por Renato Martins da Agência Estado
02.10.2008 18h40
As Bolsas de Nova York fecharam em queda forte, em dia marcado por indicadores econômicos fracos, que fizeram crescer o temor de uma recessão global, intensificação do aperto no mercado de crédito de curto prazo, preocupação quanto à situação das seguradoras e expectativa em relação à votação do pacote de socorro ao setor financeiro na Câmara dos EUA. As ações das empresas de energia e das ligadas a matérias-primas (commodities) sofreram quedas fortes, em dia de nova baixa dos preços do petróleo, dos metais e dos grãos.
O indicador fraco de encomendas à indústria e o crescimento inesperado do número de pedidos de auxílio-desemprego feitos na semana passada levaram a um aumento dos temores quanto a uma recessão e fizeram cair ações como Boeing (-5,37%), DuPont (-4,15%) e Intel (-7,13%). Entre as ações de empresas ligadas a commodities, as da indústria de fertilizantes Mosaic caíram 41,27%, depois de a companhia divulgar resultados do trimestre junho/agosto e alertar que os preços do fosfato parecem ter alcançado seu pico e prever uma queda nas vendas no próximo ano; isso afetou ações como as da Monsanto (-16,18%), as da Potash (-26,97%) e as das fabricantes de tratores Caterpillar (-8,31%) e Deere (-14,21%). As ações da Alcoa caíram 8,89%, em reação à nova baixa dos preços dos metais; no setor de petróleo, as ações da ExxonMobil caíram 1,37% e as da Chevron recuaram 3,21%.
Até recentemente, os participantes do mercado viam as ações ligadas a commodities como que isoladas da turbulência financeira; mas, com a mudança rápida nas expectativas quanto ao desempenho da economia global e com a aceleração dos resgates por parte dos clientes dos fundos de hedge, os investidores estão vendendo essas ações. "A brutalidade e a ferocidade do movimento de venda são notáveis. Os resgates nos fundos de hedge provavelmente estão exacerbando isso", comentou o estrategista Tobias Levkovich, do Citigroup.
As ações das companhias de seguros também sofreram quedas fortes, depois de o líder da maioria (democrata) no Senado dos EUA, Harry Reid, dizer, na noite de quarta-feira, que "uma importante seguradora, uma com um nome que todo mundo conhece, está à beira da falência" (hoje, Reid divulgou comunicado lamentando ter feito essa declaração e ressalvando que "não está pessoalmente ciente de nenhuma companhia em particular que esteja à beira da falência"). Ainda assim, as ações da MetLife caíram 14,93%, as da Hartford Financial Services recuaram 32,01% e as da Prudential perderam 11,03%.
As ações da General Electric caíram 9,59%, depois de a empresa emitir US$ 12,2 bilhões em ações ordinárias com um desconto de 9% em relação ao nível de fechamento de ontem.
O índice Dow Jones fechou em queda de 348,22 pontos (-3,22%), em 10.482,85 pontos. O Nasdaq fechou em queda de 92,68 pontos (-4,48%), em 1.976,72 pontos. O S&P-500 caiu 46,78 pontos (-4,03%), para fechar em 1.114,28 pontos. As informações são da Dow Jones.
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