quarta-feira, 23 de abril de 2008

Após cinco altas, Ibovespa fecha em queda de 0,71%

23.04.2008 17h29
por Claudia Violante da Agência Estado

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, interrompeu uma seqüência de cinco altas, descolou-se de Nova York e fechou em queda hoje. No finalzinho do dia, perdeu o patamar de 65 mil pontos, recuperado ontem. O índice fechou em baixa de 0,71%, aos 64.947,5 pontos. Chegou a subir na abertura e, logo depois, atingiu a máxima de 65.689 pontos (+0,42%). Mas logo virou e, na mínima, bateu em 64.914 pontos (-0,76%). Com a perda de hoje, a Bolsa paulista reduziu os ganhos do mês a +6,53% e, no ano, a +1,66%. O volume financeiro negociado hoje totalizou R$ 5,127 bilhões.
A principal justificativa para a queda da Bolsa hoje, descolando-se da alta das bolsas americanas, é uma realização de lucros, uma vez que acumulou elevação de 5,24% últimos cinco pregões. Como a valorização dos produtos básicos (commodities) também deu uma trégua hoje, favoreceu a queda das ações da Vale e da Petrobras, as de maior peso no cálculo do índice.
Os metais, no entanto, não tiveram fechamento uniforme: alguns subiram, outros caíram, e o petróleo, que recuou em grande parte do pregão, inverteu a mão e subiu no final da sessão. Em Nova York, o barril do óleo avançou 0,19%, para US$ 118,30, depois que os investidores resolveram reavaliar o impacto da queda maior que a prevista dos estoques americanos de gasolina e derivados na semana passada - divulgados hoje.
Petrobras ON caiu 1,33% e Petrobras PN, 1,37%. Vale ON perdeu 0,70% e Vale PNA, 0,47%.
Nos EUA, as bolsas operaram em alta, favorecidas por bons balanços, com destaque para Boeing. Apple, que anuncia seus números ainda hoje, também teve alta e ajudou a sustentar o índice Nasdaq em terreno positivo. No fim do pregão, Dow Jones registrava alta de 0,34%, S&P subia 0,29% e Nasdaq, 1,19%.
A Boeing, cujo mercado de atuação é pulverizado, anunciou alta de 38% em seu lucro líquido do primeiro trimestre, para US$ 1,21 bilhão ou US$ 1,62 por ação (a previsão dos analistas era de US$ 1,35 por ação). Já a fabricante de chips Broadcom teve lucro de US$ 74,3 milhões (US$ 0,14 por ação) no primeiro trimestre, resultado 22% superior ao de igual período de 2007. Analistas classificaram o resultado como "sólido".
Yahoo!, apesar de divulgar um lucro 282% maior no primeiro trimestre, registrou queda nos papéis hoje. Para analistas, o ganho de US$ 542 milhões no primeiro trimestre não foi forte o bastante para forçar a Microsoft a elevar o valor da oferta pela empresa.
Pior foi o resultado da Ambac, cujas ações derreteram depois de a seguradora de bônus ter anunciado prejuízo de US$ 1,66 bilhão, ou US$ 11,69 por ação, no primeiro trimestre, bem mais que a perda de US$ 1,51 por ação prevista por analistas.
Na Europa, os balanços também levaram as principais praças acionárias a fechar em elevação. No velho continente, foram destaques os números da farmacêutica alemã Merck KGaA, da gigante de materiais de construção francesa Saint Gobain e da fabricante de chips alemã Infineon.

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