sexta-feira, 23 de maio de 2008

Bolsa fecha em baixa de 1,17% e Petrobras PN cai 3,7%

por Paula Laier da Agência Estado
23.05.2008 17h38

A Bolsa de Valores de São Paulo encerrou em queda, pela segunda sessão consecutiva, alinhada às perdas das principais bolsas nos Estados Unidos. A repercussão negativa do nível recorde do petróleo, que chegou a R$ 135 em Nova York, pressionou os índices de ações em Wall Street, contaminando as operações no Brasil. A realização de lucros sobre as ações da Petrobras e da Vale corroborou o cenário de queda no pregão paulista. O setor bancário foi o destaque do noticiário corporativo, com a notícia de que o Banco do Brasil e o governo do Estado de São Paulo iniciaram negociação para a incorporação do banco Nossa Caixa pela instituição federal. As ações da Nossa Caixa dispararam enquanto as do BB caíram.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa paulista, terminou o dia em baixa de 1,17%, aos 71.451,8 pontos, após oscilar da mínima de 70.774,2 pontos (-2,10%) à máxima de 72.295,2 pontos (estável). O volume financeiro somou R$ 5,8 bilhões - valor abaixo da média diária de maio (de R$ 7,2 bilhões até o dia 16) por causa da ausência de muitos participantes que emendaram o feriado nacional ontem com o fim de semana. O fechamento de Wall Street na segunda-feira, por feriado nos Estados Unidos, também reduziu a liquidez nos negócios hoje. Na semana, o índice paulista registra queda de 1,81%. No mês, acumula valorização de 5,28% e, no ano, de 11,84%.
Ontem, quando o mercado brasileiro fechou por feriado nacional, o petróleo atingiu a marca histórica de R$ 135,09 em Nova York, mas devolveu a alta e acabou a sessão em baixa, o que permitiu também que as bolsas americanas encerrassem a quinta-feira em alta. Hoje, contudo, a commodity voltou a subir, minando o humor em Wall Street. O barril encerrou com valorização de 1,05%, em US$ 132,19. Investidores usaram o argumento de que o petróleo fechou em baixa ontem para comprar petróleo hoje. Ninguém quer ser pego de surpresa no meio do feriado. Com tal cautela, aliada às preocupações sobre os reflexos das altas do petróleo na economia, em particular a inflação, o índice de ações Dow Jones caiu 1,16%, o S&P 500 perdeu 1,32% e o Nasdaq recuou 0,81%.

Petrobras

A pressão externa foi reforçada pelas quedas de Petrobras e Vale. Mesmo com a alta do petróleo, as ações da estatal recuaram por realização de lucros. Até a quarta-feira, esses papéis acumulavam na semana apreciação de 9,05% (PN) e 7,6% (ON), o que motivou vendas, levando a ação PN a cair 3,71% e a ON a recuar 3,77% na sessão de hoje. Na noite de quarta-feira, a Petrobras confirmou que foram encontrados indícios de petróleo na área da camada pré-sal no bloco BM-S-8, cujo prospecto vem sendo chamado de Bem-te-vi. O impacto da notícia, contudo, foi neutro, uma vez que já estava no preço dos papéis.

Vale

As ações da Vale também descolaram-se da trajetória ascendente dos preços dos metais no exterior e deram continuidade ao movimento de realização de lucros iniciado na terça-feira. Os papéis PNA caíram 1,32% e os ON cederam 1,37%.

Nossa Caixa

Do noticiário corporativo, os investidores receberam com entusiasmo a informação sobre início de negociação entre o BB e o governo paulista para a incorporação da Nossa Caixa. As ações ON do banco paulista dispararam, encerrando o dia com elevação de 31,52% - a maior entre os papéis negociados no Ibovespa. No caso do BB, as ações ON caíram 2,81%. Itaú, Bradesco e Unibanco questionaram a operação, informando que também têm interesse na aquisição da Nossa Caixa e defendendo a realização de um leilão para escolher quem levaria o banco. As ações PN do Itaú caíram 0,33%, as PN do Bradesco cederam 0,08% e as Units do Unibanco recuaram 1,51%

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