sexta-feira, 27 de março de 2009

Bolsa de NY recua com bancos e temor sobre economia

por Agência ESTADO
27 de Março de 2009 19:33

O mercado de ações norte-americano fechou em baixa ao final de três semanas em alta - que levaram os principais índices a subir mais de 20% desde as mínimas registradas no dia 9 de março -, pressionado pelas renovadas preocupações com a saúde da economia. Operadores disseram que o movimento de baixa acelerou após os comentários dos executivos-chefes do JPMorgan Chase e do Bank of America alertando que o desempenho dos bancos em março estava mais fraco comparado com os meses anteriores. Isso esfriou as esperanças de que o pior da crise tenha ficado para trás no setor bancário.
O índice Dow Jones caiu hoje 148,38 pontos, ou 1,87%, e fechou em 7.776,18 pontos. O Nasdaq recuou 41,80 pontos, ou 2,63%, e fechou em 1.545,20 pontos, voltando a ficar negativo no ano. O S&P-500 caiu 16,92 pontos, ou 2,03%, e fechou em 815,94 pontos, enquanto o NYSE Composite caiu 133,89 pontos, ou 2,56% e fechou em 5.096,64 pontos. Na semana, o Dow Jones acumulou um ganho de 6,84%. O desempenho em três semanas foi o melhor desde setembro de 1982. O Nasdaq registrou uma alta de 6,03% na semana, enquanto o S&P-500 teve uma valorização de 6,17%.
As ações do JPMorgan Chase caíram hoje 5,84% depois de seu executivo-chefe, Jamie Dimon, dizer que março está sendo um mês com ambiente de negócios "mais duro" do que janeiro e fevereiro, um sentimento que foi compartilhado pelo executivo-chefe do Bank of America, Ken Lewis. Dimon também alertou que uma deterioração adicional dos imóveis comerciais e outros ativos era inevitável durante esta recessão. As ações do Bank of America fecharam em baixa de 3,17%.
As ações do Citigroup caíram 6,76%, enquanto as do Goldman Sachs recuaram 3,49% e as do Morgan Stanley fecharam em baixa de 5,07%. No início do mês, alguns bancos afirmaram que os negócios tinham melhorado nos dois primeiros meses do ano, gerando um otimismo no setor. Contudo, os investidores já ouviram declarações semelhantes serem desmentidas nos balanços trimestrais.
"Considerando a mais recente história, temos muito mais bancos que são culpados até que provem ser inocentes", disse Alan Villalon, analista sênior de pesquisa do First American Funds. Os preços das ações de muitos bancos dobraram ou triplicaram de valor desde as mínimas registradas no início do mês, continuou o analista, e os operadores estão esperando para ver se existe um fundamento.
Os operadores também aguardam com ansiedade os resultados dos testes de estresse dos principais bancos, que são esperados em abril. Qualquer sinal de como o governo está avaliando a solvência dos bancos dará aos investidores muito mais subsídio para suas decisões.
Fora do setor financeiro, destaque para a alta de 6,16% das ações da General Motors, que acumulam um ganho de 13% até agora este ano, impulsionadas pelas expectativas de que a administração do presidente Barack Obama dará um alívio à montadora, apoiando uma reestruturação sem recorrer ao tribunal de falências. As informações são da Dow Jones.

Bovespa cai hoje, mas fecha 3ª semana seguida em alta

por Agência ESTADO
27 de Março de 2009 17:39


São Paulo - Com ganhos de 6,27% na semana até ontem, a Bovespa engatou um natural movimento de realização de lucros, favorecido pela queda das matérias-primas no mercado externo e também pela correção para baixo das bolsas norte-americanas. Apesar do recuo de hoje, a Bovespa avançou desde a última segunda-feira, terminando no azul pela terceira semana seguida.
O Ibovespa fechou a sexta-feira em queda de 1,60%, aos 41.907,29 pontos. Oscilou da mínima de 41.586 pontos (-2,36%) à máxima de 42.589 pontos (estabilidade). Na semana, acumulou elevação de 4,57% e, no mês, de 9,75%. No ano, a alta é de 11,60%. O giro financeiro totalizou R$ 3,095 bilhões.
Vale e Petrobras conduziram as vendas de hoje, justamente por serem os papéis mais líquidos e ligados a commodities (matérias-primas). Petrobras ON recuou 2,96% e PN, 2,54%. Na Bolsa Mercantil de Nova York, o petróleo cedeu 3,61% e terminou cotado a US$ 52,38 o barril.
Vale ON terminou com variação negativa de 2,54% e PNA, de 1,80%. A empresa disse, por meio de sua assessoria, desconhecer a informação divulgada pela Associação Chinesa de Ferro e Aço de que as mineradoras fecharam acordo com siderúrgicas chinesas para vender, temporariamente, minério de ferro com um desconto de 40% sobre os preços dos contratos 2008/2009. Ainda no setor minerador, voltaram os rumores de que a BHP Billiton poderá retomar a tentativa de se unir à Rio Tinto.
Nos EUA, os principais índices também recuaram hoje (e subiram mais de 6% na semana, segundo dados preliminares). Além da realização de lucros, pesaram por lá os temores em relação ao setor financeiro após as declarações dos executivos-chefes do JPMorgan e do Bank of America a respeito de um potencial mau desempenho dos bancos em março.
Ainda na esfera bancária, o presidente dos EUA, Barack Obama, reuniu-se hoje com os dirigentes das principais instituições financeiras do país para pedir apoio ao pacote para retirar ativos tóxicos dos balanços dos bancos. Eles manifestaram confiança em sua capacidade de trabalhar com a Casa Branca para superar a crise dos mercados financeiros e disseram apoiar a proposta.
Duas empresas que divulgaram balanços hoje lideraram as perdas do Ibovespa: Embraer ON (-8,50%) e Aracruz PNB (-7,27%). A Aracruz informou prejuízo de R$ 2,981 bilhões no quarto trimestre de 2008, o primeiro resultado negativo para um quarto trimestre em 10 anos. Já a Embraer registrou nos últimos três meses de 2008 prejuízo líquido de R$ 40,6 milhões, ante lucro de R$ 399,7 milhões no mesmo período de 2007. No ano passado, o lucro caiu 63,8%, para R$ 428,8 milhões. Em US Gaap, a empresa apurou lucro líquido de US$ 111,7 milhões no quarto trimestre e de US$ 388,7 milhões no acumulado de 2008, resultados abaixo das estimativas de analistas.
Eletropaulo, que também divulgou balanço, teve melhor desempenho, ao subir 2,89% na ação PNB. Foi a segunda maior alta do Ibovespa. A empresa anunciou ontem lucro líquido de R$ 529,4 milhões no 4º trimestre, alta de 5.501,8% ante o apurado no mesmo intervalo de 2007 e mais do que o dobro do esperado por analistas.