sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Ibovespa cai 0,15% hoje, mas sobe 2,96% na semana

por Claudia Violante da Agência Estado
22.08.2008 17h28

As notícias que beneficiaram a recuperação das bolsas internacionais foram as mesmas que puxaram os preços das commodities (matérias-primas) para baixo e, por tabela, levaram a Bovespa a interromper três sessões seguidas de elevação. Guiado por Petrobras, Vale e siderúrgicas, o Ibovespa, principal índice da Bolsa paulista, terminou a sexta-feira com ligeira baixa, de 0,15%, mas conseguiu garantir alta de 2,96% na semana.
O Ibovespa fechou o dia em 55.850,1 pontos, depois de oscilar entre a mínima de 55.202 pontos (-1,31%) e a máxima de 56.430 pontos (+0,89%). No mês, ainda acumula perdas de 6,14% e, no ano, de 12,58%.
A Bolsa doméstica foi influenciada pela venda principalmente de papéis ligados às commodities, que terminaram em baixa após notícias que fortaleceram a moeda norte-americana. Os investidores gostaram da informação de que o Banco de Desenvolvimento da Coréia do Sul estuda a possibilidade de fazer uma oferta pelo Lehman Brothers, e também do discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), Ben Bernanke, no qual ele afirmou que a taxa básica de juros da economia norte-americana não deve subir.
Com isso, nas Bolsas de Nova York, o índice Dow Jones subiu 1,73%, o S&P avançou 1,13% e o Nasdaq teve alta de 1,44%. Com a queda do dólar, o petróleo também recuou e ajudou a garantir os ganhos das bolsas nos EUA. O petróleo negociado em Nova York encerrou cotado a US$ 114,59 por barril, em baixa de 5,44%, ou US$ 6,59, a maior queda dos preços em termos de dólar desde janeiro de 1991. A notícia do Lehman beneficiou a recuperação do setor financeiro, também favorecidas pelas declarações de Bernanke.
Os bancos brasileiros foram contagiados pela recuperação do setor no exterior e subiram. Bradesco PN fechou em alta de 0,60%, Itaú PN e Banco do Brasil ON ganharam 0,90% cada e Unibanco units avançaram 1,42%.
A agenda de hoje foi fraca e, embora as condições macroeconômicas não tenham se alterado, o dinheiro estrangeiro ainda não voltou. Isso significa que está sendo mais lento o processo de recuperação da Bovespa. O giro somou apenas R$ 3,376 bilhões - o menor valor do mês, cuja média diária já é baixa, de R$ 5,265 bilhões. "É preciso que o dinheiro volte para que a recuperação da Bolsa seja firme", comentou um operador.
Para a próxima semana, as mesmas variáveis que vêm permeando o cenário internacional continuam em cena, como commodities e crise norte-americana. Serão conhecidos indicadores relevantes nos Estados Unidos. Um diferencial a favor da alta dos papéis pode ser o pacote que o governo do Japão está finalizando para ajudar a economia do país e, por tabela, do mundo.

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