terça-feira, 8 de setembro de 2009

Restante da agenda do investidor para a segunda semana de setembro

por Rafael de Souza Ribeiro de InfoMoney
04/09/09 19h50


SÃO PAULO - Dentro da agenda para a segunda semana de setembro, os investidores estarão atentos, sobretudo, à divulgação do Livro Bege do Fed.

No front doméstico, o foco fica para a ata da última reunião do Copom, à divulgação do PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre, além da inflação medida pelo IPCA.

Quarta-feira (9/9)

Brasil

7h00 - A Fipe (Fundação Instituto de Pesquisa Econômica) apresenta o IPC referente à primeira quadrissemana de setembro. O índice é baseado em uma pesquisa de preços feita na cidade de São Paulo, entre pessoas que ganham de 1 a 20 salários mínimos.

8h00 - A FGV publica o IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna) de agosto, importante medida de inflação nacional.

11h00 - O Dieese revela o Índice de Custo de Vida referente ao mês de agosto. O relatório contém informações a respeito do custo de vida dos moradores do município de São Paulo.

EUA

11h30 - Será apresentado o relatório de Estoques de Petróleo norte-americano, semanalmente organizado pela EIA (Energy Information Administration). O documento é considerado uma importante medida, já que os EUA são o maior consumidor do combustível.

15h00 - Investidores estarão atentos ao Livro Bege do Fed, relatório importante sobre o desempenho atual da economia do país.


Quinta-feira (10/9)

Brasil

8h30 - Será revelada a ata do Copom.

9h00 - O IBGE publica o IPCA e o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), ambos referentes ao mês de agosto. O IPCA é um dos principais índices utilizados pelo Banco Central para o acompanhamento dos objetivos estabelecidos no sistema de metas de inflação.

9h30 - O órgão ainda apresenta a Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil de agosto, levantamento dos preços e dos custos dos materiais utilizados no setor.

EUA

9h30 - Confira o número de pedidos de auxílio-desemprego (Initial Claims), em base semanal.

9h30 - Destaque ao Trade Balance (balança comercial) com base no mês de julho, que mede a diferença entre os valores das importações e exportações realizadas pelo país.

Reino Unido

O dia será marcado pela reunião de política monetária do Banco da Inglaterra. Os membros do comitê vão decidir sobre eventuais mudanças nos parâmetros do juro básico.


Sexta-feira (11/9)

Brasil

8h00 - A FGV divulga o IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado) do primeiro decêndio de setembro, que é bastante utilizado pelo mercado, e retrata a evolução geral de preços na economia.

9h30 - Destaque para a divulgação do desempenho do PIB brasileiro no segundo trimestre.

EUA

9h30 - Serão apresentados o Export Prices e o Import Prices, ambos do mês de agosto. Os índices excluem de suas bases a produção agrícola e as cotações do petróleo, respectivamente.

10h55 - A Universidade de Michigan publica a preliminar do Michigan Sentiment de setembro, que mede a confiança dos consumidores na economia norte-americana.

11h00 - Sai o Wholesale Inventories de julho, relatório que contém informações sobre as vendas e os estoques do setor atacadista.

15h00 - O Departamento de Tesouro norte-americano fornece os dados de agosto do Treasury Budget (orçamento governamental).

Segunda-feira (14/9)

Brasil

8h30 - O Banco Central revela o relatório semanal Focus, que compila a opinião de consultorias e instituições financeiras sobre os principais índices macroeconômicos.

11h00 - O Ministério de Comércio Exterior reporta a Balança Comercial referente à última semana, que mede a diferença entre exportações e importações contabilizadas durante o período.

EUA

Não serão apresentados índices relevantes neste dia no país.

Índice Nasdaq fecha no nível mais alto desde 1º/10/2008

por Agência ESTADO
08 de Setembro de 2009 19:14

O índice Nasdaq fechou no nível mais alto desde 1º de outubro de 2008, enquanto o Dow Jones e S&P-500 também subiram impulsionados em especial pelos ganhos das ações de empresas do setor de commodities. No retorno do feriado do Dia do Trabalho (nos EUA), os investidores mostraram mais disposição para o risco, comprando uma variedade de ações.

Vários tipos de commodities subiram forte nesta segunda-feira, como ouro, prata, cobre e petróleo. De um ponto de vista econômico, os investidores se basearam na expectativa de que o crescimento global vai alimentar a demanda em cada um daqueles produtos no final do ano. Entre as componentes do Dow Jones ligadas as commodities: Alcoa +3,45%, ExxonMobil +2,12% e Chevron +2,20%.

No setor industrial, destaque para General Electric que subiu 4,54% depois que o JPMorgan elevou sua recomendação para a companhia de "neutra" para "overweight". Caterpillar fechou em alta de 1,87% e Procter & Gamble avançou 2,53%.

As ações da Kraft Foods, que teve sua oferta para compra da britânica Cadbury rejeitada, caíram 5,87%.

No setor financeiro, as ações da seguradora American International Group (AIG) caíram 10,49% depois que o Credit Suisse rebaixou sua recomendação para a companhia de "neutra" para "underperform", citando "pouco ou nenhum valor para a ação ordinária" no curto prazo.

O índice Dow Jones subiu 56,07 pontos (0,59%) e fechou com 9.497,34 pontos, desde a mínima de 9 de março o índice acumula um ganho de 45%. O Nasdaq avançou 18,99 pontos (0,94%) e fechou com 2.037,77 pontos. O S&P-500 subiu 8,99 pontos (0,88%) e fechou com 1.025,39 pontos. As informações são da Dow Jones.

Bolsa sobe 2,12% e registra maior nível desde 31/7/2008

por Agência ESTADO
08 de Setembro de 2009 17:54

A fraqueza do dólar causou uma corrida às commodities e, por tabela, aos papéis ligados ao setor no mercado acionário doméstico. Com um noticiário rico, Vale foi uma das mais negociadas na sessão de hoje e um dos destaques de alta, ao lado das siderúrgicas. As bolsas externas também fecharam no azul e não atrapalharam.

O índice Bovespa iniciou a segunda semana de setembro com ganho de 2,12%, fechando na máxima pontuação do dia, de 57.854,80 pontos, maior nível desde 31 de julho de 2008 (59.505,20 pontos). Na mínima do dia, registrou 56.655 pontos (estabilidade). No mês, acumula alta de 2,42% e, no ano, de 54,07%. O giro financeiro totalizou R$ 4,547 bilhões. Os dados são preliminares.

O dólar fechou em baixa ante várias moedas mundiais, e não só o real, após relatório da Unctad, braço da ONU para comércio e desenvolvimento, que o questionou como moeda internacional de reserva. Isso fez com que os investidores partissem para a compra de commodities, que subiram e puxaram as bolsas. Outra notícia internacional que contribuiu para a melhora das ações foi a defesa dos ministros das Finanças do G-20 de manutenção do estímulo econômico.

Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o contrato do petróleo para outubro disparou 4,53%, para US$ 71,10 o barril, enquanto, na Bolsa de Metais de Londres, a alta do ouro foi um dos destaques. Foram as mineradoras os principais destaques nas bolsas europeias. Em Londres, o índice FT-100 avançou 0,29%, aos 4.947,34 pontos; em Frankfurt, o índice Dax terminou com ganho de 0,33%, aos 5.481,73 pontos; na bolsa de Paris, o índice CAC-40 terminou em alta de 0,22%, aos 3.660,96 pontos.

Nos EUA, além das commodities, também favoreceu a alta das ações a oferta não solicitada feita pela fabricante de alimentos Kraft Foods de US$ 16,7 bilhões pela britânica Cadbury na segunda-feira. Apesar de a proposta da Kraft ter sido rejeitada, muitos investidores interpretaram o interesse da empresa em propor uma aquisição como um sinal de melhora no ambiente de negócios corporativos, o que seria um fator positivo para a economia.

Dow Jones terminou com ganho de 0,59%, aos 9.497,34 pontos, S&P 500 subiu 0,88%, aos 1.025,39 pontos, e Nasdaq avançou 0,94%, aos 2.037,77 pontos.

Essa mesma interpretação feita para a oferta da Kraft também foi lida na notícia, veiculada pela Folha de S.Paulo, de que o empresário Eike Batista estaria interessado em adquirir a participação da Bradespar no capital da Vale e já teria feito uma oferta de compra. Segundo Airton Kelner, gestor da Legan, por se tratar de um negócio de bloco fechado, não influenciaria diretamente as ações. "Mas é um indício de que as condições do mercado estão melhores e ajudam o mercado acionário como um todo", avaliou.

Além dessa notícia, os investidores ainda digeriram hoje o anúncio de que a Vale pretende realizar uma emissão de bônus de 10 anos no mercado internacional. A emissão será de até US$ 1 bilhão, embora, segundo fonte, a demanda já seja de US$ 2,5 bilhões. Vale ON subiu 3,23% e Vale PNA, 2,27%. Bradespar PN terminou em 6,04%, na terceira maior alta do Ibovespa.

Petrobras ON avançou 2,16% e PN, 1,14%. A estatal anunciou hoje que retomou a produção em poço no pré-sal de Tupi, após a área ter sido fechado para a troca da Árvore de Natal Molhada (equipamento submarino de controle de fluxo de poços).

Embraer ON terminou em 2,97%. Ontem, o Brasil anunciou um acordo militar com a França pela qual o governo de Nicolas Sarkozy se comprometeu a comprar dez aviões de transporte militar KC-390, que serão fabricados pela Embraer. Fontes ouvidas pelo jornalista Jamil Chade, em Genebra, informaram que a fabricante brasileira pode abrir um processo na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra os subsídios concedidos pela União Europeia à Bombardier na produção de aviões.

U-6: o subemprego e a extraordinária taxa de desemprego nos EUA

Taxa oficial (vermelho) e real (azul) de desemprego nos Estados Unidos



por Gustavo Kahil de InfoMoney
08/09/09 15h25


SÃO PAULO - Desde o início da recessão em dezembro de 2007, o número de desempregados nos Estados Unidos aumentou em 7,4 milhões e a taxa de desemprego cresceu 4,8 pontos percentuais, para 9,7%. Aproximadamente 6,9 milhões de vagas foram cortadas no período.

Estes são os dados oficiais. Porém, um olhar mais próximo sobre os números do mercado de trabalho revela números mais preocupantes. A medida alternativa de emprego U-6 mostra uma taxa de desemprego de 16,8% no mês de agosto, 7,1 pontos percentuais acima da outra medição.

Para Dave Rosenberg, economista-chefe da administradora de recursos Gluskin Sheff, "sugerir que o ciclo de queda da economia foi qualquer coisa diferente de uma depressão é basicamente uma deturpação dos fatos". A leitura da figura abaixo mostra que a taxa real se aproxima cada vez mais do nível de 20%.

Taxa oficial
A elevada diferença entre as duas taxas deve-se à metodologia empregada. A taxa de 9,7% é calculada com base nas pessoas que não têm emprego, disponíveis para trabalhar e que tenham procurado emprego de forma direta nas últimas quatro semanas. Sendo que a definição de "forma direta" é ampla e engloba as pessoas que contataram um empregador, agência de empregos, centro de empregos ou amigos, enviou currículos ou inscreveu-se para seleções, respondeu a anúncios, dentre outras coisas.

U-6
Os dados utilizados na metodologia U-6 incluem à taxa oficial os "trabalhadores adicionados marginalmente". São aqueles que não estão trabalhando ou procurando por uma vaga, mas que dizem querer um emprego e o buscaram recentemente e pessoas que trabalharam por um período menor por razões econômicas, ou seja, desejam um trabalho integral, mas um trabalho de menos horas foi tudo o que puderam encontrar.

Deflação
Rosenberg, ex-economista chefe para os EUA da Merrill Lynch, avalia que, devido ao grande déficit do mercado de trabalho, qualquer inflação que o Federal Reserve consiga trazer para a economia "será simplesmente um barulho insustentável durante uma tendência declinante do poder de precificação". É fato que alguns indicadores apontam para uma recuperação econômica, porém os dados podem, na verdade, estar maquiados por um efeito sazonal de programas de descontos.

Os números de agosto do Chain Store Sales, que mede as vendas das lojas varejistas, mostram um recuo de 2,9% nas vendas na comparação com o mesmo período do ano anterior, número menor do que os 3,8% esperados pelo mercado, além de uma desaceleração ante o recuo de 5,1% anotado em julho. Mas, para Rosenberg, os números são reflexo de um programa agressivo de corte nos preços e promoções. É ainda esperada uma melhora artificial das vendas em setembro devido ao retorno das aulas, explica.

Rosenberg parece estar no time dos céticos quanto à recuperação da economia, e também dos que acham que visualizar uma taxa real de desemprego próxima à da Grande Recessão não é maluquice.