quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Bovespa fecha no maior patamar em 17 meses; dólar cai

por IG Economia
25/11 - 18:18



A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) se aproximou da casa dos 68 mil pontos e encerrou o pregão desta quarta-feira no maior patamar dos últimos 17 meses. O índice Ibovespa – a principal referência da bolsa paulista – subiu 0,89%, aos 67.917 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,909 bilhões.

Foi o terceiro pregão consecutivo de alta. O resultado desta quarta-feira se aproxima do fechamento do último dia 17 de junho de 2008, quando o Ibovespa ficou em 68.437 pontos.

Com uma safra de dados econômicos animadores dos Estados Unidos a tiracolo, o investidor seguiu comprando ações na bolsa paulista.

"O mercado prestou mais atenção nos números positivos da economia americana", disse Nicholas Barbarisi, sócio e diretor de operações da Hera Investment. "Só não impulsionou mais por causa do baixo volume financeiro", adicionou.

A confiança do consumidor e as vendas de imóveis dos EUA subiram mais que o esperado em outubro, enquanto os novos pedidos de auxílio-desemprego recuaram fortemente na semana passada, sugerindo que a recuperação econômica está ganhando força. O otimismo só não foi maior devido à queda inesperada nas encomendas de bens de consumo duráveis no país.

O dia também foi marcado por alta das commodities, como petróleo e metais, o que deu sustentação às blue chips domésticas. A ação preferencial da Petrobras evoluiu 0,8%, para R$ 39,45, enquanto a preferencial da Vale ganhou 0,6%, a R$ 43,37.

IPI

Um fator interno que contribuiu para erguer o Ibovespa foi o anúncio de que o governo prorrogou o IPI reduzido para materiais de construção até o fim de junho de 2010 e alíquota zero para os principais móveis de madeira, plástico e aço, entre outros, até o fim de março.

Duratex, a maior fabricante de painéis de madeira do País, subiu 4,2%, a R$ 15,20. Itaúsa, sua controladora, avançou 2,9%, a R$ 11,47.

Outros mercados

De acordo com Barbarisi, o feriado do Dia de Ação de Graças nos EUA, na quinta-feira, que paralisa negócios em Wall Street, deixará o mercado acionário doméstico com volume fraco nas duas últimas sessões da semana. Na sexta-feira, as bolsas nova-iorquinas operam em esquema de plantão.

A Bolsa de Nova York também tem um dia de alta nesta quarta-feira. O índice Dow Jones subia 0,30% e o Nasdaq tinha ganhos de 0,40%.

As principais bolsas europeias fecharam em alta, com os investidores continuando a favorecer os ativos de maior risco, como ações e commodities, e desprezando os mais seguros, como o dólar. A consequente fraqueza do dólar e alta do ouro para novos níveis recordes do metal proporcionaram impulso em especial ao setor de matérias primas.

Em Londres, o índice FT-100 subiu 40,85 pontos (0,77%) e fechou com 5.364,81 pontos; em Paris, o índice CAC-40 avançou 24,54 pontos (0,65%) e fechou com 3.809,16 pontos; em Frankfurt, o índice Dax-30 subiu 33,71 pontos (0,58%) e fechou com 5.803,02 pontos.

A maioria dos mercados asiáticos apresentou bons resultados nesta quarta-feira, após a queda expressiva registrada no dia anterior. Motivada por fatores internos, a bolsa chinesa alavancou os demais pregões da região, que pouco refletiram a ligeira baixa de Wall Street.

Câmbio

No mercado cambial, o dólar operou em alta durante a maior parte do dia, mas encerrou em queda. . A moeda norte-americana fechou cotada a R$ 1,726 para venda, em desvalorização de 0,52% frente ao real.

A depreciação do dólar ante outras divisas intensifica o apetite pelo risco, o que impulsiona os preços das matérias-primas. O ouro bateu outro recorde histórico nesta quarta, sendo cotado na casa dos US$ 1.180 a onça-troy.

Entre os motivos que influenciam o metal está a notícia de que a Índia está aberta a comprar mais ouro do Fundo Monetário Internacional (FMI). O petróleo se mantém acima de US$ 76 o barril, em alta moderada na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês).

O fluxo cambial registrou ingresso líquido de US$ 1,481 bilhão nos 20 primeiros dias de novembro. A informação foi divulgada nesta quarta-feira pelo Banco Central e mostra que mais da metade desse resultado foi obtido na terceira semana do mês, entre os dias 16 e 20, quando o saldo do fluxo de dólares ficou positivo em US$ 761 milhões.