sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Bovespa despenca nesta 6ª e perde 5% na semana; dólar sobe

por IG Economia
30/10 19:26

SÃO PAULO – A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou o último pregão do mês de outubro em forte queda. Nesta sexta-feira, o índice Ibovespa – a principal referência da bolsa paulista – caiu 3,41%, aos 61.545 pontos. Após fortes ajustes – ontem a bolsa subiu quase 6% -, o Ibovespa encerrou a semana com baixa de 5,39%, e ficou estável no mês.

O desempenho da Bovespa hoje acompanhou o pessimismo no mercado externo - os índices norte-americanos fecharam em baixa de mais de 2% -e também foi influenciado pela divulgação de balanços corporativos.

No mercado cambial, o dólar fechou a sexta-feira em alta de 1,44% frente ao real e encerrou a semana cotada a R$ 1,756 para venda. Em uma semana marcada por grandes ajustes e oscilações, o dólar teve alta de 2,45%. No mês, entretanto, a moeda acumulou queda de 0,95%.

O motivo do pessimismo do mercado é que o investidor ainda tem dúvidas sobre a consistência da recuperação econômica no mundo e, principalmente, nos Estados Unidos.

"Em três dias a gente viveu o ano inteiro", comentou hoje um operador da Bolsa. "O mercado está muito confuso. Da mesma forma que potencializou a alta ontem, está potencializando a queda hoje. Segundo ele, em momentos de grande volatilidade é preciso ter cautela. "É difícil prever o que vai acontecer com a Bolsa."

Na próxima segunda-feira, em razão do feriado de Finados, o mercado brasileiro estará fechado, mas as Bolsas no restante do mundo continuarão abertas. "Esse feriado vai trazer mais volatilidade aos negócios aqui. Na terça-feira, quando abrir, a Bovespa vai refletir o que aconteceu na segunda-feira, além dos indicadores do dia", disse o operador.

Balanços


Hoje, dois balanços tiveram impacto no desempenho da Bovespa. O primeiro deles - divulgado ontem após o fechamento do mercado – foi o da Embraer, que apresentou lucro líquido de US$ 57,7 milhões no terceiro trimestre, pelo padrão contábil norte-americano US Gaap.

De acordo com o analista Alan Cardoso, da Ágora Corretora, as margens da companhia vieram bem abaixo das estimativas, por conta da desvalorização do dólar em relação ao real e um mix de receitas mais fraco que o usual. "Como a empresa vinha apresentando um desempenho muito melhor em relação à média do setor, qualquer resultado mais fraco afetaria as ações", afirma.

Outro balanço divulgado hoje foi o da TIM Participações também anunciou lucro líquido de R$ 60,811 milhões entre julho e setembro, ante prejuízo de R$ 12,053 milhões no mesmo período do ano passado.

Para a analista Maria Tereza Azevedo, da Link Investimentos, em linhas gerais a TIM continua bem sucedida na mudança estratégica adotada após os fracos resultados de 2008. Ela acredita, porém, que o balanço da Vivo, previsto para o próximo dia 5 de novembro, deve superar o da concorrente.

Outros mercados

Os índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam em baixa, em meio ao declínio nos papéis de empresas ligadas aos segmentos de matérias-primas e do setor financeiro - que puxaram os ganhos nas bolsas ontem - e a indicadores mistos sobre a economia norte-americana. O índice Dow Jones perdeu 2,51% e o Nasdaq, 2,50%.

As bolsas europeias fecharam em baixa, com os investidores fugindo do risco. O índice FTSE 100 de Londres caiu 1,81%, o CAC-40 da Bolsa de Paris recuou 2,86% e o DAX da Bolsa de Frankfurt teve baixa de 3,09%. Em Madri, o IBEX35 caiu 2,30%.

Uma série de dados foram divulgados nesta manhã. Os gastos pessoais dos norte-americanos caíram 0,5% em setembro ante agosto, o maior declínio desde dezembro do ano passado, enquanto a renda pessoal ficou estável, ambos em linha com o previsto.

O núcleo do índice de preços para gastos com consumo (PCE) subiu 0,1%, abaixo da alta de 0,2% prevista. Além disso, o custo da mão de obra aumentou 0,4% no terceiro trimestre ante o segundo, um pouco abaixo da alta de 0,5% estimada.

O índice de sentimento nos EUA, medido pela Reuters e pela Universidade de Michigan, também caiu, de 73,5 em setembro para 70,6 em outubro.

Nesta sexta-feira, a maioria das bolsas de valores da Ásia terminou em alta, após registrar a pior queda em dois meses, com investidores encorajados pelo retorno dos EUA ao crescimento econômico, o que reforçou a confiança sobre a força da recuperação.

Um novo e esperado índice ao estilo do Nasdaq americano, o ChiNext, iniciou a cotação , gerando grande interesse entre os investidores com as 28 pequenas e médias empresas que compõem o mesmo