terça-feira, 12 de maio de 2009

Bolsa cai pelo 2º dia seguido, apesar da melhora em NY

por Agência ESTADO
12 de Maio de 2009 17:44

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) terminou em queda pela segunda sessão consecutiva, apesar da alta das commodities metálicas e do petróleo e da melhora de Wall Street no meio da tarde. É preciso destacar, no entanto, que as perdas foram bem menores do que as registradas no pior momento do dia, justamente por causa da recuperação do Dow Jones. As ações da Vale, que ontem haviam sido o ponto de resistência à queda do índice Bovespa, hoje foram o motor que empurraram o Ibovespa para baixo, enquanto as ações da Perdigão dispararam com as notícias que indicam a proximidade de um acordo com a Sadia.
O Ibovespa terminou a sessão em baixa de 1,28%, aos 50.325,78 pontos. Na mínima do dia, registrou 49.808 pontos (-2,29%) e, na máxima, os 51.565 pontos (+1,15%). No mês, o resultado acumulado do Ibovespa é positivo em 6,42% e, em 2009, acumula ganho de 34,02%. O giro financeiro foi melhor que o da véspera e totalizou R$ 5,28 bilhões (dado preliminar).
A Bolsa subiu logo na abertura, mas sucumbiu ao desempenho das Bolsas norte-americanas, onde a principal notícia desta terça-feira referiu-se à General Motors. Seis executivos da montadora venderam toda a participação direta que tinham na companhia, na iminência de uma possível concordata, e isso fez com que os papéis desvalorizassem fortemente. A situação da montadora é delicada e a sua direção tem ainda três semanas para encontrar uma solução que não seja um pedido de concordata, o que parece cada vez mais improvável. No fechamento, os papéis da GM recuaram 20,14%, a US$ 1,15 na Bolsa de Nova York.
Depois de uma abertura em alta, e de passar a maior parte da sessão no vermelho, o Dow Jones melhorou na última hora do pregão e fechou com ganhos. Já o S&P 500, embora tenha tocado o terreno positivo, não conseguiu manter o sinal azul até o final. O Dow terminou em +0,60%, aos 8.469,11 pontos, e o S&P, em -0,10%, aos 908,35 pontos. O Nasdaq seguiu em baixa e perdeu 0,88%, aos 1.715,92 pontos.
Os preços de matérias-primas (commodities) tiveram fechamento em alta hoje, mas não serviram de referência aos papéis no Brasil, pelo menos não para as blue chips e para as siderúrgicas. O petróleo chegou a superar os US$ 60 por barril pela primeira vez desde novembro do ano passado, mas fechou abaixo disso. O contrato para junho terminou em alta de 0,60%, a US$ 58,85. Os metais básicos também avançaram.
No Brasil, as ações da Petrobras tiveram comportamento melhor do que as da Vale, por causa do desempenho do preço do petróleo e da interpretação de que o balanço trimestral divulgado ontem à noite foi de "médio para acima das expectativas". A estatal anunciou um lucro líquido de R$ 5,816 bilhões no 1º trimestre, com queda de 20% em relação ao mesmo período do ano passado, recuo menor do que as estimativas apontavam. Petrobras ON terminou a sessão em baixa de 2,06% e PN, de -1,58%.

Vale ON terminou hoje com queda de 2,68%, e Vale PNA, de 1,74%, empurrando para baixo o Ibovespa com a ajuda das siderúrgicas. Gerdau PN recuou 2,29%, Metalúrgica Gerdau PN, 2,31%, Usiminas PNA, 3,20% e CSN ON, 2,32%. Em relatório sobre o setor siderúrgico brasileiro, o JPMorgan manteve recomendação "abaixo da média" para a Usiminas.
Perdigão ON liderou os ganhos do Ibovespa com boa distância para o segundo colocado. As ações se beneficiaram da notícia veiculada hoje no jornal O Estado de S. Paulo informando que uma união com a Sadia está bem perto de ser concluída. Pelo que ficou acertado, segundo o jornal, a Perdigão incorporaria a Sadia por meio de uma troca de ações. A Perdigão ficaria com cerca de 70% da nova companhia e a Sadia com cerca de 30%. Não haveria desembolso de dinheiro num primeiro momento. O acordo prevê, numa segunda fase, a entrada do BNDES, por meio do BNDESPar.
À tarde, a Perdigão enviou comunicado ao mercado reiterando que as negociações para uma associação com a Sadia continuam, e que nenhum acordo foi fechado até o momento. Perdigão ON avançou 13,25% e Sadia PN, 3,30%.

Nenhum comentário: