quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Bolsas de NY fecham no maior nível em quase um ano

por Agência ESTADO
16 de Setembro de 2009 18:40

Os principais índices do mercado de ações dos EUA fecharam em alta, nos maiores níveis em quase um ano, puxados pelo avanço de papéis dos setores financeiro e de energia e por dados que mostraram um aumento maior que o previsto na produção industrial norte-americana durante o mês de agosto.

Segundo dados do Federal Reserve, a produção industrial dos EUA aumentou 0,8% em agosto, ante previsão de alta de 0,6%. Além disso, o Departamento de Trabalho norte-americano divulgou que o índice de preços ao consumidor (CPI, em inglês) subiu 0,4% em agosto, mesma taxa esperada por economistas. O núcleo do índice, que exclui os preços de alimentos e energia, avançou 0,1%.

O Dow Jones subiu 108,30 pontos, ou 1,12%, para 9.791,71 pontos, puxado pelo avanço de componentes como American Express (+3,4%), General Electric (+6,3%) e JPMorgan Chase (+3,4%). O índice registrou alta em oito das últimas nove sessões e fechou no maior nível desde 6 de outubro de 2008. Do início do mês até agora, o Dow Jones acumula ganho de 3,11%.

O S&P 500 subiu 16,13 pontos, ou 1,53%, para 1.068,76 - maior fechamento desde 3 de outubro de 2008 -, diante de um avanço de 3,4% entre os componentes do setor financeiro e de 2,3% entre os papéis do setor de energia. O Nasdaq ganhou 30,51 pontos, ou 1,45%, para 2.133,15 pontos - maior fechamento desde 26 de setembro do ano passado.

Os operadores entraram no mercado em setembro temendo uma correção para baixo nos índices, que subiram mais de 40% desde as mínimas registradas em março deste ano. No entanto, o que pôde ser observado até agora foi um aumento no apetite por ativos relativamente arriscados.

"Em agosto, muitas pessoas estavam comprando proteções contra um mês de setembro potencialmente difícil", disse John Brady, vice-presidente da MF Global. "Agora as pessoas estão sendo forçadas a sufocar estas apostas, gerando mais compras em todos os mercados."

No setor de energia, a Anadarko Petroleum subiu 9,6% e a Tullow Oil ganhou 12%. As companhias anunciaram uma descoberta de petróleo na costa de Serra Leoa.

A Verizon Communications caiu 1,9% após ter a recomendação de suas ações reduzida para "neutra", de "comprar", pelo UBS.

A Amazon.com fechou em alta de 8,6% depois de o Bank of America-Merrill Lynch elevar a recomendação das ações da companhia para "comprar", de "neutro", estimando que as vendas na Internet devem voltar a registrar um crescimento de dois dígitos em 2010. As informações são da Dow Jones.

Fluxo volta com força e Bovespa supera os 60 mil pontos

16 de Setembro de 2009 17:58

Contra fluxo de investimentos não há argumento. A Bolsa de Valores de São Paulo voltou a ser dominada por essa máxima do mercado, que justificou o índice Bovespa (Ibovespa) finalmente romper os 60 mil pontos, patamar que pisou pela última vez em meados de julho do ano passado. A nova leva de indicadores favoráveis nos Estados Unidos patrocinou mais um dia de otimismo nos mercados globais, com consequente desembarque de mais dinheiro estrangeiro no Brasil.

O volume financeiro negociado hoje foi o maior do mês, pela primeira vez na casa dos R$ 7 bilhões (excetuando-se o pregão do dia 4, quando houve a oferta pública de aquisição de ações da Nossa Caixa). Em relação à média diária do mês, o giro movimentado foi 40,12% maior, ao somar R$ 7,018 bilhões. A Bovespa também registrou recorde de negociação, com 488.301 negócios, de acordo com dados preliminares divulgados pela Bolsa. O último recorde tinha sido registrado em 15 de julho passado, com 444.351 negócios.

O Ibovespa terminou a sessão em alta de 1,94%, aos 60.410,66 pontos, maior patamar desde 21 de julho do ano passado (60.771,8 pontos). Na mínima do dia, registrou 59.265 pontos (estabilidade) e, na máxima, os 60.526 pontos (+2,13%). No mês, acumula ganho de 6,94% e, no ano, de 60,88%. Os dados são preliminares.

Um dia depois de o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Ben Bernanke, ter dito que a recessão nos EUA "provavelmente acabou", os indicadores conhecidos hoje reforçaram a trajetória positiva dos números da véspera. O principal dado observado pelo mercado hoje foi a produção industrial do país - em agosto, subiu 0,8%, ante previsão de 0,6%, e o dado de julho foi revisto de alta de 0,5% para 1%. A taxa de utilização da capacidade instalada também agradou ao passar de 69% em julho para 69,6% no mês passado.

O Dow Jones terminou a sessão em alta de 1,12%, aos 9.791,71 pontos, o S&P 500 subiu 1,53%, aos 1.068,76 pontos, e o Nasdaq, em 1,45%, aos 2.133,15 pontos, nas máximas do ano.

Com a perspectiva de que a principal economia do planeta finalmente esteja saindo do atoleiro, os preços de commodities (matérias-primas) fecharam em alta, já antevendo um crescimento da demanda. No caso do petróleo, os dados de estoques nos EUA também deram uma ajuda, ao mostrarem queda maior do que as previsões. Segundo o Departamento de Energia, na semana encerrada em 11 de setembro, o estoque de petróleo no país caiu 4,729 milhões de barris, ante expectativa de queda de 2,5 milhões de barris. Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o contrato do petróleo avançou 2,23%, para US$ 72,51 o barril.

Petrobras ON terminou com valorização de 1,79%, Petrobras PN subiu 2,84%, Vale ON ganhou 1,95% e Vale, PNA, de 1,46%.

"Tanto o mercado interno quanto o externo deram razões para a Bolsa subir", comentou o sócio e diretor de operações da Hera Investiment, Nicholas Barbarisi, ao destacar não só as commodities e os indicadores norte-americanos como também os indicadores no País. Hoje, por exemplo, o Ministério do Trabalho divulgou o relatório do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que mostrou a abertura de 242.126 empregos formais no mês passado. "O estrangeiro tem poucas opções lá fora e, por isso, escolhe o Brasil. Olha para as taxas de juros e não tem taxas atraentes no exterior, nem no mercado imobiliário. Aqui, temos uma das melhores perspectivas macroeconômicas, com estabilidade junto. Daí a opção", comentou.

JBS ON (+8,65%) foi a maior alta do Ibovespa hoje, depois que a empresa anunciou dois grandes negócios. Num deles, adquiriu a Pilgrim's Pride Corporation por cerca de US$ 2,8 bilhões. Noutro, comunicou que os controladores da empresa e da Bertin fecharam acordo de associação que prevê diversas transações para viabilizar a unificação das operações, além da criação de uma holding que controlará as duas empresas.

O setor financeiro também foi recheado de notícias hoje. Bradesco PN subiu 1,98%. A instituição se associou com o Banco Espírito Santo (BES), com sede em Portugal, para criar a 2bCapital, uma nova gestora de fundos private equity para operar no Brasil.

VisaNet ON terminou em alta de 6,62%. O Cade decidiu hoje suspender a medida preventiva da Secretaria de Direito Econômico (SDE) contra a VisaNet, que determinava o fim da exclusividade da VisaNet no credenciamento da bandeira dos cartões de crédito Visa.