo de lucros ou reservas disponíveis no último balanço. Na prática, isso significa que a empresa não deve comprometer sua liquidez financeira para comprar papéis em queda na bolsa.

Risco e oportunidades na bolsa

por Tatiana Bautzer e Angelo Pavini de Valor Economico
05/08/2008

Com a queda de 13% na bolsa desde janeiro - só ontem o índice Bovespa caiu 3,5% - muitos investidores podem entrar em pânico e vender tudo. Mas, para os que têm sangue-frio, essa é a hora de escolher pechinchas do mercado, mostra a revista "ValorInveste", que circula hoje.
O investidor Manuel Moreira Giesteira, que após a eleição de Lula comprou Itaúsa a R$ 1,60 (R$ 9,94 ontem), está adquirindo papéis de energia elétrica, pelos dividendos e alternativas de lucro. Pedro Bastos, do HSBC, sugere a venda de companhias realmente afetadas pela crise, mesmo com realização de prejuízos. Luiz Galvão, da Corretora Bradesco, propõe aos defensivos a compra de blue chips. Para os ousados, a opção são papéis de segunda linha "em liquidação" nos setores de varejo, construção, consumo e logística. André Lion, da BRZ, lembra uma máxima: comprar sempre "ao som de canhões" e vender "ao som de violinos".