quinta-feira, 19 de junho de 2008

Ibovespa segue NY e encerra em baixa de 1,97%

por Claudia Violante da Agência Estado
18.06.2008 17h30


A Bovespa operou o dia todo com o sinal negativo, empurrada pela deterioração das condições da economia norte-americana. Balanços fracos, anúncio de corte nos dividendos e também o alerta de que o mercado de ações pode passar em breve por um "crash" fizeram Wall Street ceder. No final do dia, o petróleo, que vinha caindo, acabou virando e fechou com alta firme, reforçando as preocupações com a inflação pelo mundo e com a estagflação nos EUA.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa paulista, encerrou o pregão com queda de 1,97%, aos 67.090,4 pontos, o menor patamar desde o dia 11 (66.794,8 pontos). Oscilou entre a mínima de 66.917,4 pontos (-2,22%) e a máxima de 68.431 pontos (-0,01%). O resultado de hoje ampliou as perdas de junho a -7,58%. No ano, a Bolsa ainda tem ganho, de 5,02%. O volume financeiro de hoje totalizou R$ 12,183 bilhões, inflado pelo vencimento de opções sobre Ibovespa e pelas operações dos investidores para o exercício do Ibovespa futuro.
As notícias ruins provenientes dos Estados Unidos foram as responsáveis pelo desempenho do dia. O índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, fechou em baixa de 1,08%. O resultado decepcionante da companhia de entregas FedEx e novas notícias ruins no setor bancário pressionaram as bolsas. Além disso, o petróleo encerrou o dia com alta de 1,99%, em US$ 136,68 por barril na Bolsa Mercantil de Nova York, devido às ameaças de greve no setor petrolífero na Nigéria. O índice acionário S&P recuou 0,97% e o Nasdaq perdeu 1,14%.
A FedEx, empresa considerada um termômetro da economia, anunciou prejuízo no quarto trimestre fiscal, além de reduzir mais a projeção de resultados para o ano fiscal, para um número novamente menor do que o estimado pelos analistas, sinal de que continua a sofrer os efeitos do enfraquecimento da economia e da alta dos combustíveis.
No segmento financeiro, entre outros destaques, o banco Fifth Third anunciou corte de dividendos, mas foi o alerta feito pelo estrategista do Royal Bank of Scotland Bob Janjuah que colocou mais lenha no fogo dos temores. Este analista, o mesmo que previu a crise de crédito no ano passado, chamou a atenção dos clientes para um "crash" nos mercados globais de ações e de crédito nos próximos três meses.
Para a Bovespa, a alta do petróleo não mudou a tendência de queda da Petrobras. As ações ON recuaram 1,29% e as PN cederam 1,84%, por conta da venda por estrangeiros e da oscilação em torno do vencimento. Vale PNA conseguiu fechar no azul, em alta de 0,82%, enquanto Vale ON recuou 0,53%.
Apesar de hoje ser um dia atípico, por causa do vencimento, a queda das ações se perpetuar nos próximos dias, com alguns intervalos para recuperação a preços atrativos. Isso porque o JPMorgan rebaixou o Brasil a "underweight" (abaixo da média dos mercados mundiais) e o Merrill Lynch divulgou uma pesquisa revelando que o entusiasmo dos gerentes de fundos globais por ações dos mercados emergentes diminuiu em junho. Para eles, estes títulos estão sobrevalorizados.

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