segunda-feira, 28 de julho de 2008

Com volume fraco, Ibovespa fecha em baixa de 0,58%

por Claudia Violante da Agência Estado
28.07.2008 17h29

A Bovespa conseguiu passar quase incólume ao tombo das bolsas norte-americanas. Quase. Nos 30 minutos finais do pregão, devolveu toda a alta e passou a cair. E assim fechou. O Ibovespa, principal índice, terminou em queda de 0,58%, aos 56.869,0 pontos.
A alta exibida pelas ações mais líquidas (blue chips), de Vale e Petrobras, e pelo setor siderúrgico foi insuficiente para garantir o mesmo sinal para o índice, uma vez que o volume foi muito fraco e isso faz com que qualquer movimento ganhe relevância. O giro de hoje totalizou apenas R$ 3,99 bilhões. A Bovespa oscilou entre a mínima de 56.839 pontos (-0,63%) e a máxima de 58.176 pontos (+1,71%). No mês, acumula perdas de 12,53% e, no ano, de 10,98%.
"A operação de hoje foi predominantemente de tesouraria", comentou um profissional ao ressaltar que as ordens de compras ocorridas concentraram-se nos papéis ligados a matérias-primas (commodities). Daí o desempenho de Vale, Petrobras e siderurgia para cima.
Mas este comportamento foi insuficiente para manter a Bolsa na mesma trajetória o pregão todo. Isso porque o índice Dow Jones, de Nova York, recuou 2,11%, o S&P encerrou em baixa de 1,86% e o Nasdaq, de 2%. Parte da queda de lá foi culpa da alta dos metais e do petróleo - o barril negociado na Bolsa Mercantil de Nova York avançou 1,19%, para US$ 124,73, por causa da confirmação, pela Royal Dutch Shell, de que parte de sua produção está suspensa na Nigéria, devido a ataques de grupos militantes.
Mas a principal causa para o tombo em Wall Street foi o comportamento em baixa das ações do setor financeiro. Os investidores estão céticos com a capacidade de grupos financeiros, que tradicionalmente atuam como motores tanto do mercado de ações quanto da economia dos EUA como um todo, sustentarem um rali enquanto continuam as pressões sobre os preços dos imóveis e sobre o valor de ativos de crédito.
Uma das notícias que ajudaram a incentivar as vendas foi publicada no Wall Street Journal e informava que reguladores federais fecharam mais dois bancos nos EUA, o First National Bank of Nevada e o First Heritage Bank of Newport Beach. Ainda segundo o "Journal", o órgão regulador do mercado de capitais americano está investigando rumores que circularam sobre o Lehman Brothers Holdings nas últimas semanas e derrubaram fortemente as ações.
Para amanhã, a agenda segue carregada, inclusive de balanços - saem números da GM, Santander e British Petroleum, entre outros - e os nervos vão continuar tensos. O que significa dizer que pode ser mais um dia de queda à Bolsa doméstica.
Em tempo: hoje foi a estréia das ações ON da Iron X e da LLX, oriundas da cisão parcial da MMX Mineração e Metálicos. Ambas subiram, 27,26% e 23,12%, respectivamente.

Bolsa de NY fecha em baixa, liderada por financeiras

por Suzi Katzumata da Agência Estado
28.07.2008 18h22

Os principais índices do mercado norte-americano fecharam nos níveis mais baixos desde 15 de julho, com as preocupações sobre a economia e o problemático sistema financeiro tirando o brilho do plano de resgate para as gigantes hipotecárias Fannie Mae e Freddie Mac - que foi aprovado pelo Senado dos EUA e agora vai para sanção presidencial. Ações financeiras como as do Merrill Lynch testaram suas mínimas, indicando que a confiança dos investidores nas tentativas do governo para a estabilizar o setor está vacilando.
As ações financeiras despencaram em reação às notícias sobre o fechamento de dois bancos regionais na noite de sexta-feira - First National Bank of Nevada e First Heritage Bank of Newport Beach - e ao alerta do Fundo Monetário Internacional de que o estresse no mercado de crédito está pesando sobre o crescimento mais amplo.
O FMI disse que vê crescente risco de contágio econômico da atual crise financeira. Falando na apresentação do Relatório de Estabilidade Financeira Global do FMI, Jaime Caruana, diretor da divisão de mercados de capital e monetário do Fundo, disse que os bancos tiveram sucesso em levantar capital para cobrir cerca de três quartos dos US$ 400 bilhões em baixas contáveis de dívidas ruins. Contudo, ele acrescentou que os problemas de crédito dos EUA estavam se movendo para fora do mercado de hipotecas de maior risco (subprime), que é o epicentro da atual crise financeira.
As ações da Fannie Mae caíram 10,74% e as da Freddie Mac fecharam em baixa de 6,65%, enquanto os investidores aguardam um anúncio das duas agências hipotecárias sobre a manutenção ou não dos dividendos trimestrais. Ambas fecharam em seus níveis mais baixos desde 16 de julho.
Entre as componentes do índice Dow Jones, as ações da American International Group (AIG) lideraram as perdas com uma queda de 12,06%, enquanto as do Citigroup fecharam em baixa de 7,53%. As ações do Merrill Lynch despencaram 11,59%, para US$ 24,33, seu nível mais baixo em quase 10 anos. As ações do Lehman Brothers caíram 10,44%.
A maioria dos operadores acredita que o setor financeiro não vai encontrar um piso até que o mercado de moradia se estabilize. "O sentimento não mudou nadinha", disse um operador. "Os investidores que acham que este é um trem destruído em movimento estão vendendo as ações financeiras, querem vender as financeiras e vão continuar a vender as financeiras", disse.
O índice Dow Jones caiu 2,11% e fechou com 11.131,08 pontos. O Nasdaq recuou 2,00% e encerrou com 2.264,22 pontos. O S&P-500 caiu 1,86%, para 1.234,37 pontos, enquanto o NYSE Composite recuou 1,61% e fechou com 8.260,19 pontos. As informações são da Dow Jones.