quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Bolsa de Nova York fecha com 2ª maior queda no ano

por Renato Martins da Agência Estado
17.09.2008 18h46

O mercado norte-americano de ações voltou a viver um dia de pânico em relação à situação das instituições financeiras e teve a segunda maior queda do ano, com o índice Dow Jones fechando no nível mais baixo desde 9 de novembro de 2005; o Nasdaq teve a maior queda desde o pregão seguinte aos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 e fechou no nível mais baixo desde 14 de agosto de 2006; o S&P-500, por sua vez, fechou no nível mais baixo desde 13 de maio de 2005.
"Isto é pânico total. Todo mundo está tapando buracos no dique com os dedos, para evitar que ele se rompa, mas sem entender que o problema é muito maior", comentou um operador. Investidores estão reagindo a cada colapso de instituição financeira da mesma forma: retirando seus investimentos da instituição que vêem como a próxima a mostrar vulnerabilidades. Nos casos dos bancos de investimento Lehman Brothers, Merrill Lynch e da seguradora AIG, isso fez as ações derreterem, tornando impossível para essas instituições negociar uma injeção de capital.
Hoje, os alvos foram os dois grandes bancos de investimentos remanescentes, Goldman Sachs, cujas ações caíram 13,92%, e Morgan Stanley, que fechou em queda de 24,22%. As ações da seguradora AIG, que estão entre as componentes do Dow, caíram 45,33%. Outros destaques negativos no setor financeiro foram Lehman Brothers (-56,67%), JPMorgan Chase (-12,20%), Citigroup (-10,92%), Wachovia (-20,76%) e Washington Mutual (-13,36%).
As ações das construtoras caíram em reação ao indicador de vendas de imóveis residenciais usados em agosto (KB Home -7,57%, Hovnanian -6,05%); as das companhias aéreas caíram em reação à alta dos preços do petróleo (AMR -14,31%, Continental -14,42%); a alta dos preços do ouro, por sua vez, fez subirem ações como a da mineradora Newmont Mining (+9,36%).
O índice Dow Jones fechou em queda de 449,36 pontos (-4,06%), em 10.609,66 pontos. O Nasdaq fechou em queda de 109,05 pontos (-4,94%), em 2.098,85 pontos. O S&P-500 caiu 57,20 pontos (-4,71%), para fechar em 1.156,39 pontos.
Segundo o Stock Trader's Almanac, setembro é tradicionalmente o pior mês do ano para o mercado de ações dos EUA; desde 1950, o desempenho médio do Dow Jones nos meses de setembro é uma queda de 1%; no caso do S&P-500, uma queda de 0,6%. O Nasdaq tem caído 0,9% em média nos meses de setembro desde sua criação, em 1971. Já em setembro deste ano, o Dow Jones acumula uma queda de 4,2%, o S&P-500, uma baixa de 5,4% e o Nasdaq, uma perda de 6,7%. As informações são da Dow Jones.

Bovespa cai 6,74% e volta ao nível de abril de 2007

por Claudia Violante da Agência Estado
17.09.2008 17h40

A injeção de US$ 85 bilhões do Federal Reserve (Fed, banco central americano) na seguradora AIG não cessou os temores do mercado financeiro e a quarta-feira foi mais um dia de perdas acentuadas nas bolsas de valores. O índice Bovespa, principal referência da negociação no pregão da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), perdeu o nível de 46 mil pontos com o desmonte das posições de investidores estrangeiros dos ativos domésticos. As ações da Petrobras, que chegaram a subir em boa parte da tarde seguindo a disparada do petróleo, acabaram cedendo à pressão baixista, que ainda contou com a mão pesada das vendas em Wall Street.
O Ibovespa despencou 6,74% hoje, na segunda maior queda do ano (a maior foi na segunda-feira, de 7,59%), para 45.908 pontos, o menor nível desde 2 de abril do ano passado, quando registrou 45.597 pontos. No mês, as perdas da Bolsa somam 17,55% e, no ano, 28,14%. O volume financeiro totalizou R$ 7,457 bilhões (preliminar), o maior do mês.
Em Wall Street, o índice Dow Jones derreteu 4,06%, aos 10.609,66 pontos, o S&P 500 recuou 4,71%, aos 1.156,39 pontos, e o Nasdaq, na mínima do dia, perdeu 4,94%, aos 2.098,85 pontos.
Depois que o socorro emergencial do Fed à AIG falhou em tranqüilizar o mercado, apesar da injeção de US$ 85 bilhões na maior seguradora americana, os investidores se perguntam quem será a próxima vítima. "Se até a maior seguradora do mundo estava com problemas, imagine a situação dos outros", resumiu a analista de renda variável da Global Equity, Mariana Gonçalves.
E candidatos não faltam. Hoje, no Reino Unido, o Lloyds se comprometeu a comprar o banco hipotecário HBOS por 15 bilhões de libras esterlinas, numa transação que deve ser detalhada na madrugada desta quinta-feira. Nos EUA, o banco de investimentos Morgan Stanley estaria considerando se unir a outra instituição, dependendo do comportamento de suas ações e apesar de ter antecipado seu balanço para ontem para justamente tentar neutralizar o movimento vendedor contra os papéis. Do banco de investimentos em recuperação judicial Lehman Brothers, o banco britânico Barclays confirmou ter pago cerca de US$ 1,7 bilhão por parte dos ativos do que era o quarto maior banco de investimentos dos Estados Unidos.
Ou seja, do quadro financeiro conhecido até pouquíssimo tempo atrás, em breve poucos atores restarão e a pergunta é justamente: quais? Os principais bancos centrais continuaram sua estratégia de injetar liquidez ao sistema. Hoje, a carteira foi aberta por Japão, Austrália e Índia, enquanto nos EUA o Tesouro americano anunciou um programa de financiamento para garantir recursos ao Federal Reserve, com a emissão de títulos de curto prazo.
O movimento dos investidores foi se desfazer do risco, daí a fuga da Bovespa e a justificativa para a disparada dos contratos futuros de ouro. O petróleo também fechou com alta perto de 7%, ainda ajudado pela queda maior do que o previsto nos estoques do petróleo. Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês), o contrato com vencimento em outubro subiu 6,59%, para US$ 97,16 o barril. Na Comex, divisão de metais da Nymex, os contratos de ouro com vencimento em dezembro dispararam US$ 70,00 (8,97%) e fecharam a US$ 850,50 por onça-troy (equivalente a 31 gramas).

Restante da agenda do investidor para a terceira semana de setembro

por Rafael de Souza Ribeiro de Infomoney
12/09/08 20h03

SÃO PAULO - Dentro da agenda da terceira semana de setembro, os investidores estarão atentos, sobretudo, à decisão de política monetária do Federal Reserve, marcada para terça-feira (16). Além disso, o índice de preços ao consumidor de agosto também deve exercer forte influência sobre os mercados dos EUA.
No cenário nacional, o destaque fica para a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária. O documento descreve motivos por trás da recente elevação da taxa básica de juro brasileira em 75 pontos-base.

Quinta-feira (18/9)

Brasil
07h00 - A Fipe (Fundação Instituto de Pesquisa Econômica) anuncia o IPC referente à segunda quadrissemana de setembro. O índice é baseado em uma pesquisa de preços feita na cidade de São Paulo, entre pessoas que ganham de 1 a 20 salários mínimos.
8h00 - A FGV divulga o IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado) do segundo decêndio de setembro, que é bastante utilizado pelo mercado, e mede a evolução geral de preços na economia.
8h30 - E o Banco Central apresenta ao mercado a Ata do Copom referente à última reunião.

EUA
9h30 - Confira o número de pedidos de auxílio-desemprego Initial Claims, em base semanal.
11h00 - A Conference Board revela o Leading Indicators referente ao mês de agosto. O relatório compreende vários índices já divulgados, como pedidos de auxílio-desemprego, custo de mão-de-obra e permissões para construção.
11h00 - O Fed da Filadélfia divulga o Philadelphia Fed Index de setembro, indicador responsável por mensurar a atividade industrial no estado.


Sexta-feira (19/9)


Brasil
Não serão apresentados índices relevantes no País.

EUA
O destaque fica para o Quadruple Witching, data em que quatro importantes vencimentos ocorrem de maneira simultânea: contratos futuros de índices acionários, contratos futuros de ações, opções sobre índices e opções sobre ações.

Segunda-feira (22/9)

Brasil
8h30 - O Banco Central publica o relatório semanal Focus, que compila a opinião de consultorias e instituições financeiras sobre os principais índices macroeconômicos.
11h00 - O Ministério de Comércio Exterior anuncia a Balança Comercial referente à última semana, que mede a diferença entre exportações e importações contabilizadas durante o período.

EUA
Não serão apresentados índices relevantes no país.

IBOV...após 16/09...tentando estabelecer nova LTA...


O Ibovespa abriu em queda nos 48.403 pontos e com os mercados futuros em baixa, já na primeira meia-hora de pregão veio buscar suporte na nova mínima em 46.260 pontos. A partir daí, reagiu até encontrar resistência nos 47.950 pontos. Com a divulgação do resultado da reunião que manteve inalterada a taxa de juros americana, refluiu sintonizado com DJI até novo suporte em 46.960 pontos. Com a percepção de melhora dos mercados americanos, o Ibovespa retomou a alta, vindo atingir a máxima em 49.313 pontos, para finalizar em 49.229 pontos (+1,68%).

Análise: O Ibovespa parece estar tentando construir nova LTA a partir da mínima do pregão de ontem, com suporte intraday nos 47 mil pontos. Abaixo desse patamar pode retomar sua tendência baixista, rumo aos 45 mil pontos. Mantendo-se acima dos 49.300 pontos, seus objetivos de alta serão 49.640 e 51.700 pontos. O "candle" formado no gráfico diário é um "martelo" de alta, indicando a possibilidade de manutenção dessa tendência, pelo menos na abertura. Alguns dos indicadores do gráfico diário e os principais de "30 minutos" sinalizam tendência de alta. Os índices futuros, antes da abertura do pregão, poderão confirmar (ou não) essa tendência.

Resistências imediatas em 48.950, 50.770, 52.000 e 52.600 pontos.

Suportes imediatos em 47.750, 47.600, 47.150, 46.100, 45.300 e 45 mil pontos.

DJI...após 16/09...tentando manter novo patamar acima dos 10700 pontos...


DJI abriu com "gap de queda" nos 10.890 pontos e com os mercados futuros em baixa, provocada pela crise da seguradora AIG, já na primeira meia-hora de pregão veio buscar suporte na mínima em 10.744 pontos (-1,6%), quando as ações da seguradora AIG desabavam(- 49%). Desse ponto, iniciou recuperação, retomando o patamar dos 10.900 pontos, até atingir nova resistência em 11.022 pontos. Daí refluiu novamente até encontrar suporte em 10.782 pontos. Com a melhora das ações da AIG (-18%), retomou a alta até a máxima em 11.092 pontos (+ 1,6%), vindo a fechar logo depois em 11.059 pontos. (+1,3%).

Análise: DJI parece estar tentando se manter em patamar acima dos 10.700 pontos. Está tentando estabelecer uma LTA com suporte, no gráfico "intraday", nos 10.800 pontos. A perda desse suporte poderá levar DJI abaixo dos 10.500 pontos. Acima desta máxima em 11.092 pontos, poderá levar DJI ao primeiro objetivo de alta em 11.180 pontos e acima dos 11.200 pontos, ao segundo objetivo em 11.220 pontos. É possível que atingido esse objetivo, DJI volte a oscilar entre os dois patamares (10.700 e 11.200) até nova percepção de mudança no cenário econômico. O "candle" do gráfico diário é semelhante a um "martelo" de alta, indicador da possibilidade de continuidade dessa tendência. Alguns dos principais indicadores do gráfico diário e os de "30 minutos" sinalizam a tendência de alta. Os mercados futuros antes da abertura poderão confirmar (ou não) a continuidade dessa tendência.

Resistências imediatas acima de 11.092 pontos: 11.180 pontos, 11.200 pontos e 11.220 pontos.

Suportes imediatos abaixo de 10.980 pontos: 10.870, 10.780 e 11.744 pontos.