terça-feira, 8 de setembro de 2009

Bolsa sobe 2,12% e registra maior nível desde 31/7/2008

por Agência ESTADO
08 de Setembro de 2009 17:54

A fraqueza do dólar causou uma corrida às commodities e, por tabela, aos papéis ligados ao setor no mercado acionário doméstico. Com um noticiário rico, Vale foi uma das mais negociadas na sessão de hoje e um dos destaques de alta, ao lado das siderúrgicas. As bolsas externas também fecharam no azul e não atrapalharam.

O índice Bovespa iniciou a segunda semana de setembro com ganho de 2,12%, fechando na máxima pontuação do dia, de 57.854,80 pontos, maior nível desde 31 de julho de 2008 (59.505,20 pontos). Na mínima do dia, registrou 56.655 pontos (estabilidade). No mês, acumula alta de 2,42% e, no ano, de 54,07%. O giro financeiro totalizou R$ 4,547 bilhões. Os dados são preliminares.

O dólar fechou em baixa ante várias moedas mundiais, e não só o real, após relatório da Unctad, braço da ONU para comércio e desenvolvimento, que o questionou como moeda internacional de reserva. Isso fez com que os investidores partissem para a compra de commodities, que subiram e puxaram as bolsas. Outra notícia internacional que contribuiu para a melhora das ações foi a defesa dos ministros das Finanças do G-20 de manutenção do estímulo econômico.

Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o contrato do petróleo para outubro disparou 4,53%, para US$ 71,10 o barril, enquanto, na Bolsa de Metais de Londres, a alta do ouro foi um dos destaques. Foram as mineradoras os principais destaques nas bolsas europeias. Em Londres, o índice FT-100 avançou 0,29%, aos 4.947,34 pontos; em Frankfurt, o índice Dax terminou com ganho de 0,33%, aos 5.481,73 pontos; na bolsa de Paris, o índice CAC-40 terminou em alta de 0,22%, aos 3.660,96 pontos.

Nos EUA, além das commodities, também favoreceu a alta das ações a oferta não solicitada feita pela fabricante de alimentos Kraft Foods de US$ 16,7 bilhões pela britânica Cadbury na segunda-feira. Apesar de a proposta da Kraft ter sido rejeitada, muitos investidores interpretaram o interesse da empresa em propor uma aquisição como um sinal de melhora no ambiente de negócios corporativos, o que seria um fator positivo para a economia.

Dow Jones terminou com ganho de 0,59%, aos 9.497,34 pontos, S&P 500 subiu 0,88%, aos 1.025,39 pontos, e Nasdaq avançou 0,94%, aos 2.037,77 pontos.

Essa mesma interpretação feita para a oferta da Kraft também foi lida na notícia, veiculada pela Folha de S.Paulo, de que o empresário Eike Batista estaria interessado em adquirir a participação da Bradespar no capital da Vale e já teria feito uma oferta de compra. Segundo Airton Kelner, gestor da Legan, por se tratar de um negócio de bloco fechado, não influenciaria diretamente as ações. "Mas é um indício de que as condições do mercado estão melhores e ajudam o mercado acionário como um todo", avaliou.

Além dessa notícia, os investidores ainda digeriram hoje o anúncio de que a Vale pretende realizar uma emissão de bônus de 10 anos no mercado internacional. A emissão será de até US$ 1 bilhão, embora, segundo fonte, a demanda já seja de US$ 2,5 bilhões. Vale ON subiu 3,23% e Vale PNA, 2,27%. Bradespar PN terminou em 6,04%, na terceira maior alta do Ibovespa.

Petrobras ON avançou 2,16% e PN, 1,14%. A estatal anunciou hoje que retomou a produção em poço no pré-sal de Tupi, após a área ter sido fechado para a troca da Árvore de Natal Molhada (equipamento submarino de controle de fluxo de poços).

Embraer ON terminou em 2,97%. Ontem, o Brasil anunciou um acordo militar com a França pela qual o governo de Nicolas Sarkozy se comprometeu a comprar dez aviões de transporte militar KC-390, que serão fabricados pela Embraer. Fontes ouvidas pelo jornalista Jamil Chade, em Genebra, informaram que a fabricante brasileira pode abrir um processo na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra os subsídios concedidos pela União Europeia à Bombardier na produção de aviões.

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