sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Analista da Moody's afirma que Brasil reúne condições para grau de investimento

por Gabriel Ignatti Casonato de InfoMoney
28/08/09 - 20h10


SÃO PAULO - Em entrevista à BBC Brasil nesta sexta-feira (28), o analista da Moody's, Mauro Leos, afirmou que o Brasil reúne as condições necessárias para se tornar, nos próximos dias, o primeiro entre os 100 países analisados pela agência a ser avaliado como "grau de investimento" desde o início da crise financeira.

Segundo Leos, se a conclusão do comitê de avaliação da Moody's for de que o Brasil merece entrar nessa categoria, isso se dará porque "o País está apto a arcar com choques externos, está se movendo na direção certa e os riscos crediários que enfrenta são mais baixos do que antes".

Além disso, a despeito da forte queda da atividade no quarto trimestre de 2008, o analista ressalta que o Brasil se diferenciou das demais economias emergentes em 2009, uma vez que já está crescendo a uma taxa de 4% no terceiro trimestre, em termos anuais, um índice que não temos visto em outros países.

No mesmo sentido, o aumento do déficit fiscal e, consequentemente, da dívida pública, é minimizado por Leos. "Isso não é grande o suficiente para causar preocupação. A posição oficial do governo é a de retomar balanços primários consistentes com o compromisso de reduzir a dívida pública", disse o especialista.

Só falta a Moody's
Outras duas agências de risco, a Standard & Poor's e a Fitch, já elevaram a classificação do Brasil para investment grade no ano passado. A Moody's, ao contrário, preferiu aguardar para ver o quanto o País seria afetado pelos efeitos da crise.

De acordo com Leos, se vier a ser de fato considerado como grau de investimento pela última das três grandes agências, isso possibilitará ao Brasil contrair empréstimos mais elevados a taxas de juros mais baixas, além de abrir caminho para fundos de investimentos e pensões estrangeiros.

Bovespa reage e fecha semana quase estável; dólar avança para R$ 1,88

por IG Economia
28/08 17:22

Após operar em baixa na maior parte do pregão desta sexta-feira (28), a Bolsa de Valores de São Paulo reagiu nos últimos minutos e terminou o dia praticamente estável. O índice Ibovespa – principal referência da Bolsa paulista – terminou os negócios com leve queda de 0,01%, para 57.700 pontos. Na semana, a Bolsa terminou estável. Já no mês, o Ibovespa ainda acumula valorização de 3,0%.

Entre os ativos de maior peso na carteira, Petrobras PN reforçou a trajetória de queda e tombou 0,94%, para R$ 32,55; Vale PNA, por sua vez, ganhou 0,74% (R$ 32,55); Itaú Unibanco PN cedeu 0,08% (R$ 35,40); BM & FBovespa ON subiu 0,25%, (R$ 12,01); e Bradesco PN teve valorização de 0,64%, a R$ 31,10.


Durante o dia, os investidores reagiram à divulgação dos dados sobre gasto pessoal nos Estados Unidos, que apresentou alta de 0,2% em julho, puxado pelo programa de incentivo de troca de carros antigos que aumentou a demanda por veículos.

Como resultado, em Wall Street, os índices encerraram com rumos divergentes. O Dow Jones teve queda de 0,38%, para 9.544 pontos, e o S&P 500 declinou 0,20%, para 1.028 pontos, enquanto o Nasdaq subiu 0,05%, a 2.028 pontos.

Mais cedo, foi confirmado o recuo de 0,7% no Produto Interno Bruto (PIB) da Grã-Bretanha no segundo trimestre, resultado levemente inferior ao 0,8% da primeira divulgação. Os dados vieram acima das expectativas do mercado.

Internamente, o destaque da agenda foi a divulgação do Índice Geral de Preços Mercado (IGP-M) – a chamada “inflação do aluguel” – que confirmou o sexto mês consecutivo de deflação em agosto.

Na Europa, as bolsas encerraram em terreno positivo, puxadas pelo setor de tecnologia. Já na Ásia, grande parte das bolsas de valores terminou em alta nesta sexta-feira, conduzidas por ações do setor de tecnologia, com o aumento da confiança em uma recuperação sustentável. Contudo, o mercado acionário de Xangai contrariou a tendência, caindo quase 3% em meio a temores de que bancos reduzam empréstimos.

Dólar avança

No mercado cambial, o dólar manteve nesta sexta-feira (28) a tendência registrada ao longo de toda a semana e voltou a registrar elevação frente ao real. A moeda americana fechou as negociações com alta de 0,75%, para R$ R$ 1,880.

Com o resultado, a divisa consolidou sua tendência de avanço e fechou a semana com elevação acumulada de 2,7%. Já no mês de agosto, faltando apenas um pregão para o fim dos negócios, o dólar registra valorização de 2,5%.

No dia, a consultoria EPFR Global anunciou que, depois de uma pausa na terceira semana do mês, os fundos de ações com foco em mercados emergentes voltaram a captar recursos. Segundo a empresa, os quatro grandes grupos emergentes levantaram mais de US$ 800 milhões na semana encerrada dia 26.

O Banco Central fez no início da tarde um leilão de compra no mercado à vista. A autoridade monetária adquiriu dólar à taxa de corte R$ 1,874, quando a divisa era negociada em alta de 0,54%, a R$ 1,875. Um operador notou que, em dois dias desta semana, o BC extrapolou a quantia que normalmente adquire no mercado à vista - entre R$ 150 milhões e R$ 200 milhões - e comprou, respectivamente, cerca de R$ 500 milhões e R$ 800 milhões.

(Com informações da Reuters, Valor Online e Agência Estado)