quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Bolsa de NY cai forte à espera de ajuda a montadoras

por Agência ESTADO
20 de Novembro de 2008 20:22

O mercado norte-americano de ações fechou em queda forte, com informes contraditórios sobre um possível plano de ajuda à indústria automotiva. O índice S&P-500 chegou ao fim do dia no nível mais baixo desde 14 de abril de 1997. O Dow Jones fechou no nível mais baixo desde 12 de março de 2003. O Nasdaq já acumula agora queda de 50% neste ano. "Do ponto de vista técnico, estamos agora numa terra de ninguém", observou um operador. O dia foi marcado por grande volatilidade, com o índice VIX chegando ao fim da sessão no nível recorde de 80,9, com alta de 8,9%. Antes de hoje, a única vez que o VIX fechou acima de 80 havia sido em 27 de outubro.

O índice Dow Jones fechou em queda de 444,99 pontos, ou 5,56%, em 7.552,29 pontos. A mínima foi em 7.506,97 pontos e a máxima em 8.187,40 pontos. O Nasdaq fechou em queda de 70,30 pontos, ou 5,07%, em 1.316,12 pontos, com mínima em 1.314,90 pontos e máxima em 1.414,43 pontos. O S&P-500 caiu 54,14 pontos, ou 6,71%, para fechar em 752,44 pontos, com mínima em 747,78 pontos e máxima em 820,52 pontos. O NYSE Composite caiu 360,77 pontos, ou 7,20%, para 4.651,22 pontos.

"O pessoal ficou espantado com a força do impulso de queda, e está imaginando o que poderá servir de catalisador para uma reversão. Como todo mundo nos EUA, os operadores estão perplexos", comentou Gordon Charlop, chefe de operações da Rosenblatt Securities no pregão da Bolsa de Nova York.

Montadoras

Referindo-se à expectativa de que o Congresso aprove um pacote de socorro para a indústria automotiva, Charlop disse que "as oscilações do mercado durante o dia indicaram claramente que os investidores estavam na esperança de que o governo faça alguma coisa, porque milhões de empregos estão em jogo, não só nas montadoras propriamente ditas, mas em empresas ligadas ao setor".

Ao longo do dia, circularam informes contraditórios sobre se o Congresso votaria um projeto de lei de ajuda às montadoras antes do recesso, que começa amanhã e vai até o começo de dezembro. Essa incerteza, somada aos sinais de recessão profunda e prolongada e aos temores sobre a saúde do setor financeiro, alimentaram o movimento de vendas.

Ações

Das 30 componentes do Dow, as únicas ações a subir foram as da General Motors (+3,23%), mas bem menos do que seu pico de alta no dia (+43%); também no setor automotivo, as ações da Ford avançaram 10,32%, apesar de a agência de classificação de risco Standard & Poor's ter rebaixado sua nota de crédito (rating) para CCC+, grau altamente especulativo. As ações do setor financeiro estavam entre as que mais caíram: Citigroup perdeu 26,41%, apesar de um príncipe saudita ter anunciado que vai aumentar sua participação para 5%, com um investimento de US$ 300 milhões; JPMorgan Chase caiu 17,88%; e Bank of America cedeu 13,86%.

Também sofreram quedas fortes as ações de indústrias cujo desempenho depende do comportamento da economia, como Alcoa (-16,05%) e DuPont (-9,52%). As ações do setor de petróleo caíram em reação à nova queda dos preços do produto (ExxonMobil cedeu 6,69% e Chevron recuou 8,79%). As informações são da Dow Jones.

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