terça-feira, 11 de agosto de 2009

Bolsas de NY cedem com ações do setor financeiro

por Agência ESTADO
11 de Agosto de 2009 19:26

Os índices do mercado de ações dos EUA fecharam em baixa pelo segundo pregão consecutivo, pressionados pelo declínio nos papéis do setor financeiro e pela cautela dos investidores, que esperam a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central americano), amanhã, para voltarem a posicionar apostas no mercado.

O Dow Jones caiu 96,5 pontos, ou 1,03%, para 9.241,45 pontos - menor nível de fechamento desde 31 de julho. O Nasdaq perdeu 22,51 pontos, ou 1,13%, para 1.969,73 pontos, e registrou a maior queda em uma única sessão desde 7 de julho. O S&P 500 recuou 12,75 pontos, ou 1,27%, para 994,35 pontos.

A seguradora American International Group (AIG) caiu 13%. Nas últimas sessões, as ações da companhia tiveram um avanço acentuado, impulsionadas pela cobertura de posições vendidas. A Bunge caiu 6,8% após anunciar que pretende oferecer 10 milhões de novas ações. Os recursos levantados pela operação serão utilizados para ajudar no pagamento de dívidas e para outros propósitos corporativos.

As ações do setor financeiro, que no mês passado avançaram de forma acentuada em meio a indicadores econômicos favoráveis e à divulgação de balanços trimestrais em geral melhores do que a expectativa de Wall Street, passaram a sofrer pressão desde o início desta semana.

O Bank of America e o JPMorgan, ambos componentes do índice Dow Jones, recuaram respectivamente 4,98% e 3,40%. Entre outros bancos, o Wells Fargo perdeu 6,11%, o Goldman Sachs caiu 0,71% e o Citigroup fechou em baixa de 6,35%. Segundo o analista Richard Bove, da Rochdale Securities, parte da atual fraqueza pode ser atribuída à baixa probabilidade de os bancos apresentarem resultados melhores no segundo semestre.

Também pesou sobre o setor financeiro um relatório do painel que supervisiona o Programa de Alívio de Ativos Problemáticos (Tarp) dos EUA. O documento aponta que, quase um ano depois do lançamento do programa, ainda há uma "esmagadora" parcela de ativos problemáticos no balanço dos bancos. Segundo o painel, se a economia piorar, o "sistema financeiro vai continuar vulnerável às condições de crédito que o Tarp deveria consertar". As informações são da Dow Jones.

China e vencimento futuro fazem Ibovespa cair 1,88%

por Agência ESTADO
11 de Agosto de 2009 17:52

Os dados divulgados hoje pelo governo chinês serviram de desculpa para os investidores realizarem lucros na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que fechou em baixa mais acentuada do que Wall Street também por causa do vencimento dos contratos de índice futuro amanhã. A queda de preço de commodities acabou pesando sobre as blue chips e vários papéis do índice Bovespa (Ibovespa), que ainda sentiu o tombo das ações do setor bancário.

A Bolsa doméstica recuou 1,88%, aos 55.761,16 pontos, depois de registrar 55.568 pontos na mínima do dia (-2,22%) e 56.816 pontos na máxima (-0,02%). No mês, acumula ganho de 1,82% e, no ano, de 48,50%. O giro financeiro somou R$ 5,356 bilhões. Os dados são preliminares.

Os números apresentados por Pequim de fato não atingiram as previsões estipuladas, mas mesmo assim foram considerados uma desculpa para a venda de ações, segundo especialistas, porque, na prática, não podem ser classificados como ruins. Afinal, a produção industrial da China subiu 10,8% em julho, ligeiramente acima dos 10,7% de junho, mas abaixo dos 11,5% previstos, enquanto as vendas no varejo aumentaram 15,2% em julho, ante 15% em junho. Além do aquecimento da atividade, o governo chinês ainda entregou uma inflação controlada: o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) do país caiu 1,8% em julho, em comparação com o mesmo mês do ano passado, pelo sexto mês consecutivo de declínio, enquanto o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) do país recuou 8,2% em julho ante igual mês do ano passado, pelo oitavo mês consecutivo.

A China ainda divulgou alguns números da balança comercial, que poderiam estimular as ações de empresas ligadas a matérias-primas no Brasil, não fossem as commodities propriamente ditas terem recuado no mercado externo. A China anunciou que suas importações de minério de ferro atingiram um volume recorde de 58,08 milhões de toneladas em julho. No acumulado de janeiro a julho, as importações da commodity aumentaram 31,8% em comparação com o volume de igual período do ano passado, para 355,25 milhões de toneladas.

Os preços dos metais, no entanto, recuaram nas bolsas internacionais de commodities, influenciados pela fraqueza das ações e pela baixa do petróleo. O Departamento de Energia dos EUA elevou hoje sua projeção para a produção de petróleo da Opep, que deverá produzir, em média, 29,05 milhões de barris por dia este ano, contra 28,63 milhões de barris por dia na estimativa anterior.

Além da China, a Bovespa também seguiu comportamento visto nos EUA, onde as Bolsas recuaram à espera do resultado do encontro do banco central americano, amanhã, e com forte influência negativa do setor financeiro. Os indicadores conhecidos nos EUA hoje até foram considerados favoráveis, mas acabaram absorvidos pelo clima de cautela. O Departamento de Trabalho dos EUA divulgou que a produtividade cresceu mais que o previsto no segundo trimestre deste ano, a uma taxa anualizada de 6,4%. Já o custo da mão de obra caiu 5,8% - queda mais profunda desde 2001. O Departamento de Comércio informou que os estoques no atacado dos EUA diminuíram 1,7% em junho em comparação com maio, ante previsão de queda de 0,9%. As vendas no atacado, por sua vez, cresceram 0,4% em junho ante maio.

Na avaliação do economista da Win Trade José Góes, há uma expectativa de que o comunicado do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve (Fed, banco central americano) dê algum sinal de retomada do processo de aperto monetário, o que pode dar duas leituras às bolsas. "Por um lado, é positivo porque sinaliza, na prática, que o pior da crise ficou para trás. Por outro, é ruim porque muitos investidores podem deixar a renda variável e voltar à renda fixa", comentou.

O Dow Jones terminou a sessão em baixa de 1,03%, aos 9.241,45 pontos. O S&P 500 recuou 1,27%, aos 994,35 pontos, e o Nasdaq fechou com desvalorização de 1,13%, aos 1.969,73 pontos.

No Brasil, o setor financeiro também foi destaque negativo, puxado pelas ações do Itaú Unibanco, que divulgou seu balanço trimestral. A instituição registrou lucro líquido recorrente de R$ 2,429 bilhões no segundo trimestre de 2009, uma queda de 14,35% ante os R$ 2,836 bilhões de igual período de 2008. As ações preferenciais (PN) caíram 4,10%, Itaúsa PN perdeu 3,54%, Bradesco PN fechou em baixa de 2,94%. BB ON, ao contrário, subiu 0,41%.

Petrobras PN fechou em baixa de 2,55% e Petrobras ON cedeu 3,17%. Vale PNA recuou 2,24% e Vale ON caiu 2,64%.