quinta-feira, 2 de abril de 2009

Bolsa avança 4,19% e fecha no maior nível em 6 meses

por Claudia Violante de Agência ESTADO
02 de Abril de 2009 17:38

São Paulo - O fundo do poço parece estar agora apenas no retrovisor. Pelo menos foi essa a justificativa para embalar o comportamento dos investidores nesta quinta-feira de euforia. O anúncio de que serão liberados US$ 1,1 trilhão para o Fundo Monetário Internacional (FMI) e outros órgãos multilaterais, os dados melhores do que os previstos divulgados ontem nos Estados Unidos e a aprovação de mudanças nas regras para marcação a mercado de ativos nos EUA resultaram numa forte procura por ações, o que gerou disparada nos índices acionários ao redor do globo.
Impulsionada por forte ingresso de recursos estrangeiros, a Bovespa avançou 4,19%, para 43.736,45 pontos, o maior patamar desde os 44.517,32 pontos de 3 de outubro de 2008 (há exatos seis meses). Na mínima do dia, tocou os 41.977 pontos (estabilidade) e, na máxima, os 44.286 (+5,50%). Com o desempenho de hoje, em apenas dois pregões de abril a Bolsa já subiu 6,87%.
A volta dos estrangeiros hoje ficou mais nítida no giro da Bolsa. O total negociado somou R$ 5,890 bilhões, bem acima da média de 2009, de R$ 3,915 bilhões, de acordo com o site da BM&FBovespa.
A quinta-feira já amanheceu com a notícia de que o Grupo dos 20 irrigaria a economia com mais US$ 1 trilhão, mas esse número cresceu e muito ao longo do dia. O FMI terá seus atuais recursos triplicados para US$ 750 bilhões. O primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, informou que a cifra total da ajuda é de US$ 5 trilhões, até 2010. Do total, US$ 250 bilhões serão fundos para financiar o comércio nos próximos dois anos.
Somou-se a essas notícias a decisão do Conselho de Padrões de Contabilidade Financeira (FASB, na sigla em inglês) de flexibilizar as regras de marcação a mercado de ativos nos EUA, o que permitirá que os grupos definam o valor justo de seus ativos. Nos EUA, as bolsas subiram mais de 2%. O índice Dow Jones avançou 2,79%, segundo dados preliminares.
A euforia global impulsionou também os preços das commodities (matérias-primas), que fecharam com altas consideráveis e também acabaram por reforçar os ganhos da Bovespa. Vale ON terminou a sessão de hoje com variação de 6,57% nas ações ON e 6,10% nas PNA. Petrobras ON subiu 4,92% e PN, 3,74%. Na Bolsa Mercantil de Nova York, o contrato do petróleo para maio avançou 8,78% e fechou cotado a US$ 52,64 o barril.
Segundo especialistas, apesar do clima melhor do mercado hoje, amanhã isso "já será passado" e tudo pode acontecer.

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