segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Wall Street avança com dado sobre setor de serviços

por Gustavo Nicoletta de Agência ESTADO
05 de Outubro de 2009 19:48

Nova York - Os principais índices do mercado de ações dos EUA fecharam em alta - com destaque para os papéis de instituições financeiras -, depois de um dado divulgado mais cedo indicar que a atividade do setor de serviços norte-americano voltou a crescer em setembro e em meio ao ajuste de posições dos investidores antes do início da próxima temporada de balanços.

O Dow Jones subiu 112,08 pontos, ou 1,18%, para 9.599,75 pontos, interrompendo uma sequência de quatro sessões consecutivas de perdas. Entre os componentes do índice, a Alcoa - que inaugura simbolicamente a temporada de balanços do terceiro trimestre na quarta-feira - subiu 4,7%. O Nasdaq ganhou 20,04 pontos, ou 0,98%, para 2.068,15 pontos, enquanto o S&P 500 fechou em alta de 15,25 pontos, ou 1,49%, a 1.040,46 pontos.

Após acumularem perdas ao redor de 2% na última semana em meio a indicadores decepcionantes sobre a economia norte-americana, os índices de ações ganharam força nesta segunda-feira depois de o Instituto para Gestão de Oferta (ISM) divulgar que seu índice de atividade do setor de serviços dos EUA subiu para 50,9 em setembro, de 48,4 em agosto, superando a previsão dos economistas de que avançaria para 50.

Também contribuiu para a alta dos índices - e particularmente das ações do setor financeiro - o fato de o Goldman Sachs ter elevado a recomendação dos papéis de grandes bancos para "atraente". As ações do Wells Fargo subiram 6,9%, as do JPMorgan Chase ganharam 4,6% e as do Capital One Financial ganharam 8,3%.

O Dow Jones e o S&P 500 estão próximos de seus maiores níveis de fechamento de 2009 - de respectivamente 9.829,87 pontos e 1.071,66 pontos. No entanto, como os índices vêm subindo há praticamente sete meses, há espaço para cautela entre os investidores.

"É tudo uma questão de tempo", disse Chris Wolf, gerente e um dos executivos-chefes de investimento da Cogo Wolf Asset Management. "Agora é mais difícil impulsionar o mercado pelo argumento dos altistas do que era em março, quando as coisas começaram a subir."

Entre ações individuais, a Caterpillar subiu 3,93% após divulgar que aumentará os preços da maior parte das máquinas de construção em até 2% a partir de janeiro.

A Brocade Communications fechou em alta de 19% após uma reportagem do Wall Street Journal indicar que a companhia colocou-se à venda. De acordo com o jornal, os potenciais compradores incluem a Hewlett-Packard, que avançou 1,74%, e a Oracle, que ganhou 0,3%. As informações são da Dow Jones.

Bolsa sobe 1,96% e atinge maior nível desde julho/2008

por Claudia Violante de Agência ESTADO

05 de Outubro de 2009 17:34

São Paulo - O índice Bovespa (Ibovespa), principal referência da negociação de ações na Bolsa de Valores de São Paulo, retomou o patamar de 62 mil pontos hoje, atingido pela última vez em julho do ano passado. A alta das bolsas internacionais, a elevação de preço das matérias-primas (commodities) e o noticiário favorável, que remonta ainda à escolha do Rio como sede dos Jogos Olímpicos de 2016, deram suporte a mais uma rodada de compras firmes por parte dos investidores.

A Bolsa brasileira, assim, terminou a segunda-feira em alta de 1,96%, aos 62.369,30 pontos, maior nível desde os 63.396,20 pontos registrado em 1º de julho de 2008. Na mínima do dia, o índice registrou 61.178 pontos (+0,01%) e, na máxima, os 62.460 pontos (+2,10%). Com o resultado de hoje, o desempenho em outubro passa a ser, pela primeira vez, positivo, em 1,39%. No ano, a Bolsa sobe 66,10%. O giro financeiro totalizou R$ 5,291 bilhões. Os dados são preliminares.

Na avaliação do analista da XP Investimentos Rossano Oltramari, o caminho da Bolsa é de alta e, se o "payroll" (relatório de vagas de trabalho nos Estados Unidos) não tivesse decepcionado na sexta-feira passada, os 62 mil pontos já teriam sido rompidos naquele mesmo dia. "O mercado está numa trajetória de alta e isso (romper os 62 mil pontos) já teria ocorrido na sexta não fossem os dados ruins do mercado de trabalho norte-americano. Hoje, a Bolsa apenas retomou sua trajetória normal", comentou ao avaliar que há espaço para o Ibovespa terminar o ano entre 65 mil e 70 mil pontos.

Hoje, um dos principais alicerces à alta doméstica é o comportamento das bolsas externas. Em Wall Street, os índices acionários subiram empurrados pelos números melhores do que as previsões do ISM serviços, que fechou a 50,9 em setembro, de 48,4 em agosto, ante 50 previstos.

Em Nova York, o segmento financeiro se destacou, depois que o Goldman Sachs elevou sua recomendação para o setor financeiro de neutra para "atraente". O índice Dow Jones terminou em alta de 1,18%, aos 9.599,75 pontos, o índice S&P 500 avançou 1,49%, aos 1.040,46 pontos, e o Nasdaq subiu 0,98%, aos 2.068,15 pontos. Dentre as ações do segmento financeiro, Bank of America fechou com +3,79%, JPMorgan, com +4,63%, Amex, com +2,25%.

Para os próximos dias, quando a agenda norte-americana está tranquila em termos de indicadores nos EUA, as atenções se voltam para a temporada de balanços, que pode não ser tão animadora no exterior. Pesquisa da Thomson Reuters mostrou que o resultado combinado do terceiro trimestre para as companhias que integram o índice S&P-500 deve cair 25% em comparação com igual período do ano passado. O primeiro resultado sai na quarta, da Alcoa.

No Brasil, a safra de balanços do terceiro trimestre ainda demora mais alguns dias e, segundo os especialistas, os números podem dar sustentação a mais uma esticada da Bolsa nas próximas semanas. Outra coisa que tem dado força aos papéis é a escolha do Rio como sede dos Jogos Olímpicos. Os papéis de empresas ligadas ao setor de infraestrutura estão sendo bastante beneficiados.

Gerdau PN foi um dos destaques, ao subir 3,94% e Metalúrgica Gerdau PN, 4,57%. Usiminas PNA, +1,51%, e CSN ON, em +2,69%.

No segmento bancário doméstico, o Bradesco informou que vai comprar parte da carteira de crédito do BMG em operações que ocorrerão de acordo com a necessidade do banco mineiro. Bradesco PN fechou em alta de 3,44%, Itaú Unibanco PN, de 1,94%, e BB ON, de 1,75%.

O período de reserva para a oferta pública de ações do Santander terminou hoje e o preço será conhecido amanhã. Na quarta-feira, os títulos começam a ser negociados na Bovespa.

Com a alta das commodities, Petrobras ON terminou em +0,38% e Petrobras, PN, em +0,85%. Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o contrato do petróleo para novembro encerrou a sessão com valorização de 0,66%, a US$ 70,41 o barril.

Vale ON subiu 1,32% e Vale PNA, em 1,53%. Os papéis ainda se beneficiam dos dados de aumento das exportações de minério de ferro divulgados na semana passada e também do avanço de alguns metais.

Telebrás PN foi um dos destaques da sessão ao subir 40%. Fontes comentam que os papéis sobem em meio aos planos do governo de formar uma infraestrutura de telecomunicações controlada pelo Estado, com investimentos previstos de R$ 1,1 bilhão.

Entrada de recursos leva Bovespa a nova máxima em 2009

por Aluísio Alves
05 de Outubro de 2009 18:15

SÃO PAULO (Reuters) - Uma enxurrada de novos recursos de estrangeiros levou a bolsa paulista a nova máxima em 15 meses, movimento acelerado com a influência positiva das commodities e de Wall Street na parte da tarde.

O Ibovespa subiu 1,96 por cento, aos 62.369 pontos, maior nível de fechamento desde de julho de 2008. Com isso, a alta acumulada do índice no ano superou 66 por cento. O giro financeiro da sessão somou 5,291 bilhões de reais.

Segundo profissionais do mercado, uma combinação de fatores domésticos e internacionais municiou o investidor de argumentos para seguir comprando ações, embora sejam crescentes as divergências sobre a consistência do rali atual.

Um dos motores dessa escalada é o contínuo ingresso de recursos de investidores estrangeiros, apoiado na leitura de que a economia brasileira vai continuar crescendo mais forte do que a média internacional nos próximos meses.

Nesse sentido, ações de companhias ligadas a varejo foram as estrelas do pregão desta segunda-feira, sob liderança de B2W, dona do site de comércio eletrônico Submarino, com uma disparada de 7 por cento, a 51,90 reais. Logo atrás, Lojas Renner ganhou 6,7 por cento, para 32,75 reais.

De sexta-feira para cá, o otimismo se transformou em euforia, com a escolha do Rio de Janeiro para sediar as Olimpíadas de 2016, o que levantou especulações em torno de empresas que poderão se beneficiar com o evento no Brasil.

Gerdau, a maior fabricante de aços para construção civil, teve expansão de 3,9 por cento, cotada a 24,80 reais. Light, distribuidora fluminense de energia elétrica, avançou 3,5 por cento, a 26,60 reais.

"O Brasil virou definitivamente a bola da vez", resumiu Hamilton Moreira, analista senior do BB Investimentos.

O tom positivo, que já permitira à bolsa paulista descolar da volatilidade de Wall Street nas primeiras horas do pregão, ganhou ainda mais força depois que os índices nova-iorquinos firmaram-se no azul, refletindo o otimismo dos investidores com dados econômicos dos EUA e expectativas animadoras de empresas para a temporada de balanços que começa esta semana.

O setor de serviços dos EUA, que representa 80 por cento da economia do país, expandiu-se para 50,9 em setembro, contra 48,4 em agosto, acima da mediana da estimativa de economistas de 50,0. Uma leitura acima de 50,0 indica crescimento. O índice Dow Jones subiu 1,18 por cento.

Por fim, a alta das commodites deu fôlego para as blue chips. O papel preferencial da Vale subiu 1,5 por cento, para 37,14 reais, enquanto a preferencial da Petrobras avançou 0,85 por cento, para 34,45 reais.

Ainda, Bradesco evoluiu 3,4 por cento, para 36,65 reais, depois de o banco ter admitido que comprou carteira de crédito do Banco BMG num total de cerca de 1,5 bilhão de reais.

Para Moreira, com o rali do Ibovespa no ano, já crescem avaliações de que uma realização de lucros mais forte esteja por perto, especialmente em setores como construção civil.

Mas, no Brasil e no mundo, alguns bancos e corretoras seguem otimistas. Em relatório divulgado nesta segunda-feira, o Credit Suisse considerou que, embora haja sinais de que as ações estão sobrevalorizadas, ainda não é hora de vendê-las.