sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Ibovespa renova recorde em 2009, por EUA e China

por Aluísio Alves de Reuters
11/12 - 18:50


SÃO PAULO (Reuters) - Os investidores valeram-se de dados econômicos surpreendentemente positivos de Estados Unidos e China para seguir na ponta compradora de ações nesta sexta-feira, levando a Bovespa a renovar a máxima em 2009.
Após fechar o dia valorizado em 0,78 por cento, o Ibovespa, principal índice acionário doméstico, alcançou 69.267 pontos, novo pico desde junho de 2008. O giro financeiro da sessão totalizou 5,97 bilhões de reais.

O impressionante crescimento de 19,2 por cento da produção industrial chinesa em novembro, somado à melhora da confiança do consumidor nos EUA, onde as vendas no varejo cresceram quase o dobro do previsto, deram o tom do otimismo.

Comentários mais amenos da Moody's sobre Grã Bretanha e EUA, países que a agência havia ameaçado com redução de rating no começo da semana, também contribuíram para tranquilizar o mercado, após o recente corte na nota da Grécia e a perspectiva negativa para a classificação soberana da Espanha.

Diante desse pano de fundo, o investidores sentiram-se à vontade para girar carteiras na Bovespa, realizando lucro em papéis que dispararam recentemente e migrando para outros que ficaram para trás.

"Parece que o investidor está confortável porque entrou em ações de menor liquidez", disse Ricardo Tadeu Martins, gerente de pesquisa da Planner Corretora.

Notícias localizadas ajudaram a eleger as melhores do Ibovespa. Embraer decolou 9 por cento, a 9,70 reais, após ter firmado um acordo que permitirá financiar a venda de até 2,2 bilhões de dólares em jatos para a China.

Na mesma coluna, TAM seguiu a trajetória recente de recuperação e subiu 5,6 por cento, para 37,29 reais. O mesmo valeu para Redecard, que ganhou 4 por cento, a 26,00 reais, após a Bradesco Corretora ter mantido recomendação de compra para os papéis da companhia.

DESTAQUES DE BAIXA

A coluna de perdas teve como líder o papel preferencial da Eletrobrás, com baixa de 2,7 por cento, a 32,98 reais, depois da escalada de mais de 30 por cento no mês, em meio a expectativas de que a companhia terá ganhos excepcionais na geração de caixa em 2010.

Braskem, que vinha disparando em meio a expectativas de que a companhia estaria prestes a fazer aquisições nos EUA, caiu 2,3 por cento, para 14,20 reais, logo depois de a companhia ter admitido que prospecta oportunidades naquele país.

Para Martins, a proximidade do vencimento dos contratos de índice futuro, na próxima quarta-feira, e dos de opções sobre ações, no dia 21, deve deixar o mercado volátil na próxima semana.

Segundo ele, com o Ibovespa próximo dos 70 mil pontos, muitos investidores tendem a reduzir apostas firmes em novas altas do índice, o que pode ser observado no fluxo de recursos estrangeiros mais fraco este mês.

Segundo dados da Bovespa, a entrada líquida foi de apenas 100 milhões de reais nos primeiros nove dias de dezembro, depois de ter acumulado mais de 20 bilhões de reais ao longo de 2009.

Ibovespa sobe 0,78% e atinge maior nível em 18 meses

por Agência Estado
11/12 - 18:39

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) finalmente desencantou: depois de dias de flerte, conseguiu fechar no patamar de 69 mil pontos - o que não acontecia desde junho de 2008 -, graças aos indicadores chineses e norte-americanos. Mas estes últimos, apesar de bons, acabaram freando o ritmo de alta da Bolsa brasileira ao conterem as compras de commodities em razão da valorização do dólar ante as principais moedas globais.
O Ibovespa terminou a sexta-feira em alta de 0,78%, aos 69.267,47 pontos - novo pico do ano e maior nível em 18 meses, desde 9 de junho do ano passado (69.281,20 pontos). Na semana, acumulou ganhos de 2,46%, no mês, de 3,32%, e, no ano, de 84,47%. Na mínima de hoje, registrou 68.750 pontos (+0,03%) e, na máxima, aos 69.502 pontos (+1,13%). O giro financeiro totalizou R$ 5,97 bilhões. Os dados são preliminares.

Os indicadores mais aguardados pelos investidores em ações eram os da China, um dos principais parceiros comerciais do Brasil e responsável por dar impulso principalmente ao setor de matérias-primas doméstico. E os números não desapontaram. A produção industrial chinesa em novembro cresceu 19,2%, em base anualizada, acima da média projetada pelos analistas, de 18,3%, e também do resultado de outubro, 16,1%. As vendas do setor varejista ficaram abaixo do mês anterior, mas subiram consideráveis 15,8%.

Estes dados já serviam para dar estímulo às ações domésticas, mas os Estados Unidos contribuíram com outros índices igualmente favoráveis, que voltaram a colocar na mira dos investidores a percepção de que a economia americana está mostrando recuperação. O Departamento do Comércio anunciou que as vendas no varejo dos EUA aumentaram 1,3% em novembro, acima da previsão de 0,7%. Já o índice de sentimento do consumidor preliminar de dezembro, divulgado pela Universidade de Michigan e Reuters, subiu de 67,4 em novembro para 73,4, superando a previsão de alta para 68,8.

Com esses dados em mãos, os investidores deixaram as commodities um pouco de lado e voltaram a se fortalecer em dólar, daí a justificativa para a Bovespa, por exemplo, não ter avançado tanto na sessão de hoje. Os metais ainda conseguiram fechar majoritariamente em alta, mas o petróleo manteve sua trajetória de baixa dos últimos dias. Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o contrato futuro de petróleo com vencimento em janeiro recuou 0,95%, a US$ 69,87 o barril.

Às 18h19, o Dow Jones subia 0,58%, o S&P-500 avançava 0,32%, e o Nasdaq caía 0,09%. A alta nos EUA estimulou o resultado das Bolsas europeias, que também terminaram a sexta-feira com ganhos. As ações das mineradoras foram destaque, em razão da esperança de aumento na demanda por metais após os dados da China. Em Londres, o FT-100 subiu 0,33%, e fechou com 5.261,57 pontos; em Paris, o índice CAC-40 avançou 0,14%, para 3.803,72 pontos; em Frankfurt, o índice Dax-30 ganhou 0,83%, aos 5.756,29 pontos.

No Brasil, as ações da Embraer lideraram os ganhos do Ibovespa, depois que a empresa assinou acordo com o chinês CDB Leasing Co. Ltd. no valor de até US$ 2,2 bilhões para o financiamento e leasing de aeronaves nos próximos três anos. A ação ON subiu 8,99%.

A segunda maior alta foi TAM PN (5,64%) e a terceira, All unit (+4,08%). Na outra ponta, Eletrobrás PNB caiu 2,71% e liderou as perdas do Ibovespa, seguida por Braskem PNA (-2,27%) e por Eletrobrás ON (-1,50%).

Petrobras ON caiu 0,71% e PN subiu 0,11%. Vale ON terminou em alta de 0,82% e PNA, de 0,97%.