quarta-feira, 5 de maio de 2010

Lucro da Vale é prejudicado por greve e vendas menores na Ásia

Resultado do primeiro trimestre é 8,6% inferior ao do mesmo período de 2009

por EXAME.com
05/05/2010 20:46


Extração de minério da Vale: recuperação não foi suficiente para alcançar nível do início de 2009

São Paulo - A Vale sentiu nos números do primeiro trimestre os efeitos de ser uma das companhias brasileiras mais globalizadas. Da paralisação de seus funcionários canadenses à menor participação da Ásia nas vendas, uma série de fatores contribuiu para que o lucro líquido da companhia, 2,879 bilhões de reais, ficasse 8,6% abaixo do registrado no mesmo período do ano passado – embora seja 6,3% superior aos 2,708 bilhões do último trimestre de 2009.

As dores da globalização já se manifestam nas primeiras linhas do balanço divulgado na noite desta quarta-feira (5/5). A receita operacional bruta, 13,029 bilhões de reais, foi 1,1% inferior à dos primeiros meses do ano passado. O principal responsável pela queda foi o setor de minerais não-ferrosos, cuja receita recuou 16%, de 3,554 bilhões de reais para 2,983 bilhões na comparação. O níquel, que respondeu por 1,477 bilhão de reais no ano passado, recuou para 1,236 bilhão. No relatório que acompanha as demonstrações financeiras, a Vale afirma que “o desempenho do segmento de minerais não-ferrosos continuou a ser negativamente impactado pela greve em Sudbury e Voisey Bay”. Essas minas, localizadas no Canadá, estão paradas há mais de 260 dias.

Em contrapartida, a área de minerais ferrosos, na qual a Vale é líder mundial, viu sua receita subir de 8,373 bilhões para 8,794 bilhões de reais na mesma comparação. Embora as vendas de minério de ferro in natura tenham caído de 7,266 bilhões para 6,661 bilhões, a receita com as pelotas – um produto de maior valor agregado – subiu de 865 milhões para 1,767 bilhão. As vendas de manganês também subiram 206%, para 104 milhões de reais, e as de ferro ligas, 32%.

Queda na Ásia

Entre os mercados atendidos pela Vale, as vendas na América do Norte recuaram 30% entre o primeiro trimestre de 2009 e o mesmo período de 2010, passando de 1,197 bilhão para 838 milhões de reais. Embora a porcentagem seja expressiva, a região responde por apenas 6,4% da receita.

O mais importante é verificar o recuo de 19% das vendas na Ásia, que desceram de 8,098 bilhões para 6,553 bilhões de reais na comparação. O continente, que respondeu por 61,4% do faturamento da Vale no início de 2009, viu sua participação recuar para 50,3%. A retração foi liderada pela China, atualmente o maior parceiro comercial do Brasil e o principal comprador de commodities do mundo. Os chineses consumiram 3,959 bilhões de reais em insumos da Vale, ante 5,748 bilhões no início do ano passado. Com isso, seu peso na receita bruta recuou de 43,6% para 30,4%.

A Europa, apesar da crise que sacode vários de seus países neste início de ano, contribuiu com aumento de vendas. Entre janeiro e março, os europeus compraram 2,537 bilhões de reais da Vale, ante 1,903 bilhão da comparação. O carro-chefe foi a Alemanha, o país do Velho Mundo que conseguiu escapar de modo mais suave da turbulência local. A receita gerada pelos alemães saltou de 479 para 792 milhões de reais.

Confirmando o bom momento da economia brasileira, o mercado interno foi na contramão dos principais países e apresentou crescimento. As vendas somaram 2,335 bilhões de reais entre janeiro e março, um incremento de 48% sobre o mesmo período de 2009.

Reflexos no balanço


A queda da receita contribuiu para o lucro trimestral menor. Apesar de conter os custos de produção, que caíram 3,5%, para 6,635 bilhões de reais, o menor faturamento acarretou um lucro bruto de 5,948 bilhões, ante os 6,041 bilhões do período comparado. As despesas operacionais, 1,8% maiores somaram 1,924 bilhão de reais. Com isso, o lucro operacional recuou 29% sobre o primeiro trimestre de 2009, para 2,695 bilhões de reais.

Os investimentos realizados no período somaram 2,2 bilhões de dólares, dos quais 1,7 bilhão foram gastos em crescimento orgânico e manutenção. A Vale também foi às compras nos primeiros meses do ano. Adquiriu plantas de fertilizantes no Brasil e ativos de minério de ferro na África Ocidental. Reconhecida pelo mercado por sua capacidade de geração de caixa, a empresa encerrou março com 11,1 bilhões de dólares em caixa.

Ibovespa fecha em alta de 0,07%, puxada por Vale

por Claudia Violante de Agência ESTADO

05/05/2010 17:57

São Paulo - A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) conseguiu se descolar da queda registrada nas principais Bolsas mundiais, sustentada pelos ganhos das ações da Vale. O tombo de mais de 4,5% ontem nos papéis da mineradora chamou os investidores para a ponta compradora, estimulados ainda pela boa perspectiva com o balanço da empresa, a ser divulgado hoje. No exterior, a decisão da Moody?s de colocar o rating (classificação de risco) de Portugal em revisão ampliou a aversão ao risco. As Bolsas de Nova York, no entanto, caíram menos que as europeias, por causa dos indicadores que continuam a mostrar recuperação na principal economia do mundo.

O índice Bovespa (Ibovespa) encerrou a quarta-feira em alta de 0,07%, aos 64.914,17 pontos. Na pontuação mínima do dia, registrou 63.533 pontos (baixa de 2,06%)e, na máxima, 65.612 pontos (alta de 1,14%). No mês, o indicador acumula perda de 3,87% e, no ano, de 5,36%. O giro financeiro totalizou R$ 7,883 bilhões. Os dados são preliminares.

As ações da Vale superaram 2% de ganhos, mas fecharam distante das máximas do dia, de mais de 3%. Vale ON avançou 2,49% e Vale PNA subiu 2,43%. O papel ordinário da companhia liderou o giro individual do índice, com R$ 1,386 bilhão. A média das projeções dos analistas sobre o balanço da Vale aponta para um lucro 10,7% maior no primeiro trimestre do que o registrado no mesmo período do ano passado, chegando a US$ 1,509 bilhão, em US GAAP. "O tombo de ontem também abriu oportunidade de compra", comentou um profissional.

Os metais, no entanto, recuaram, assim como o petróleo. Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês), o contrato futuro de petróleo com vencimento em junho recuou 3,34%, para US$ 79,97 o barril, depois que os dados mostraram aumento acima do esperado para os estoques de petróleo nos EUA na última semana. Petrobras acompanhou o comportamento do petróleo e caiu 0,32% (ações ON) e 0,76% (ações PN). As ações ON da Telebrás subiram 22,70% e as PN avançaram 19,50%, puxadas pela notícia de que a estatal integrará o Plano Nacional de Banda Larga do governo federal.

No exterior, as Bolsas europeias recuaram, puxadas pela notícia de que a Moody?s colocou em revisão para possível rebaixamento o rating Aa2 aplicado aos bônus de Portugal. Nos EUA, o tombo foi um pouco menor, já que os indicadores conhecidos hoje, sobretudo os dados da ADP sobre o mercado de trabalho, agradaram. O Dow Jones perdeu 0,55%, o S&P recuou 0,66% e o Nasdaq cedeu 0,91%.

Ata do Copom concentra atenções na quinta-feira

O mercado irá buscar indicações dos próximos passos do comitê do Banco Central após o aumento de 0,75 ponto percentual na taxa Selic

por Gustavo Kahil de EXAME.com

05/05/2010 18:10

São Paulo - A publicação da ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) realizada na semana passada será o principal evento da quinta-feira (6). O mercado irá buscar indicações dos próximos passos do comitê do Banco Central após o aumento de 0,75 ponto percentual na taxa Selic, levando-a ao patamar de 9,5% ao ano. O documento será publicado às 8h30.

Além disso, o mercado também acompanha os números do IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna) do mês de abril (8h). Depois, às 10h, é a vez de o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) publicar o levantamento da produção agrícola brasileira de abril.

Nos Estados Unidos, o destaque do dia fica com o indicador que mede a produtividade da mão-de-obra americana (9h30, horário de Brasília) durante o primeiro trimestre do ano. O mercado estará também atento ao discurso do presidente do Banco Central americano (Fed, na sigla em inglês) Ben Bernanke, programada para acontecer às 10h30.

Na Europa, o foco do dia é a reunião do Banco Central Europeu (8h45). O mercado espera que o BCE mantenha a taxa de juro da região em 1% ao ano, mas que faça algum tipo de referência à crise da dívida de alguns países da Zona do Euro.

INDM10...após 04/05... objetivos de curto prazo


IBOV...após 04/05...objetivos de curto prazo


VALE5...após 04/05...suportes e resistências


PETR4...após 04/05...suportes e resistências