terça-feira, 12 de maio de 2009

Dow Jones fecha em alta e Nasdaq recua; GM cai 20%

por Agência ESTADO
12 de Maio de 2009 18:10

O mercado norte-americano de ações fechou com os principais índices em direções divergentes, o Dow Jones em alta, o Nasdaq em queda e o S&P-500 praticamente no mesmo nível de ontem. Operadore disseram que o Dow se recuperou no fim do pregão porque as esperanças de uma recuperação econômica fizeram subir ações como ExxonMobil (+2,24%), Coca-Cola (+3,86%) e Microsoft (+2,95%). As ações da Pfizer subiram 5,51%, em reação a uma elevação de recomendação pelos analistas do Crédit Suisse. As ações da General Motors e as do setor financeiro, porém, voltaram a cair.
O dia foi marcado pelo anúncio, pela Associação Nacional dos Corretores de Imóveis dos EUA (NAR), de que a mediana dos preços dos imóveis residenciais sofreu a queda recorde de 13,8% no primeiro trimestre, em comparação com o mesmo período do ano passado, enquanto as vendas caíram 3,2%. Mas, durante a conferência anual da NAR, o ex-presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano) Alan Greenspan fez declarações otimistas sobre a perspectiva de recuperação da economia.
"Embora eu não acredite que a próxima recuperação vá seguir o padrão tradicional de colapso/explosão, por causa das mudanças estruturais da economia, acredito que o pior já passou e que a economia poderá se avançar lentamente pelo futuro previsível", comentou o estrategista Kent Engelke, da Capital Securities.
Em meio à convicção crescente do mercado de que a General Motors será obrigada a pedir concordata, as ações da empresa caíram 20,14% e fecharam a US$ 1,15, depois de terem chegado a cair a US$ 1,09, nível mais baixo desde 1933; ontem, depois do fechamento do mercado, anunciou-se que seis executivos da GM venderam todas as ações da empresa que possuíam. As ações da Ford, que anunciou o plano de vender 300 milhões de ações com objetivo de levantar US$ 1,8 bilhão, caíram 17,60%.
No setor financeiro, as ações do Bank of America caíram 5,26%, depois de a instituição vender um terço de sua participação no China Construction Bank por US$ 7,3 bilhões; as do Bank of New York Mellon recuaram 3,79%, depois de ele vender US$ 1,2 bilhão em ações. As do US Bancorp, que vendeu US$ 2,5 bilhões em ações, caíram 3,30%.
O índice Dow Jones fechou em alta de 50,34 pontos (0,60%), em 8.469,11 pontos. O Nasdaq fechou em queda de 15,32 pontos (0,88%), em 1.715,92 pontos. O S&P-500 recuou 0,89 ponto (0,10%), para fechar em 908,35 pontos. As informações são da Dow Jones.

Bolsa cai pelo 2º dia seguido, apesar da melhora em NY

por Agência ESTADO
12 de Maio de 2009 17:44

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) terminou em queda pela segunda sessão consecutiva, apesar da alta das commodities metálicas e do petróleo e da melhora de Wall Street no meio da tarde. É preciso destacar, no entanto, que as perdas foram bem menores do que as registradas no pior momento do dia, justamente por causa da recuperação do Dow Jones. As ações da Vale, que ontem haviam sido o ponto de resistência à queda do índice Bovespa, hoje foram o motor que empurraram o Ibovespa para baixo, enquanto as ações da Perdigão dispararam com as notícias que indicam a proximidade de um acordo com a Sadia.
O Ibovespa terminou a sessão em baixa de 1,28%, aos 50.325,78 pontos. Na mínima do dia, registrou 49.808 pontos (-2,29%) e, na máxima, os 51.565 pontos (+1,15%). No mês, o resultado acumulado do Ibovespa é positivo em 6,42% e, em 2009, acumula ganho de 34,02%. O giro financeiro foi melhor que o da véspera e totalizou R$ 5,28 bilhões (dado preliminar).
A Bolsa subiu logo na abertura, mas sucumbiu ao desempenho das Bolsas norte-americanas, onde a principal notícia desta terça-feira referiu-se à General Motors. Seis executivos da montadora venderam toda a participação direta que tinham na companhia, na iminência de uma possível concordata, e isso fez com que os papéis desvalorizassem fortemente. A situação da montadora é delicada e a sua direção tem ainda três semanas para encontrar uma solução que não seja um pedido de concordata, o que parece cada vez mais improvável. No fechamento, os papéis da GM recuaram 20,14%, a US$ 1,15 na Bolsa de Nova York.
Depois de uma abertura em alta, e de passar a maior parte da sessão no vermelho, o Dow Jones melhorou na última hora do pregão e fechou com ganhos. Já o S&P 500, embora tenha tocado o terreno positivo, não conseguiu manter o sinal azul até o final. O Dow terminou em +0,60%, aos 8.469,11 pontos, e o S&P, em -0,10%, aos 908,35 pontos. O Nasdaq seguiu em baixa e perdeu 0,88%, aos 1.715,92 pontos.
Os preços de matérias-primas (commodities) tiveram fechamento em alta hoje, mas não serviram de referência aos papéis no Brasil, pelo menos não para as blue chips e para as siderúrgicas. O petróleo chegou a superar os US$ 60 por barril pela primeira vez desde novembro do ano passado, mas fechou abaixo disso. O contrato para junho terminou em alta de 0,60%, a US$ 58,85. Os metais básicos também avançaram.
No Brasil, as ações da Petrobras tiveram comportamento melhor do que as da Vale, por causa do desempenho do preço do petróleo e da interpretação de que o balanço trimestral divulgado ontem à noite foi de "médio para acima das expectativas". A estatal anunciou um lucro líquido de R$ 5,816 bilhões no 1º trimestre, com queda de 20% em relação ao mesmo período do ano passado, recuo menor do que as estimativas apontavam. Petrobras ON terminou a sessão em baixa de 2,06% e PN, de -1,58%.

Vale ON terminou hoje com queda de 2,68%, e Vale PNA, de 1,74%, empurrando para baixo o Ibovespa com a ajuda das siderúrgicas. Gerdau PN recuou 2,29%, Metalúrgica Gerdau PN, 2,31%, Usiminas PNA, 3,20% e CSN ON, 2,32%. Em relatório sobre o setor siderúrgico brasileiro, o JPMorgan manteve recomendação "abaixo da média" para a Usiminas.
Perdigão ON liderou os ganhos do Ibovespa com boa distância para o segundo colocado. As ações se beneficiaram da notícia veiculada hoje no jornal O Estado de S. Paulo informando que uma união com a Sadia está bem perto de ser concluída. Pelo que ficou acertado, segundo o jornal, a Perdigão incorporaria a Sadia por meio de uma troca de ações. A Perdigão ficaria com cerca de 70% da nova companhia e a Sadia com cerca de 30%. Não haveria desembolso de dinheiro num primeiro momento. O acordo prevê, numa segunda fase, a entrada do BNDES, por meio do BNDESPar.
À tarde, a Perdigão enviou comunicado ao mercado reiterando que as negociações para uma associação com a Sadia continuam, e que nenhum acordo foi fechado até o momento. Perdigão ON avançou 13,25% e Sadia PN, 3,30%.