terça-feira, 17 de junho de 2008

Vale ajuda Ibovespa a fechar em alta de 1,71%

por Claudia Violante da Agência Estado
17.06.2008 17h26

Vale e o setor siderúrgico roubaram a cena hoje na Bolsa de Valores de São Paulo. Embalada pelo anúncio de um novo reajuste do aço e pela perspectiva de elevação da nota de crédito (rating) da Vale, a Bovespa trabalhou o dia todo em alta, também por causa da pressão dos investidores "comprados" (que apostam na valorização das ações) para o vencimento do índice futuro, amanhã. O Ibovespa, principal índice, descolou-se das bolsas americanas, que caíram o dia todo. No final, contudo, as quedas nos pregões em Nova York reduziram os ganhos da Bovespa.
O Ibovespa oscilou entre a mínima de 67.284 pontos (estabilidade) e a máxima de 69.029 pontos (+2,59%) e acabou fechando em +1,71%, aos 68.437,5 pontos. Com a recuperação de hoje, as perdas acumuladas em junho foram reduzidas a -5,72%. No ano, a Bolsa sobe 7,12%. O volume financeiro totalizou R$ 6,035 bilhões.
O setor siderúrgico subiu com a notícia de que os preços de aço sofrerão um novo aumento no mês que vem, de cerca de 15%. Será o terceiro do ano - os anteriores foram de 12% em março e 15% em maio. Com o novo aumento, os preços do produto ficarão quase 50% acima dos valores cobrados no fim do ano passado. Com a notícia, o setor disparou na Bovespa, também se recuperando das quedas registradas nas últimas sessões. Metalúrgica Gerdau PN teve a maior alta da sessão, de 6,98%. Gerdau PN avançou 4,92%, CSN ON subiu 2,82% e Usiminas PNA ganhou 5,08%.
A notícia também favoreceu os papéis da Vale, que ainda subiram com a decisão da agência de classificação de risco Standard & Poor's de colocar o rating de crédito de longo prazo da mineradora em observação com perspectiva positiva. Os preços dos metais também avançaram no mercado externo e serviram de pano de fundo à recuperação de hoje. No mês, os papéis da Vale ainda acumulam perdas superiores a 10%. Vale ON subiu hoje 2,96% e Vale PNA avançou 3,21%.
Petrobras também conseguiu sustentar elevação até o final e avançou 0,98% as ações ON e 0,41% as PN, embora o petróleo tenha recuado no mercado internacional. Na Bolsa Mercantil de Nova York, o contrato futuro com entrega do petróleo em julho recuou 0,45%, para US$ 134,01 por barril. Este declínio da commodity, entretanto, não impediu que as bolsas norte-americanas fechassem no vermelho.
O índice de ações Dow Jones caiu 0,89%, o S&P cedeu 0,68% e o Nasdaq recuou 0,69%. Os índices foram influenciados pela salgada inflação no atacado divulgada pela manhã. O índice de preços ao produtor subiu 1,4% em maio, mais que o 1% esperado por analistas. As ações do setor bancário ajudaram a justificar as perdas nas Bolsas de Nova York, já que fecharam em baixa por conta do Goldman Sachs. O banco anunciou lucro maior do que as previsões no trimestre, mas admitiu que as instituições financeiras precisarão levantar US$ 65 bilhões em capital extra para recomposição de perdas com crédito.
Para os próximos dias, os dados de inflação seguem no horizonte, aqui e lá fora, já que os pontos de pressão se mantêm, entre eles a alta dos preços das matérias-primas (commodities) em geral.

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