terça-feira, 7 de julho de 2009

Ibovespa segue NY e cai 2,30%; Vale PNA perde 5,55%

por Agência ESTADO
07 de Julho de 2009 17:56

A Bolsa de Valores de São Paulo se manteve hoje atrelada ao comportamento das Bolsas norte-americanas e fechou novamente em baixa, pela quarta sessão seguida. Puxado principalmente por Vale, o índice Bovespa perdeu o suporte de 50 mil pontos, para fechar no menor nível desde 24 de junho. Siderúrgicas também foram destaque de baixa, numa sessão em que o sinal vermelho foi dominante nos papéis que compõem o principal índice à vista.

O Ibovespa terminou a sessão em queda de 2,30%, aos 49.456,70 pontos, menor pontuação desde os 49.672,12 pontos de 24 de junho. Na mínima do dia, registrou os 49.400 pontos (-2,41%) e, na máxima, os 50.621 pontos (estabilidade). Nestas quatro sessões seguidas de baixa, acumulou perdas de 4,05% que, em julho, são um pouco menores (-3,90%), já que no primeiro pregão do mês o índice subiu 0,15%. Em 2009 até hoje, o Ibovespa acumula alta de 31,71%. O volume financeiro totalizou R$ 5,441 bilhões, engrossado na reta final da sessão. Os dados são preliminares.

A justificativa para o desempenho dos mercados hoje - e nas últimas sessões - é a incerteza sobre o rumo da economia global, sobretudo norte-americana, depois dos dados fracos sobre o mercado de trabalho. Como a agenda está vazia de indicadores, os investidores ficam sem norte e também preferem não arriscar, já que tem início amanhã a temporada de balanços do segundo semestre, para a qual não se esperam números muito animadores.

Na avaliação do economista da Um Investimentos Hersz Ferman, o segundo trimestre foi bom no mercado financeiro, mas a economia ainda está fraca e ainda não mostra recuperação. "Mas está no caminho certo. Os estímulos demoram a surtir efeito, a mostrar resultados", comentou ao lembrar, no entanto, que diante das baixas expectativas sobre os balanços, números melhores podem adicionar o vigor que está faltando aos negócios. A Alcoa inaugura amanhã a safra de balanços nos EUA.

Hoje, assim como ao longo desta semana, Wall Street comandou os negócios também por aqui e, na ausência de novos compradores, a Bovespa seguiu fraca. Em Nova York, as bolsas hoje trabalharam a sessão toda em queda, e ampliaram a queda no final, pressionadas pelo sentimento negativo dos investidores quanto à recuperação da economia e pela fraqueza nos papéis de petrolíferas e de empresas do segmento industrial.

O Dow Jones terminou o dia em baixa de 1,94%, aos 8.163,60 pontos. O S&P 500 recuou 1,97%, aos 881,03 pontos, e o Nasdaq perdeu 2,31%, aos 1.746,17 pontos. Na Europa, o índice FTSE-100 da Bolsa de Londres recuou 0,19%, para 4.187,00 pontos. Em Frankfurt, o índice Xetra-DAX caiu 1,15%, para 4.598,19 pontos. Na Bolsa de Paris, o CAC-40 teve queda de 1,09%, para 3.048,57 pontos. Em Madri, o índice IBEX-35 recuou 0,51%, para 9.520,00 pontos.

No Brasil, o tombo das ações da Vale foi fundamental para o desempenho do índice. Os papéis PNA despencaram 5,55% e os ON, 5%, respectivamente a segunda e terceira maiores quedas do Ibovespa. Bradespar, que integra o bloco de controle da Vale, liderou as perdas do Ibovespa, com -5,58% na ação PN. Os investidores não gostaram muito da notícia de que a mineradora está lançando notes conversíveis em ações pela companhia. Ferman, da Um, justificou que o que desagradou foi o fato de a empresa ter dinheiro em caixa, o que levanta dúvidas sobre o que será feito com os recursos. "A empresa tem um dos melhores endividamentos do setor, baixo. E justamente por isso a emissão desagradou, já que levanta a hipótese de que a empresa voltará a fazer oferta de compra de outra empresa, aí sim aumentando o endividamento", comentou.

Como pano de fundo, os metais fecharam em baixa e esse sinal negativo também se espalhou pelas siderúrgicas. Metalúrgica Gerdau e Gerdau tiveram as maiores quedas do setor, de 3,82% e 3,56%, respectivamente, nas ações PN. Usiminas PNA perdeu 3% e CSN ON, -2,26%.

Petrobras também fechou em baixa, na esteira do recuo do preço do petróleo. Petrobras ON terminou em -0,99% e PN, em -2,30%. Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o contrato com vencimento em agosto fechou em baixa de 1,75%, aos US$ 62,93 o barril.

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