quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Fluxo volta com força e Bovespa supera os 60 mil pontos

16 de Setembro de 2009 17:58

Contra fluxo de investimentos não há argumento. A Bolsa de Valores de São Paulo voltou a ser dominada por essa máxima do mercado, que justificou o índice Bovespa (Ibovespa) finalmente romper os 60 mil pontos, patamar que pisou pela última vez em meados de julho do ano passado. A nova leva de indicadores favoráveis nos Estados Unidos patrocinou mais um dia de otimismo nos mercados globais, com consequente desembarque de mais dinheiro estrangeiro no Brasil.

O volume financeiro negociado hoje foi o maior do mês, pela primeira vez na casa dos R$ 7 bilhões (excetuando-se o pregão do dia 4, quando houve a oferta pública de aquisição de ações da Nossa Caixa). Em relação à média diária do mês, o giro movimentado foi 40,12% maior, ao somar R$ 7,018 bilhões. A Bovespa também registrou recorde de negociação, com 488.301 negócios, de acordo com dados preliminares divulgados pela Bolsa. O último recorde tinha sido registrado em 15 de julho passado, com 444.351 negócios.

O Ibovespa terminou a sessão em alta de 1,94%, aos 60.410,66 pontos, maior patamar desde 21 de julho do ano passado (60.771,8 pontos). Na mínima do dia, registrou 59.265 pontos (estabilidade) e, na máxima, os 60.526 pontos (+2,13%). No mês, acumula ganho de 6,94% e, no ano, de 60,88%. Os dados são preliminares.

Um dia depois de o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Ben Bernanke, ter dito que a recessão nos EUA "provavelmente acabou", os indicadores conhecidos hoje reforçaram a trajetória positiva dos números da véspera. O principal dado observado pelo mercado hoje foi a produção industrial do país - em agosto, subiu 0,8%, ante previsão de 0,6%, e o dado de julho foi revisto de alta de 0,5% para 1%. A taxa de utilização da capacidade instalada também agradou ao passar de 69% em julho para 69,6% no mês passado.

O Dow Jones terminou a sessão em alta de 1,12%, aos 9.791,71 pontos, o S&P 500 subiu 1,53%, aos 1.068,76 pontos, e o Nasdaq, em 1,45%, aos 2.133,15 pontos, nas máximas do ano.

Com a perspectiva de que a principal economia do planeta finalmente esteja saindo do atoleiro, os preços de commodities (matérias-primas) fecharam em alta, já antevendo um crescimento da demanda. No caso do petróleo, os dados de estoques nos EUA também deram uma ajuda, ao mostrarem queda maior do que as previsões. Segundo o Departamento de Energia, na semana encerrada em 11 de setembro, o estoque de petróleo no país caiu 4,729 milhões de barris, ante expectativa de queda de 2,5 milhões de barris. Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o contrato do petróleo avançou 2,23%, para US$ 72,51 o barril.

Petrobras ON terminou com valorização de 1,79%, Petrobras PN subiu 2,84%, Vale ON ganhou 1,95% e Vale, PNA, de 1,46%.

"Tanto o mercado interno quanto o externo deram razões para a Bolsa subir", comentou o sócio e diretor de operações da Hera Investiment, Nicholas Barbarisi, ao destacar não só as commodities e os indicadores norte-americanos como também os indicadores no País. Hoje, por exemplo, o Ministério do Trabalho divulgou o relatório do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que mostrou a abertura de 242.126 empregos formais no mês passado. "O estrangeiro tem poucas opções lá fora e, por isso, escolhe o Brasil. Olha para as taxas de juros e não tem taxas atraentes no exterior, nem no mercado imobiliário. Aqui, temos uma das melhores perspectivas macroeconômicas, com estabilidade junto. Daí a opção", comentou.

JBS ON (+8,65%) foi a maior alta do Ibovespa hoje, depois que a empresa anunciou dois grandes negócios. Num deles, adquiriu a Pilgrim's Pride Corporation por cerca de US$ 2,8 bilhões. Noutro, comunicou que os controladores da empresa e da Bertin fecharam acordo de associação que prevê diversas transações para viabilizar a unificação das operações, além da criação de uma holding que controlará as duas empresas.

O setor financeiro também foi recheado de notícias hoje. Bradesco PN subiu 1,98%. A instituição se associou com o Banco Espírito Santo (BES), com sede em Portugal, para criar a 2bCapital, uma nova gestora de fundos private equity para operar no Brasil.

VisaNet ON terminou em alta de 6,62%. O Cade decidiu hoje suspender a medida preventiva da Secretaria de Direito Econômico (SDE) contra a VisaNet, que determinava o fim da exclusividade da VisaNet no credenciamento da bandeira dos cartões de crédito Visa.

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