terça-feira, 6 de outubro de 2009

Bolsa de Nova York sobe com otimismo sobre economia

06 de Outubro de 2009 20:00

Os principais índices do mercado de ações dos EUA fecharam em alta pela segunda sessão consecutiva, após as autoridades do Banco Central da Austrália decidirem elevar a taxa básica de juros e alimentarem a perspectiva de que a economia mundial está progressivamente saindo da crise. Segundo o presidente do Banco Central da Austrália, Glenn Stevens, o cenário de fraqueza que justificava uma política monetária frouxa se dissipou.

O Dow Jones subiu 131,50 pontos, ou 1,37%, para 9.731,25 pontos, puxado por componentes como Alcoa (+3,50%), Intel (+2,77%) e JPMorgan (2,53%). Nas últimas duas sessões, o índice acumulou alta de 2,57%. O Nasdaq avançou 35,42 pontos, ou 1,71%, para 2.103,57 pontos, enquanto o S&P 500 fechou em alta de 14,26 pontos, ou 1,37%, a 1.054,72 pontos.

Também contribuiu para o avanço a expectativa positiva dos investidores em relação à temporada de balanços do terceiro trimestre, que será inaugurada simbolicamente pela Alcoa amanhã. "O consenso é de que provavelmente os resultados apresentados serão melhores que o previsto", disse Bob Johnson, analista da Satuit Capital Management.

Para John Brady, vice-presidente da MF Global, "há uma enxurrada de dinheiro que ainda está lá fora e que vai entrar nesta semana". Segundo ele, o foco da temporada de balanços não será o aumento da receita, mas a expansão da margem de lucro.

O avanço nos preços das commodities deu impulso particular às empresas ligadas ao segmento de matérias-primas. O ouro, por exemplo, atingiu um preço recorde de US$ 1.045 por onça-troy no mercado futuro de Nova York, o que deu suporte às ações de mineradoras como a Harmony Gold Mining, que subiu 9,1%.

A Boeing anunciou que deverá assumir um encargo de quase US$ 1 bilhão no terceiro trimestre deste ano e que enfrenta dificuldades com seu novo modelo de avião de carga 747-8. As ações da companhia operaram em baixa durante grande parte da sessão, mas fecharam o dia em alta de 0,02%.

A Mosaic subiu 4,2% após divulgar que as vendas de fertilizantes estão estabilizando e que prevê uma "forte demanda" tanto por fosfato quando por potássio no ano que vem. A companhia, no entanto, informou que seu lucro no primeiro trimestre fiscal encolheu 92%. As informações são da Dow Jones.

Ibovespa sobe 0,48% e registra maior nível de 2009

por Agência ESTADO
06 de Outubro de 2009 17:30

O índice Bovespa rompeu hoje, pela primeira vez em 2009, os 63 mil pontos durante a sessão, acompanhando o noticiário externo e o avanço das bolsas no exterior. Não fechou nesse patamar, mas isso não impediu que a pontuação final fosse a maior do ano. A trajetória, no entanto, não foi regular. O otimismo inicial abriu espaço para uma realização de lucros que durou boa parte da tarde, puxada pela fraqueza momentânea das blue chips e pela queda dos papéis do setor financeiro, neste caso até o final da sessão.

O Ibovespa subiu 0,48%, aos 62.670,59 pontos. Na mínima, registrou 62.002 pontos (-0,59%) e, na máxima, os 63.291 pontos (+1,48%). Em outubro, a Bolsa acumula ganhos de 1,88% e, no ano, 66,90%. O giro financeiro totalizou R$ 6,587 bilhões. Os dados são preliminares.

No início do dia, as ações brasileiras reagiram à decisão do banco central da Austrália de elevar sua taxa de juros, sendo o primeiro país do G-20 a iniciar a retirada dos estímulos que sustentaram a economia ao longo da crise financeira global. A alta da taxa, de 0,25 ponto porcentual, para 3,25% ao ano, consolidou a percepção do mercado de que o pior da crise pode mesmo já ser passado.

A decisão do BC da Austrália acabou reduzindo a oferta de dólares australianos em circulação, o que levou outras moedas, incluindo a norte-americana, a cair em valor relativo. Com isso, subiram os preços das commodities negociadas globalmente em dólares, impulsionando as ações das empresas de matérias-primas. O Dow Jones terminou o dia em alta de 1,37%, aos 9.731,25 pontos, o S&P também subiu 1,37%, para 1.054,72 pontos, e o Nasdaq, 1,71%, aos 2.103,57 pontos.

A Bolsa brasileira passou boa parte da tarde em queda, puxada principalmente pela baixa de Vale e Petrobras e bancos. Uma das explicações para essa queda é a troca de papéis em carteiras pelos investidores. Muitos teriam se desfeito de ações para entrar na oferta do Santander Brasil ou até mesmo em outros que estão por vir. O setor financeiro teria sentido mais essa realocação.

Bradesco PN terminou em baixa de 1,47%, na segunda maior baixa do Ibovespa, seguida por Itaú Unibanco PN, em -1,36%. BB ON caiu 1,30%. O Banco do Brasil anunciou hoje uma reorganização societária na área de seguros, com a constituição de duas subsidiárias integrais: BB Seguros Participações e BB Aliança Participações. Além disso, o banco público manifestou o interesse em comprar a participação de 60% das ações ON e 30% do capital total da SulAmérica na Brasilveículos.

O petróleo subiu 0,67% na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), para US$ 70,88 o barril, e influenciou Petrobras. As ações ON avançaram 0,88% e as PN, 0,12%. O presidente da empresa, José Sérgio Gabrielli, disse que o primeiro grupo de funcionários da Petro-Sal - futura estatal que deverá fiscalizar os contratos do pré-sal - deverá ser formado por aposentados da Petrobrás.

Vale ON subiu 0,92% e vale PNA, caiu 0,19%. A empresa assinou contrato de longo prazo com a Saudi Basic Industries Corporation (Sabic). O acordo prevê fornecimento de cerca de 3,3 milhões de toneladas de pelotas de redução direta ao ano, por dez anos, para a fábrica da Saudi na Arábia Saudita.

A Bovespa divulgou hoje que o valor de mercado (capitalização bursátil) das 386 empresas com ações negociadas na BM&FBovespa foi de R$ 2,09 trilhões em setembro, ante R$ 1,93 trilhão referente ao mesmo número de empresas com ações negociadas no mês anterior. O mercado à vista respondeu por 93% do volume financeiro em setembro. Os investidores estrangeiros detiveram 32,70% da participação no volume financeiro, ante 33,31% em agosto. As pessoas físicas ocuparam a segunda posição, com 31,01% ante 30,97%; os investidores institucionais ficaram com 25,90% ante 27,20%; as instituições financeiras com 8,20% ante 6,35%; as empresas com 2,12%, mesma participação do período anterior; e o grupo outros com 0,07%, ante 0,06%.