quarta-feira, 26 de março de 2008

Mineradora americana pode ser o novo alvo da Vale, diz Goldman Sachs

Mineradora americana pode ser o novo alvo da Vale, diz Goldman Sachs
26.03.2008 20h15
Mercado acredita que, após fracassar na compra da Xstrata, mineradora brasileira passe a procurar uma aquisição de até US$ 50 bi
Revista EXAME

Um dia após a Vale anunciar que encerrou as negociações para a compra da mineradora anglo-suíça Xstrata, o mercado já começou a especular qual será o próximo alvo da mineradora brasileira. Com o forte apetite da China por commodities e a valorização das ações das empresas, a tendência é que a consolidação do setor não pare apesar dos recentes fracassos da Vale e também da gigante BHP – que tentou comprar a Rio Tinto sem sucesso.
Segundo relatório divulgado pelo banco Goldman Sachs, o próximo alvo da Vale deve ser a mineradora americana Freeport-McMoran Copper & Gold, a segunda maior fabricante de cobre do mundo. Para o Goldman Sachs, a empresa brasileira desistiu da Xstrata, mas não de aumentar sua presença em mercados como de carvão, cobre e níquel para incrementar sua estratégia de ser a principal fornecedora dos metais necessários para a industrialização de Brasil, China, Rússia e Índia.
A Freeport tem sede em Phoenix (Arizona) e produz cobre, ouro, prata e cobalto. A empresa atua em quatro continentes e suas principais minas estão nos Estados Unidos, Peru, Chile, Congo e Indonésia. Em 2006, a Freeport comprou por quase 26 bilhões de dólares a também americana Phelps Dodge, uma das principais produtoras de cobre do mundo.
Procurada, a assessoria de imprensa da Freeport nos Estados Unidos informou que não tem como política comentar rumores de mercado. Suas ações, no entanto, fecharam em alta de 5,44% nesta quarta-feira na Bolsa de Nova York, o que mostra que a Goldman Sachs não é o único a acreditar em uma oferta da Vale. Segundo o Deutsche Bank, a mineradora brasileira deve procurar algum ativo de até 50 bilhões de dólares – a Freeport vale 37,3 bilhões de dólares. Uma aquisição menor que os cerca de 90 bilhões de dólares exigidos para levar a Xstrata seria mais fácil de financiar em um momento de turbulência nos mercados. Com isso, a Vale correria menos risco de perder o grau de investimento das agências de classificação de risco.
O próprio presidente da Vale, Roger Agnelli, disse nesta terça-feira que a Xstrata não era a única oportunidade de compra no mercado. Ele negou, entretanto, que a empresa já esteja em alguma outra negociação e afirmou que a prioridade é o cumprimento do plano de investimentos de 59 bilhões de dólares nos próximos anos.
Na própria nota que divulgou ao mercado, no entanto, a Vale alimenta essa expectativa de que a compra da Xstrata no futuro não pode ser descartada, apesar de encerradas as negociações neste momento. Pela legislação britânica, entretanto, uma nova oferta só poderá ser apresentada dentro de seis meses a não ser que a conselho de administração da mineradora anglo-suíça recue e aceite a proposta já apresentada pela Vale ou então uma terceira empresa tente comprá-la. O mercado considera essa possibilidade pequena

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