terça-feira, 8 de julho de 2008

Ibovespa segue NY e tem 2ª alta no mês, de 0,76%

por Claudia Violante da Agência Estado
08.07.2008 17h32

A recuperação das bolsas norte-americanas na última hora de pregão ajudou a Bovespa a também mudar o sinal e fechar em alta, pela segunda vez em julho. O principal patrocinador da elevação de hoje, em Nova York e aqui, foi a queda do petróleo, que teve um empurrão do dirigente da regional do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) de Richmond, Jeffrey Lacker, com declarações que ajudaram a fortalecer o dólar.
Com tudo isso, o Ibovespa, principal índice da Bolsa paulista, fechou com elevação de 0,76%, na máxima pontuação do dia, aos 59.536,0 pontos. Na mínima, atingiu 57.945 pontos (-1,93%). No mês, acumula perdas de 8,43% e, no ano, de 6,81%. O volume financeiro totalizou R$ 5,352 bilhões.
Em Nova York, o índice Dow Jones encerrou com avanço de 1,36%, o S&P ganhou 1,71% e o Nasdaq avançou 2,28%. Depois de um dia todo operando em baixa, os principais índices de ações norte-americanas viraram para cima na última hora de sessão diante da queda nos contratos futuros de petróleo, vigor do dólar e comentários do presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, que deram suporte ao setor financeiro.
Pela manhã, Bernanke insinuou que a autoridade monetária continuará apoiando o setor financeiro, o mais afetado nesta crise originária no segmento de crédito de alto risco (subprime). De tarde, o dirigente do Fed de Richmond, Jeffrey Lacker, deu um empurrãozinho ao fortalecimento do dólar ao defender que as autoridades monetárias elevem os juros mesmo que a taxa de desemprego continue crescendo.
Ao longo do dia, no entanto, os investidores operaram predominantemente na ponta vendedora, temendo a temporada de balanços que começa hoje com os números da Alcoa, e também repercutindo os números ruins sobre vendas pendentes de moradia.
No Brasil, além da tendência negativa vinda de Nova York, a queda do petróleo e das commodities metálicas também pesava, assim como o feriado amanhã em São Paulo, que fez com que muitos investidores evitassem fazer muitas apostas, diante do que pode acontecer no mercado internacional amanhã. No final do dia, com a melhora em Wall Street, alguns destes investidores optaram por zerar a posição vendida e aproveitar algumas ações mais baratas.
Vale PNA foi uma das ações beneficiadas na recuperação no final da tarde e subiu 0,42% no fechamento. As ações ON caíram 1,09%. Petrobras não teve a mesma sorte e fechou em queda de 3,15% as PN e 2,98% as ON. Em Nova York, o petróleo recuou 3,77%, para US$ 136,04 por barril.
Foram destaque de alta hoje os setores bancários, elétrico e de aviação. O segmento siderúrgico não fechou num único sentido.

Bolsa de NY fecha em alta, liderada por financeiras

por Renato Martins da Agência Estado
08.07.2008 18h38

O mercado norte-americano de ações fechou em alta, em reação à queda forte dos preços do petróleo, à recuperação do dólar e a sinais de alívio das condições no mercado de crédito. Entre as ações que mas subiram estavam as que mais haviam caído recentemente, como as dos setores financeiro e farmacêutico; entre as que mais caíram estavam as dos setores de energia e matérias-primas (commodities), as que mais vinham subindo.
"As pessoas estão saindo das ações que tiveram um impulso forte. As do setor de carvão estão sendo dizimadas, e as das siderúrgicas também estão caindo. As pessoas estão se voltando para os setores que vinham tendo um desempenho inferior. A questão óbvia é se isso é o início de uma nova tendência. Nossa visão, pelo menos no que se refere aos setores financeiro e farmacêutico, é a de que ainda não chegamos ao fundo do poço", comentou o estrategista Ryan Detrick, da Schaeffer's Investment Research. Para o chefe de estratégia quantitativa da SPA Exchange Traded Funds, Neil Michael, "estamos em um superciclo de commodities. Isto é uma pausa para tomar fôlego".
As ações das agências semigovernamentais de crédito hipotecário estavam entre as que mais subiram, recuperando boa parte do terreno perdido ontem, quando elas haviam caído mais de 15% (Fannie Mae ganhou 11,94% e Freddie Mac avançou 13,01%). Durante uma conferência sobre crédito hipotecário, o secretário do Tesouro, Henry Paulson, disse que está trabalhando com o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), a Corporação federal de Seguros de Depósitos (FDIC) e outros órgãos para aumentar a disponibilidade de crédito para hipotecas.
Entre os destaques do pregão estavam Bank of America (+9,34%), AIG (+5,63%), Citigroup (+6,04%) e JPMorgan Chase (+5,08%). As ações da seguradora de bônus Ambac subiram 52,52%, depois de a empresa dizer que tem liquidez suficiente para honrar seus compromissos.
No setor farmacêutico, as ações da Pfizer subiram 4,60% e as da Merck avançaram 1,01%, depois de os analistas da Standard & Poor's elevarem sua recomendação para o setor. As ações dos setores de energia e commodities caíram (ExxonMobil perdeu 1,16%, Chevron recuou 1,03% e Alcoa cedeu 3,17%)
O índice Dow Jones fechou em alta de 1,36%, em 11.384,21 pontos. O Nasdaq encerrou com ganho de 2,28%, em 2.294,42 pontos. O S&P-500 subiu 1,71%, para 1.273,70 pontos. O NYSE Composite avançou 1,38%, para 8.515,79 pontos. As informações são da Dow Jones.