quarta-feira, 17 de junho de 2009

Bolsa perde 4,69% em três pregões seguidos de queda

por Agência ESTADO
17 de Junho de 2009 17:39

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) deu continuidade hoje ao movimento de queda iniciado na segunda-feira, perfazendo agora três sessões seguidas no vermelho, intervalo no qual acumulou perda de 4,69%. Nesses três dias, pouco mudou no horizonte: os investidores aproveitaram os vencimentos domésticos e a fraqueza em Wall Street para realizarem lucros. Hoje, a melhora das Bolsas norte-americanas à tarde contribuiu para o índice Bovespa (Ibovespa) devolver parte das perdas, mas sem pisar no terreno positivo. Além de Petrobras e Vale, as ações do setor financeiro também foram destaque negativo hoje.
O Ibovespa terminou o pregão em baixa de 0,31%, aos 51.045,84 pontos. Na mínima do dia, registrou 50.265 pontos (-1,84%) e, na máxima, os 51.197 pontos (-0,02%). No mês, as perdas atingem 4,04%. Em 2009, a Bolsa tem ganhos de 35,94%. O giro financeiro totalizou R$ 9,199 bilhões, inflado pelo vencimento de opções sobre Ibovespa e de Ibovespa futuro. Os dados são preliminares.
Apesar do exercício, a Bovespa teve um pregão apático, principalmente no período da tarde, quando poucas oscilações foram registradas no índice. A realização mais forte nas duas sessões anteriores justificou o pé no freio dos investidores, segundo profissionais consultados. "Aquele ingresso forte de estrangeiros parou e, como os investidores locais estavam e continuam mais reticentes, havia espaço para uma realização (de lucros)", comentou o economista da Um Investimentos Hersz Ferman.
Com essa realização doméstica, a Bovespa acompanhou o comportamento das Bolsas norte-americanas à distância - mas exibiu melhora quando isso também ocorreu por lá. E o setor financeiro foi destaque de baixa, lá e cá, depois que a agência de classificação de risco de crédito Standard & Poor's rebaixou os ratings e revisou a perspectiva de 22 bancos dos EUA. O plano do presidente dos EUA, Barack Obama, para mudança da regulação das instituições financeiras, também não aliviou o comportamento das ações do segmento.
O Dow Jones terminou a sessão com desvalorização de 0,09%, aos 8.497,18 pontos e o S&P recuou 0,14%, aos 910,71 pontos. O Nasdaq subiu 0,66%, aos 1.808,06 pontos. Da leva de indicadores da economia americana, destaques para o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), que subiu 0,1% em maio ante abril, menos do que a previsão dos analistas, que era de alta de 0,3%. O núcleo do CPI, que exclui a variação de preços de alimentos e energia, aumentou 0,1% nessa base de comparação e ficou em linha com as estimativas.
O petróleo negociado na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês), negociado em queda em boa parte do dia, virou e fechou em alta de 0,79% no contrato com vencimento em julho, cotado a US$ 71,03 o barril. O Departamento de Energia dos EUA (DOE) informou que os estoques de petróleo caíram 3,874 milhões de barris na semana encerrada em 12 de junho, ante previsão de queda de 1,7 milhão de barris. Mas os estoques de gasolina aumentaram 3,385 milhões de barris, ante expectativa de aumento de 300 mil barris.
No Brasil, Petrobras ON terminou em queda de 2,05% e PN, de 1,54%. Vale ON caiu 0,78% e PNA, -0,93%. A Vale anunciou hoje que, em conjunto com a sul-coreana Dongkuk e a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), assinou com o governo do Ceará um memorando de entendimento para a instalação de uma usina siderúrgica integrada, com capacidade para a produção anual de 3 milhões a 6 milhões de toneladas de placas. O projeto prevê investimentos totais de US$ 4 bilhões na primeira fase.
No setor financeiro, Bradesco PN perdeu 0,95%, Itaú PN cedeu 0,55% e BB ON recuou 0,24%.

IBOV...suportes e resistências para 17/09


Neste início da 3a. semana de junho, o Ibovespa realizou fortemente até encontrar suporte na região dos 51.200 pontos, quando finalizou nos 51.205 pontos. Nesta quarta-feira, poderá dar sequência ao processo de realização vindo inicialmente, testar suporte nos 50 mil pontos. Abaixo desse suporte poderá buscar os 48 mil pontos, novamente. O "candle" do gráfico diário se assemelha a um "martelo cheio invertido", sinalizando a continuidade da queda, nesta quarta-feira.

Suportes imediatos em 50.420, 50.070, 49.920 e 48.990 pontos.
Resistências imediatas em 51.250, 52.120, 52.500, 52.820 e 53.560 pontos.