sexta-feira, 11 de julho de 2008

Ibovespa cai 0,17% hoje, mas ganha 1,32% na semana

por Claudia Violante da Agência Estado
11.07.2008 17h31

A Bovespa quase resistiu à queda das bolsas norte-americanas: no ajuste do pregão, acabou virando para o negativo, apesar do empurrãozinho da Petrobras. As ações da estatal do petróleo tiveram uma sessão predominantemente positiva, impedindo que as perdas do Ibovespa, principal índice da Bolsa, fossem maiores. Wall Street também trabalhou contra: operou o dia quase todo no negativo.
O Ibovespa encerrou o pregão com baixa de 0,17%, aos 60.148,3 pontos. Acumulou alta de 1,32% na semana, mas, em julho, ainda recua 7,49%. No ano, as perdas somam 5,85%. O volume financeiro negociado hoje totalizou R$ 4,809 bilhões.
Em Wall Street, o Dow Jones terminou em baixa de 1,14%, aos 11.100,5 pontos. Pela manhã, caiu abaixo de 11 mil pontos pela primeira vez desde julho de 2006. O S&P recuou 1,11% e o Nasdaq perdeu 0,83%. Os destaques do pregão, de novo, foram as agências de crédito hipotecário Freddie Mac e Fannie Mae, que foram as justificativas para queda predominante na sessão.
Também pesou negativamente sobre as ações nos Estados Unidos a alta do petróleo. Hoje, o preço do contrato para agosto negociado na Bolsa Mercantil de Nova York subiu 2,42%, para US$ 145,08 por barril. Os "vendidos", investidores que apostam na alta dos preços, ajustaram posições se preparando para o final de semana, com os temores de que a tensão geopolítica pode aumentar, com o conflito armado entre Irã e Israel.
No Brasil, as ações da Petrobras hoje reagiram em alta ao avanço do petróleo. Petrobras ON subiu 0,88% e Petrobras PN ganhou 1,37%. Vale trabalhou a sessão toda num vaivém entre alta e baixa e fechou na segunda opção. Vale ON caiu 1,63% e Vale PNA perdeu 0,32%. Hoje começou o período de reserva para a oferta global de ações da mineradora.
O destaque do pregão doméstico foram as ações das empresas de Eike Batista: OGX e MMX. Os papéis despencaram depois que a Polícia Federal confirmou ter executado mandado de busca e apreensão de documentos na casa do controlador das empresas e na sede da MMX. Os mandados fazem parte da Operação Toque de Midas, que investiga irregularidades na concessão da estrada de ferro do Amapá. OGX ON, que chegou a cair 22,75%, fechou em baixa de 10,51%. MMX ON, que recuou 16,03% na mínima, fechou em -9,78%. Os papéis não integram o Ibovespa.

Bolsa de NY fecha em queda com temor sobre agências

por Renato Martins da Agência Estado
11.07.2008 18h56

O mercado norte-americano de ações fechou em queda, em dia marcado por forte volatilidade. Durante o pregão, o índice Dow Jones chegou a operar abaixo dos 11 mil pontos, o que não acontecia desde julho de 2006. O Dow Jones acumula agora quatro semanas consecutivas de quedas; o Nasdaq e o S&P-500 caíram por seis semanas consecutivas.
A queda foi atribuída ao fato de o governo dos EUA não ter anunciado nenhuma medida específica de socorro às agências semigovernamentais de crédito hipotecário Fannie Mae e Freddie Mac, que juntas detêm ou garantem US$ 5 trilhões em hipotecas. O secretário do Tesouro, Henry Paulson, o presidente do Federal reserve (Fed, banco central dos EUA), Ben Bernanke, e até o presidente do país, George W. Bush, fizeram declarações de apoio às agências, mas nenhuma medida concreta foi anunciada.
As duas agências têm mandato do Congresso para garantir a liquidez do mercado secundário de hipotecas ao comprar contratos das instituições de crédito. A Fannie Mae foi criada em 1938, no mandato do presidente Franklin Roosevelt, para facilitar o acesso de famílias de baixa renda à casa própria; a Freddie Mac atua comprando hipotecas desde 1970. Quaisquer mudanças no sistema teriam impacto forte nos mercados de crédito.
"Isso está além de qualquer coisa que eu tenha visto. Essa crise aponta para o centro, para o coração da economia norte-americana. Ela toca todo homem, mulher e criança, todo empresário. Qualquer um que tenha dívidas ou use dívidas. É o cartão de crédito, é o empréstimo para a compra do carro, é a hipoteca. O sistema americano de crédito está apodrecido no momento. Para consertá-lo será preciso capital, e, enquanto isso, a economia sofre", resumiu o estrategista-chefe para ações Joseph Battipaglia, da Stifel Nicolaus.
Antes das declarações de apoio, tanto as ações da Fannie Mae como as da Freddie Mac chegaram a cair 50%; elas recuperaram algum terreno à tarde, mas fecharam em queda (Fannie Mae perdeu 22,35% e Freddie Mac recuou 3,13%). Outras ações do setor financeiro também sofreram quedas fortes (Bank of America caiu 3,09%, AIG cedeu 3,79% e JPMorgan Chase perdeu 3,91%). As do Lehman Brothers despencaram 15,95%, em meio a renovadas especulações sobre sua saúde financeira. No setor de tecnologia, as ações da Apple caíram 2,29%, em reação a informes de problemas de conexão dos novos iPhone 3G com o sistema de transmissão de dados da AT&T. No setor de cerveja, as ações da Anheuser-Busch subiram 8,64%, depois de a belgo-brasileira InBev elevar sua oferta pela empresa, segundo fontes. As ações da General Electric, que divulgou resultados, subiram 0,07%.
O índice Dow Jones fechou em queda de 1,14%, em 11.100,54 pontos. A mínima foi em 10.977,68 pontos e a máxima em 11.239,85 pontos. O Nasdaq fechou em baixa de 0,83%, em 2.239,08 pontos. O S&P-500 caiu 1,11%, para fechar em 1.239,49 pontos. O NYSE Composite perdeu 1,05%, fechando em 8.347,24 pontos. Na semana, o Dow Jones acumulou uma queda de 1,67%, o Nasdaq, um recuo de 0,28% e o S&P-500, uma baixa de 1,85%. As informações são da Dow Jones.

IBOV...após 10/07...apesar da alta...indefinição no médio prazo.


Ajustando-se aos resultados do feriado no dia anterior face ao fechamento dos mercados americanos, o IBOV abriu em queda vindo até a mínima do dia em 58.337 pontos sinalizando a possibilidade da continuidade do "triângulo de baixa", mas com a recuperação dos mercados americanos, retomou os 60 mil pontos indo até a máxima em 60.590 pontos. Finalizou em 60.250 pontos (alta de 1,2%).

Análise: Acima de 60.600 pontos o próximo objetivo do IBOV será 61.600 pontos. A perda de 59.900 pontos remeterá para os 59.550 pontos e depois aos 59.150. A perda desse suporte retornará o Ibovespa aos 58.500 e 58 mil pontos. Apesar dos indicadores do gráfico diário estarem sinalizando tendência de alta os mercados futuros ditarão a tendência de abertura do Ibovespa.

Suportes imediatos em 59.900, 59.400, 58.550, 58.000, 57.200 e 56.700 pontos.
Resistências em 60.600 e 61.600 pontos.

DJI...após 10/07...indefinição, mesmo após a alta...


Dow Jones recuperou o suporte de 11.214 pontos indo até a máxima em 11.270 pontos. Depois refluiu perdendo também o suporte em 11.140 pontos, indo até a mínima em 11.087 pontos. Na última hora reagiu para finalizar em 11.229 pontos.

Análise:Mantendo-se acima de 11.270 os objetivos de DJI são 11.300 e 11.400 pontos. Abaixo de 11.214 o próximo objetivo estará em 11.140 pontos, cuja perda remeterá aos 11.040 pontos. A perda desse objetivo levará ao próximo objetivo entre 10.860 e 10.890 pontos (suporte do triângulo de baixa), talvez o próximo patamar de negociações de DJI. Apesar dos indicadores de curto prazo sinalizarem tendência de alta, os de médio prazo ainda sinalizam tendência de queda. Os mercados futuros antes da abertura apontarão a direção do pregão.

Suportes imediatos em 11.214, 11.140, 11.040 e 10.890 pontos.
Resistências imediatas em 11.270, 11.300 e 11.400 pontos.