segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Entrada de recursos leva Bovespa a nova máxima em 2009

por Aluísio Alves
05 de Outubro de 2009 18:15

SÃO PAULO (Reuters) - Uma enxurrada de novos recursos de estrangeiros levou a bolsa paulista a nova máxima em 15 meses, movimento acelerado com a influência positiva das commodities e de Wall Street na parte da tarde.

O Ibovespa subiu 1,96 por cento, aos 62.369 pontos, maior nível de fechamento desde de julho de 2008. Com isso, a alta acumulada do índice no ano superou 66 por cento. O giro financeiro da sessão somou 5,291 bilhões de reais.

Segundo profissionais do mercado, uma combinação de fatores domésticos e internacionais municiou o investidor de argumentos para seguir comprando ações, embora sejam crescentes as divergências sobre a consistência do rali atual.

Um dos motores dessa escalada é o contínuo ingresso de recursos de investidores estrangeiros, apoiado na leitura de que a economia brasileira vai continuar crescendo mais forte do que a média internacional nos próximos meses.

Nesse sentido, ações de companhias ligadas a varejo foram as estrelas do pregão desta segunda-feira, sob liderança de B2W, dona do site de comércio eletrônico Submarino, com uma disparada de 7 por cento, a 51,90 reais. Logo atrás, Lojas Renner ganhou 6,7 por cento, para 32,75 reais.

De sexta-feira para cá, o otimismo se transformou em euforia, com a escolha do Rio de Janeiro para sediar as Olimpíadas de 2016, o que levantou especulações em torno de empresas que poderão se beneficiar com o evento no Brasil.

Gerdau, a maior fabricante de aços para construção civil, teve expansão de 3,9 por cento, cotada a 24,80 reais. Light, distribuidora fluminense de energia elétrica, avançou 3,5 por cento, a 26,60 reais.

"O Brasil virou definitivamente a bola da vez", resumiu Hamilton Moreira, analista senior do BB Investimentos.

O tom positivo, que já permitira à bolsa paulista descolar da volatilidade de Wall Street nas primeiras horas do pregão, ganhou ainda mais força depois que os índices nova-iorquinos firmaram-se no azul, refletindo o otimismo dos investidores com dados econômicos dos EUA e expectativas animadoras de empresas para a temporada de balanços que começa esta semana.

O setor de serviços dos EUA, que representa 80 por cento da economia do país, expandiu-se para 50,9 em setembro, contra 48,4 em agosto, acima da mediana da estimativa de economistas de 50,0. Uma leitura acima de 50,0 indica crescimento. O índice Dow Jones subiu 1,18 por cento.

Por fim, a alta das commodites deu fôlego para as blue chips. O papel preferencial da Vale subiu 1,5 por cento, para 37,14 reais, enquanto a preferencial da Petrobras avançou 0,85 por cento, para 34,45 reais.

Ainda, Bradesco evoluiu 3,4 por cento, para 36,65 reais, depois de o banco ter admitido que comprou carteira de crédito do Banco BMG num total de cerca de 1,5 bilhão de reais.

Para Moreira, com o rali do Ibovespa no ano, já crescem avaliações de que uma realização de lucros mais forte esteja por perto, especialmente em setores como construção civil.

Mas, no Brasil e no mundo, alguns bancos e corretoras seguem otimistas. Em relatório divulgado nesta segunda-feira, o Credit Suisse considerou que, embora haja sinais de que as ações estão sobrevalorizadas, ainda não é hora de vendê-las.

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