quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Bolsa de NY fecha em alta com esperança sobre pacote

por Renato Martins da Agência Estado
25.09.2008 18h21

As Bolsas americanas fecharam em alta, com a expectativa de um acordo no Congresso dos EUA em torno do pacote de socorro aos bancos puxando para cima as ações do setor financeiro. Os primeiros informes sobre o acordo levaram o índice Dow Jones a subir até 304 pontos, mas ele recuou da máxima à tarde, em reação a notícias de que o acordo é apenas preliminar.
As ações do setor financeiro estavam entre as que mais subiram (JPMorgan Chase +7,31%, Bank of America +3,93%, Citigroup +2,37%), refletindo a expectativa de aprovação rápida do pacote de socorro. Entre as exceções estavam Washington Mutual, com queda de 25,22%, devido à falta de novidades sobre possíveis compradores da instituição, e Capital One Financial, com baixa de 5,13%, depois de a empresa ter levantado US$ 686 milhões em capital com uma oferta de ações, colocadas a preço 6,6% abaixo do nível de fechamento de ontem.
Entre os destaques do pregão também estava General Electric; suas ações chegaram a cair 4,4%, depois de a empresa suspender seu programa de recompra de ações e anunciar que não aumentará seus dividendos em 2009 (pela primeira vez desde 1976); à tarde, porém, elas se recuperaram e fecharam em alta de 4,43%. "A GE é uma companhia diversificada e de base ampla. Ela tem a mão em muitas coisas diferentes. Se a GE está suspendendo a recompra de ações e coisas assim, ela deve estar vendo algo de fundamental sobre a economia", comentou Jeffrey Pavlik, presidente da gestora de fundos de hedge Pavlik Capital Management.
As ações do setor de petróleo subiram, em reação à alta dos preços do produto (ExxonMobil +3,38%, Chevron +2,63%). Os indicadores fracos divulgados pela manhã fez caírem ações como General Motors (-3,09%), Alcoa (-2,73%) e DuPont (-2,58%). As ações da Nike subiram 9,68%, em reação a seu informe de resultados.
O índice Dow Jones fechou em alta de 196,89 pontos (1,82%), em 11.022,06 pontos. O Nasdaq fechou em alta de 30,89 pontos (1,43%), em 2.186,57 pontos. O S&P-500 subiu 23,31 pontos (1,97%), para 1.209,18 pontos. As informações são da Dow Jones

Bovespa sobe 3,98% com iminência de acordo nos EUA

por Claudia Violante da Agência Estado
25.09.2008 17h42

A iminência de um acordo no Congresso dos Estados Unidos para a aprovação do pacote de ajuda do governo ao sistema financeiro animou os investidores, que, por tabela, levaram as ações para cima. A Bolsa de Valores de São Paulo acompanhou o movimento, também influenciada por notícias locais que favoreceram as três empresas com maior participação no seu principal índice, o Ibovespa: Petrobras, Vale e BM&FBovespa.
Na maior alta da semana, o Ibovespa fechou em alta de 3,98% hoje e voltou aos 51 mil pontos, para 51.828,46 pontos. Durante toda a sessão, o índice ficou no terreno positivo, entre a mínima de 49.848 pontos (+0,01%) e a máxima de 51.867 pontos (+4,06%). Apesar da alta, no mês ainda acumula perdas de 6,92% e, no ano, de -18,87%. O giro financeiro totalizou R$ 5,235 bilhões. Os dados são preliminares.
Em Wall Street, os principais índices acionários também operaram em alta o dia todo, reagindo às indicações de que os líderes parlamentares no Congresso alcançaram um acordo preliminar sobre o socorro de US$ 700 bilhões. O Dow Jones subiu 1,82%, aos 11.022,06 pontos, o S&P teve ganho de 1,97%, para 1.209,18 pontos, e o Nasdaq avançou 1,43%, para 2.186,57 pontos.
Durante à tarde, foi divulgado que os democratas e republicanos no Congresso americano chegaram a um acordo, embora não o que queria o governo dos EUA. Pela proposta, divulgada pelo Wall Street Journal, US$ 250 bilhões seriam liberados imediatamente e US$ 100 milhões poderiam ser agregados à esta quantia. Mas a última parcela poderia ser bloqueada caso o pacote não esteja a contento.
Os líderes, depois, desmentiram que um acordo já tenha sido efetivamente costurado, mas deixaram em aberto que isso pode ocorrer nas próximas horas. E isso agradou os investidores. Segundo um analista do mercado de renda variável em São Paulo, o discurso alarmista do presidente George W. Bush, ontem à noite, quando instou o cidadão a defender o pacote sob a ameaça de sentir na pele os efeitos de uma não-aprovação, deve ter sido o catalisador a apressar as conversas que duraram toda a quinta-feira em torno do socorro. Bush foi bastante pessimista e avisou: sem o pacote, a economia dos Estados Unidos deve entrar numa grande recessão, o que significa perda de empregos e redução no valor das aposentadorias por meio do impacto no mercado acionário.
A predisposição em prever que finalmente o acordo sairá, mesmo que ele possa não ser a solução dos problemas, fez com que as commodities subissem, garantindo o desempenho da Bovespa.
Três outras notícias ainda favoreceram os negócios: a Petrobras confirmou a descoberta de óleo leve e gás na área do pré-sal de Júpiter; a Vale confirmou a negociação para um novo reajuste de 11% com as siderúrgicas chinesas ainda este ano, e a BM&FBovespa com a recompra de até 3,5% das ações em circulação. Todas subiram forte. Petrobras PN avançou 4,52%, Petrobras ON subiu 4,58%, Vale PNA ganhou 4,89% e BM&FBovespa valorizou 5,76%.